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Read Christie 2023 | Desafio Literário

Começou oficialmente o Desafio #ReadChristie 2023.

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Neste ano, vamos focar nos “métodos e motivos” usados nos livros da rainha do crime. Os metodos podem ser bastante diretos – muitas vezes mencionados nos títulos. Já as motivações estão presentes ao longo dos romances.

“Objeto contundente” é o método de fevereiro do #ReadChristie2023. Por isso, o livro escolhido é “Sócios no crime”! Será que você consegue desvendar esse mistério antes do fim?

Divulgaremos os próximos livros sempre no primeiro dia do mês. Fique de olho e compartilhe seu progresso sempre marcando a L&PM Editores!

Temas para 2023 – Métodos e Motivos:

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Panvel apoia projetos e ações do setor social

Nadadora paralímpica Maria Carolina, do Grêmio Náutico União, saiu das Paralimpíadas com cinco medalhas BRUNA MARÇAL CABRERA/DIVULGAÇÃO/JC

Nadadora paralímpica Maria Carolina, do Grêmio Náutico União, saiu das Paralimpíadas com cinco medalhas
BRUNA MARÇAL CABRERA/DIVULGAÇÃO/JC

Reportagem por: Leonardo Machado, publicada no Jornal do Comércio

No intuito de atender as comunidades onde está inserido, o Grupo Panvel iniciou o ano abrindo inscrições para projetos e ações sociais que buscam apoio financeiro. A ideia da companhia é continuar investindo no setor social. Para se ter uma ideia, ao longo de 2022, os aportes chegaram a totalizar R$ 849 mil, beneficiando 26 projetos voltados para o bem-estar, sustentabilidade, diversidade, inovação e cultura.

Para realizar o pedido de apoio, basta acessar o site www.grupopanvel.com.br e selecionar a seção Patrocínios e Projetos para conferir as informações sobre as áreas de atuação priorizadas e as premissas de escolha dos projetos. Vale ressaltar que as propostas devem estar enquadradas em uma das seguintes formas de captação: Lei Rouanet 1, Lei de Incentivo ao Esporte, Funcriança, Fundo do Idoso, Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica ou ICMS. As análises são feitas trimestralmente, com o apoio do Comitê de Projetos Incentivados.

O Projeto Paralímpico do Grêmio Náutico União (GNU) está entre as iniciativas contempladas pelos aportes do Grupo Panvel no ano passado. O paradesporto teve início em 2009 na instituição, com o objetivo de buscar a inclusão social e a valorização dos associados esportistas com deficiência.

A esgrima em cadeiras de rodas foi foi a atividade que estreou essa modalidade, e a partir dos resultados obtidos pelos paratletas, aos poucos foram integradas outras modalidades, como o judô para cegos, natação paralímpica, vôlei sentado e o pararemo. O clube também analisa a possibilidade de incluir o tênis em cadeiras de rodas.

Com cerca de 80 atletas em todas as modalidades paralímpicas, a primeira vaga nos Jogos Paralímpicos veio em 2012 e, desde lá, o clube está presente em todos os Jogos Paralímpicos nas áreas de esgrima e natação.

“A participação de nossos paratletas nas paraolímpiadas representa a importância e o resultado do trabalho de inserção social, esportiva e cultural das pessoas portadoras de deficiência na sociedade. Este trabalho busca inserir não somente associados, que até pouco tempo atrás estavam dentro de casa, mas pessoas da sociedade gaúcha”, relata Alexandre Gonçalves, coordenador técnico.

Nas Paralimpíadas de 2021, em Tokio, no Japão, a nadadora Maria Carolina Santiago saiu com 5 medalhas, sendo três de ouro. Além disso, os paratletas do GNU possuem resultados em diversos campeonatos importantes, como Parapanamericano, Jogos Mundiais, brasileiros, estaduais, escolares, entre outros. Aliado ao resultado existe o investimento em equipamentos, acessórios, uniformes e capacitações para que os profissionais de educação física atuarem com eficácia na área do paradesporto. De acordo com Gonçalves, os investimentos começaram em 2012, através de aquisições de materiais, e posteriormente com novos investimentos através de Leis de Incentivo e Convênios com entidades públicas, atendendo em equipamentos, viagens e hospedagens.

 Projeto Biblioteca POA 250 Anos, que já entregou mais de 72 mil livros, é prorrogado

Outro projeto contemplado pelos aportes da Panvel no ano passado é o Biblioteca POA 250 Anos. A iniciativa, parte do hub Nossa Biblioteca, que já entregou mais de 72 mil livros pelo País, busca incentivar a literatura e promover a educação dos que utilizam os acervos de bibliotecas públicas, escolares, comunitárias e ONGs, celebrando o aniversário da Capital promovendo a cultura e a educação.

Com produção do Grupo Consultoria Empresarial, realização do Ministério do Turismo e Secretaria Especial de Cultura, em 2022, o projeto conseguiu viabilizar a entrega de 5 mil livros. Projetando o ano de 2023, diversas empresas, incluindo a Panvel, já garantiram o envio de mais 5,2 mil livros, que serão distribuídos em bibliotecas escolares e comunitárias da capital gaúcha.

A projeção total da iniciativa Biblioteca POA 250 Anos é de chegar a 20 mil livros distribuídos este ano, para 100 bibliotecas. Em nota, a coordenadora geral do projeto, Adriane Laste, afirma que apesar do aniversário de Porto Alegre já ter passado, a dedicação de totalizar 20 mil livros entregue continua.

 

Agora é Pocket

Acabou de chegar na Coleção L&PM Pocket livros que já são conhecidos pelos leitores do mundo inteiro. Qual não pode faltar na sua prateleira?

“Pista negra”, de Antonio Manzini

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Antonio Manzini é autor best-seller internacional, com mais de 1,5 milhão de exemplares vendidos e publicado por algumas das mais prestigiosas editoras do mundo, como Gallimard (França), HarperCollins (EUA), Salamandra (Espanha), 4th Estate (Reino Unido) e Rohwolt (Alemanha).

Tradução do original italiano feita por Solange Pinheiro e Maurício Santana Dias – tradutor de Elena Ferrante no Brasil.

”A fabulosa história do hospital”, de Jean-Noël Fabiani

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Neste delicioso livro, Jean-Noël Fabiani – renomado cirur­gião francês e um dos maiores especialistas em história da medicina – descortina um dos mais incríveis legados da humanidade: a evolução dos hospitais e da medicina, num relato repleto de humor e erudição.

”Por que engordamos e o que fazer para evitar”, de Gary Taubes

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Para dar um basta no engorda-emagrece, o autor vai a fundo no círculo vicioso que nos faz ganhar peso e propõe uma mudança alimentar que tem tudo para se tornar uma nova filosofia de vida.

”Um apartamento em Paris”, de Guillaume Musso

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Uma policial inglesa e um escritor americano acabam alugando erroneamente o mesmo apartamento em Paris. A jovem Madeline busca passar uma temporada de descanso na capital francesa. O solitário Gaspard decide viajar para escrever uma peça. O que pode acontecer quando por um erro imobiliário essas duas pessoas distintas acabam no antigo atelier de um pintor falecido recentemente?

”Você fica tão sozinho às vezes que até faz sentido”, de Charles Bukowski

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Poetas desnudam-se. Desnudam suas tristezas, seus ideais, seus pensamentos sublimes. Mas poucos foram os ­poetas que se mostraram ao mundo como Charles Bukowski – que, mais do que “velho safado”, bêbado e jogador, escrevia destemidamente sobre o sujeito comum, repleto de defeitos.

”A tristeza pode esperar”, de J.J. Camargo

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J.J. Camargo divide com o leitor os dramas da vida cotidiana. Com uma escrita primorosa que reflete os anseios daqueles que o procuram para compartilhar seus medos. Além de uma doença, cada paciente tem uma história, e o doutor está sempre pronto para ouvir.

“Memórias do fogo”, de Eduardo Galeano

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1. Os nascimentos

2. As caras e as máscaras

3. O século do vento

A caixa Memória do Fogo contém a trilogia homônima. As obras formam um inventário apaixonante da saga da América, sobretudo a história da América Latina. Personagens, mitos, lendas, batalhas, vencedores e vencidos desfilam diante dos leitores em flashes carregados de lirismo e emoção.

Conheça mais de 1.500 títulos da coleção L&PM Pocket em nosso site.

Os escritores e suas modalidades olímpicas

As Olimpíadas seguem a mil pelo Japão. Enquanto isso, entramos no clima e apresentamos algumas modalidades nas quais alguns autores do nosso catálogo eram campeões.

Modalidade levantamento de copo. Jack Kerouac foi atleta de verdade e fazia parte do time de futebol americano da sua universidade. Mas  por problemas no joelho acabou tendo que largar a vida esportiva. Costumava ser bom em levantamento de copo e corrida na estrada sem obstáculos.

Modalidade levantamento de copo

Modalidade lançamento de livro à distância. Agatha Christie chegou a surfar no Havaí, mas acabou percebendo que se dava melhor com os papéis do que com as pranchas. Tornou-se uma das maiores lançadoras e vendedoras de livro do planeta e foi traduzida para 45 línguas.

Modalidade lançamento de livro à distância

Modalidade revezamento de personalidade. Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Bernando Soares. Ninguém praticava revezamento de heterônimos com tanta habilidade como Fernando Pessoa. Ele não era um escritor, era uma equipe completa.

Modalidade revezamento de personalidade

Modalidade agarramento de mulheres. Charles Bukowski era um excelente levantador de copos e empinador de garrafas – provavelmente melhor do que Kerouac – mas dizem que ele também era um exímio atleta sexual e campeão de agarramento de mulheres.

Modalidade salto sobre mulheres

O tema geral da cerimônia de abertura será a história do povo brasileiro.

Bloomsday: o único feriado do mundo que é dedicado a um livro

BLOOMSDAY

16 de junho é feriado na Irlanda. Batizado de Bloomsday, o dia é dedicado a Leopold Bloom, personagem criado por James Joyce  que habita as páginas de “Ulisses”, a mais famosa obra do escritor irlandês. Em “Ulisses”, Bloom vive sua Odisseia em apenas um dia: 16 de junho de 1904, enquanto caminha pela capital da Irlanda. Uma data tão emblemática que, desde o final dos anos 1920, os irlandeses a decretaram como feriado nacional.

No Brasil, os museus Casa das Rosas e Casa Guilherme de Almeida oferecem uma programação online nos dias 16 e 17 para comemorar o 34º Bloomsday na capital paulista. Serão atividades dedicadas à obra de James Joyce.

Com o tema Ulysses: O homem menos só, o evento desta quarta contará com comentários e leituras de fragmentos do romance e de outras criações de Joyce, bem como de fontes e referências suas, como a Odisseia de Homero, a peça Hamlet, de Shakespeare, e a obra do também irlandês William Butler Yeats. O encontro acontecerá às 18h30, pela plataforma Zoom e para se inscrever é só clicar aqui. Já no dia 17, às 19h, a programação continua. O Coletivo Finnegans abre as portas de sua oficina para relatar o processo de tradução colaborativa de Finnegans Wake, de James Joyce, sob organização de Dirce Waltrick do Amarante. As inscrições para a oficina, que acontecerá via Zoom, estão abertas até o dia 15, neste link.

O escritor James Joyce e o jornal com a data do Bloomsday: 16 de junho de 1904

O escritor James Joyce e o jornal com a data do Bloomsday: 16 de junho de 1904

 

A L&PM Editores publica Ulisses na série Clássicos em mangá e, de James Joyce, você ainda encontra Dublinenses e Retrato do Artista Quando Jovem.

Quadro desconhecido de Van Gogh é leiloado em Paris por 13 milhões de euros

Mesmo quem nunca foi a Paris deve ter ouvido falar em Montmartre, o bairro boêmio (e turístico) de Paris que foi reduto de artistas como Renoir, Picasso e… Van Gogh!

E é justamente o quadro “Cena de rua em Montmartre”, pintado por Van Gogh em 1887, durante sua curta temporada por lá, que acaba de ser leiloada por 13 milhões de euros – algo em torno de 87 milhões de reais. Detalhe: a pintura era praticamente desconhecida até agora, pois ficou mais de um século nas mãos de colecionadores particulares.

O leilão aconteceu no dia 25 de março, virtualmente, na casa Sotheby’s em Paris. Esperava-se que fosse vendido por algo entre 5 e 8 milhões de euros, mas o preço final ficou bem acima disso e tornou-se um recorde na França.

A tela mostra um casal caminhando e duas crianças brincando, tendo ao fundo o “Moulin à poivre”, um emblemático moinho de vento transformado em salão de dança na época.

É a primeira vez que a obra, que permite perceber a virada de Van Gogh para o impressionismo ao reforçar o caráter das cores, é mostrada em público desde que foi adquirida há um século por uma família francesa, cuja identidade permaneceu oculta.

Até recentemente, a pintura só era conhecida por meio de fotografias em preto e branco contidas em catálogos.

“A venda desta magnífica tela em ambiente virtual faz parte destes momentos mágicos que podem ser vividos numa casa de leilões”, afirmaram em comunicado responsáveis pela venda da Sotheby’s, que organizou este leilão de obras impressionistas e modernas.

“É um testemunho sobre (o bairro parisiense) Montmartre no final do século XIX”, ressaltou Aurélie Vandevoorde, comissária de vendas.

“Os parisienses iam lá para passear e divertir-se (…) mas Van Gogh foi mais sensível ao caráter bucólico do lugar do que à representação dos cabarés”, acrescentou.

A última tela do artista holandês em leilão, “Laboureur dans un champ” (1889), arrecadou US$ 81 milhões em 2017, em Nova York.

VAN GOGH CENA DE RUA AMARELADA

VAN GOGH CENA DE RUA ZOOM

A L&PM Editores publica vários livros sobre Van Gogh, veja aqui.

“Amar e depender” na coluna de Maria Paula

Se você é do tempo da MTV Brasil ou lembra do programa Casseta & Planeta, sabe quem é Maria Paula. Atriz e escritora, ela também assina uma coluna semanal no jornal Correio Braziliense, principal periódico do Distrito Federal. Em seu texto do dia 14 de março, Maria Paula escreveu sobre o livro Amar ou depender, de Walter Riso, publicado no Brasil pela L&PM Editores. Vale conferir:

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Livros, livros de mão cheia

Se você adora conhecer novas obras e costuma ir na contramão dos best-sellers, aqui vão cinco sugestões de leituras imperdíveis.

capa_Tuareg_14x21_montada.inddTuareg, de Alberto Vázquez-Figueroa

Um livro denso e ao mesmo tempo tenso. Que flui como grãos de areia esparramados pelo vento no deserto. Seu autor, Alberto Vázquez-Figueroa, constrói uma narrativa que prende do início ao fim e que oferece um final surpreendente. O tuareg Gacel Sayad vivia quieto na sua tenda, peregrinando com sua família pelo Saara, até que dois desconhecidos, vindos sabe-se lá de onde, meio mortos, meio vivos, chegam em seu acampamento. O tuareg os recebe – porque nenhum tuareg nega abrigo – e no dia seguinte, o exército chega, matando um deles e levando o outro. Começa aí, uma incansável saga que vai envolvendo o leitor como os próprios panos que envolvem esses incríveis guerreiros do deserto.

MARCAS DE NASCENCAMarcas de Nascença, de Nancy Houston

Uma obra sensível e atemporal, escrita pela franco canadense Nancy Houston. Dividido em quatro capítulos, o livro conta as histórias de quatro membros da mesma família judia que possuem uma idêntica marca de nascença em diferentes lugares do corpo. Histórias sempre narradas do ponto de vista de uma criança de seis anos e com um estilo diferentes para cada capítulo. Dessa forma, vai se desenrolando um novelo familiar que conta em primeira pessoa a vida do bisneto, pai, avó e bisavó. Tudo começa com Solomon, passando para seu pai Randall, indo para sua avó Sadie e terminando em sua bisavó Kristina. Num período que vai de 2004 até 1945.

90778 Mona2009.cdrRoubaram a Mona Lisa!, de R. A. Scotti

No final da tarde de 20 de agosto de 1911, um domingo, três homens entraram no Museu do Louvre, em Paris. Disfarçados de funcionários, esconderam-se até o cair da noite. Dezesseis horas depois, o quadro mais famoso do mundo, a Mona Lisa, tinha desaparecido. Onde ela estava? Quem a levara? No livro Roubaram a Mona Lisa!, a escritora R.A. Scotti volta no tempo e faz um relato vívido e minucioso deste que foi o maior roubo de arte da História. A autora revisita as origens da obra-prima de Leonardo da Vinci e contrói um romance policial baseado em fatos reais. Vivo, pulsante, fluente, Roubaram a Mona Lisa! é o tipo de livro que não se consegue parar de ler.

AUTOBIOGRAFIA ALICEA autobiografia de Alice B. Toklas, de Gertrude Stein

Gertrude Stein foi muito mais do que uma escritora talentosa. De família riquíssima, foi uma mecenas das artes que ajudou a catapultar pintores e escritores nas primeiras décadas do século XX. Nasceu nos EUA, mas foi em Paris que morou e recebeu seus amigos artistas junto com Alice B. Toklas, sua companheira. Nesta que é sua mais famosa obra, Stein conta a sua história  pela boca de Alice; no tempo em que Paris era uma festa e Picasso, Matisse, Cézanne e toda a arte moderna pintavam, amavam, se divertiam, sofriam e passavam fome na capital de todas as revoluções. Gertrude inventou a célebre expressão “Geração Perdida” para os jovens autores americanos que ela havia descoberto pelas ruas de Paris; Ernest Hemingway e Francis Scott Fitizgerald. Uma história fascinante e verdadeira que merece ser lida.

a_fabulosa_historia_do_hospitalA fabulosa história do hospital, de Jean-Noël Fabiani

Neste delicioso livro, Jean-Noël Fabiani – renomado cirur­gião francês e um dos maiores especialistas em história da medicina – descortina um dos mais incríveis legados da humanidade: a evolução dos hospitais e da medicina, num relato repleto de humor e erudição. Veremos que as primei­ras cirurgias eram realizadas por barbeiros!; como se deu a invenção do estetoscópio; a importância da decisão da rai­nha Vitória de dar à luz sem dor sob efeito do clorofórmio e, segundo alguns, contrariando a Bíblia; o nascimento da medicina humanitária com a Cruz Vermelha e os Médicos Sem Fronteiras; o fortuito papel do acaso na invenção do Viagra, e muito mais. Todo o gênio e toda a ingenuidade humana são aqui pos­tos a nu, na incansável busca pelo viver mais e melhor.

 

 

Mulherão

Martha Medeiros*

Peça para um homem descrever um mulherão. Ele imediatamente vai falar no tamanho dos seios, na medida da cintura, no volume dos lábios, nas pernas, bumbum e cor dos olhos. Ou vai dizer que mulherão tem que ser loira, 1 metro e 80, siliconada, sorriso colgate. Mulherões, dentro deste conceito, não existem muitas. Agora pergunte para uma mulher o que ela considera um mulherão e você vai descobrir que tem uma em cada esquina.

Mulherão é aquela que pega dois ônibus para ir para o trabalho e mais dois para voltar, e quando chega em casa encontra um tanque lotado de roupa  e uma família morta de fome. Mulherão é aquela que vai de madrugada pra fila garantir matrícula na escola e aquela aposentada que passa horas em pé na fila do banco pra buscar uma pensão de 200 reais. Mulherão é a empresária que administra dezenas de funcionários de segunda a sexta, e uma família todos os dias da semana. Mulherão é quem volta do supermercado segurando várias sacolas depois de ter pesquisado preços e feito malabarismo com o orçamento. Mulherão é aquela que se depila, que passa cremes, que se maquia, que faz dieta, que malha, que usa salto alto, meia-calça, ajeita o cabelo e se perfuma, mesmo sem nenhum convite para ser capa de revista. Mulherão é quem leva os filhos na escola, busca os filhos na escola, leva os filhos pra natação, busca os filhos na natação, leva os filhos pra cama, conta histórias, dá um beijo e apaga a luz. Mulherão é aquela mãe de adolescente que não dorme enquanto ele não chega, e que de manhã bem cedo já está de pé, esquentando o leite.

Mulherão é quem leciona em troca de um salário mínimo, é quem faz serviços voluntários, é quem colhe uva, é quem opera pacientes, é quem lava roupa pra fora, é quem bota a mesa, cozinha o feijão e à  tarde trabalha atrás de um balcão. Mulherão é quem cria filhos sozinha, quem dá expediente de 8 horas e enfrenta menopausa, TPM e menstruação. Mulherão é quem arruma os armários, coloca flores nos vasos, fecha a cortina para o sol não desbotar os móveis, mantém a geladeira cheia e os cinzeiros vazios. Mulherão é quem sabe onde cada coisa está, o que cada filho sente e qual o melhor remédio pra azia.

Longa vida às mulheres lindas de morrer, mas mulherão é quem mata um leão por dia.

* Martha Medeiros é escritora best-seller e mulherão. O texto acima está no livro Trem-bala.

Denise Bottmann e sua tradução de “A fazenda dos animais”, de George Orwell

Denise Bottmann é uma respeitada e premiada tradutora que há muitos anos trabalha com a L&PM Editores. Pedimos que ela escrevesse um texto contando sobre sua tradução de A fazenda dos animais, de George Orwell que, por um longo período, foi editado no Brasil com o título de A revolução dos bichos. Por mais que alguns leitores tenham se apegado a esse título, Denise explica sua opção de seguir o original que é publicado na L&PM nos formatos convencional e pocket.

A fazenda dos animais 

Por Denise Bottmann

Creio que uma das áreas a que melhor se aplica o sapientíssimo dito “Ninguém é dono da verdade” é, provavelmente, a tradução. E a infindável variedade de seus frutos é o que faz da tradução algo tão interessante e fascinante.

Assim é que Animal Farm, a fábula escrita por George Orwell nos idos dos anos 40, pode ser lida em Portugal e no Brasil sob diferentes títulos: A quinta dos animais, O porco triunfante, O triunfo dos porcos, A revolução dos bichos e, last but not least, A fazenda dos animais.

De meu ponto de vista, um elemento útil para me nortear no oceano relativista em que nós tradutorxs podemos navegar – e talvez, ou não, nos afogar – é o original. Não ouço mentalmente nenhuma voz clamando para que me afaste de um claro e singelo Animal Farm: A fazenda dos animais, sem maiores problemas nem grandes dúvidas. Aí alguém pode objetar: “fazenda”? Melhor “sítio” ou “granja” ou “herdade”… Tenho lá minhas razões para preferir “fazenda” – mas que seja, não vou ficar brigando por causa disso.

Até aí, é simples. Mas, atendo-nos ao título mais usado no Brasil – A revolução dos bichos –, fico um pouco confusa, em primeiro lugar, com “bichos”. Que bichos, gente? Pois, quanto a isso, a grande questão é que Orwell estabelece muito cuidadosamente, muito meticulosamente, muito sistematicamente, uma divisão do reino animal dentro da obra. E a estabelece adotando uma terminologia muito específica e constante ao longo de toda a sua fábula.

Vejamos, pois. Por animals ele designa única e exclusivamente o que chamamos de animais domésticos, de trabalho, criação e reprodução: vacas, cavalos, cabras, ovelhas, porcos, galinhas, gansos, pombos. Aram as terras, puxam carroças, pisam o trigo, fornecem ovos, servem de reprodutores e assim por diante. Note-se – e isso é bonitinho – que também há entre eles uma gata: ela vive fugindo ao trabalho, mas os outros animais não se zangam com sua mandriice porque, quando aparece depois das jornadas de trabalho, é sempre muito meiga, carinhosa e afetiva. Ou seja, entre os animais domésticos inclui-se também o que chamaríamos de animal de estimação (não de trabalho, criação etc.). Além da gata, há os cachorros, também incluídos entre eles na função de cães de guarda, de pastoreio e mesmo de caça. Esses são os animals orwellianos.

E os outros? Os ratos, os coelhos do mato, os pardais? Orwell nunca, nunca os trata como animals: são wild creatures, não domésticos e sim silvestres. Aliás, é muito interessante que, depois de expulsos os homens e instaurado o novo regime – animal – na fazenda, um dos líderes, o porco Bola de Neve, cria “o Comitê de Reeducação dos Camaradas Silvestres (o objetivo desse comitê era domesticar os ratos e os coelhos)”, para integrar as wild creatures à sociedade animal – que não tenha dado muito certo, são outros quinhentos.

E, por fim, temos beasts: aqui, sim, eu diria “bichos”. Com o termo beasts, Orwell abarca a totalidade dos seres animais, domésticos e silvestres. Daí a importância da canção Beasts of England, que se torna por algum tempo o hino da nova sociedade animal: todos os seres animais, os domésticos e os silvestres, nele se congregam. Aliás, logo no começo, quando o Maioral começava a organizar os animais da fazenda, havia até algumas dúvidas se os bichos do mato, as criaturas silvestres, seriam considerados “camaradas” dos animais domésticos. “Os bichos do mato, como os ratos e os coelhos, são amigos ou inimigos nossos? Vamos pôr em votação. Faço a seguinte pergunta à assembleia: os ratos são camaradas?”. Sim, foram considerados camaradas quase por unanimidade (e vale notar que apenas os cachorros votaram contra: afinal gostavam de perseguir os ratos e acompanhavam os homens na caça às lebres).

Bem, a questão central é que animals, wild creatures e beasts designam coisas diferentes, de abrangência e interrelações bem específicas. Posso em sã consciência tratar indiscriminadamente os termos? Falar em “bichos” para me referir especificamente aos animals? Ou, inversamente, falar em “animais” para me referir especificamente às wild creatures? A meu ver, creio que não. Se Orwell fez assim, tinha lá suas razões para isso – as quais, aliás, ficam muito claras durante a leitura do texto. Assim, não entendo como eu poderia falar em Fazenda dos bichos ou, ainda menos, em Revolução dos bichos. Repisando, não foram as beasts que se rebelaram, foram apenas os animals.

E os animais não fazem uma revolução: os animais se rebelam, se levantam numa rebelião. Não têm qualquer programa revolucionário, a não ser aspirações de tipo cooperativista e autogestionário de longo prazo. Mobilizam-se por insatisfação, rebelam-se contra a opressão: que essa rebelião coletiva depois resulte numa nova situação, cujo comando virá a se concentrar progressivamente num número cada vez mais restrito de animais, são outros quinhentos. Dá-se a rebelião, mas não se implanta concretamente qualquer tipo de coisa que se assemelhe às aspirações que acompanhavam a rebelião: e é esse é o drama da coisa.

A propósito, é o papel fundamental dessa mobilização pessoal contra a opressão que Orwell deixa tão claro em relação a si mesmo, no famoso prefácio à edição ucraniana: “Tornei-me pró-socialista mais por horror à opressão e ao descaso a que estava submetida a parcela mais pobre dos operários industriais do que por qualquer admiração teórica por uma sociedade planejada”. É esse elemento subjetivo, a profunda insatisfação com o status quo, amparado em outro elemento subjetivo, o sonho com um mundo melhor, que leva os animais da Fazenda do Solar a se erguerem contra a situação, e não uma adesão a um projeto revolucionário pré-elaborado. Não à toa, em momento algum encontramos o termo revolution em Animal Farm; é sempre, única e exclusivamente, rebellion. A única vez em que encontramos algo similar a revolution é um derivado: o adjetivo revolutionary, tratado como algo descabido, quando o porco Napoleão se reúne com um grupo de fazendeiros humanos e declara, em discurso indireto citado: “Por muito tempo circularam rumores – divulgados … por algum inimigo malévolo – de que havia algo de subversivo e até de revolucionário na posição dele e dos seus colegas. … Nada podia estar mais distante da verdade!”.

Em suma, em tradução pode-se fazer praticamente qualquer coisa. O que nos dá bússola, guia, norte, é o texto original. Nada, porém, obriga que o tomemos como bússola, guia ou norte. Vai de cada um. De minha parte, prefiro me ancorar no autor. E viva A fazenda dos animais!

"A fazenda dos animais" é publicado na L&PM Editores em formatos convencional e pocket com tradução de Denise Bottmann

“A fazenda dos animais” é publicado na L&PM Editores em formatos convencional e pocket com tradução de Denise Bottmann