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Parabéns ao Drácula

Como todos vocês certamente leram nosso site hoje,  já sabem que há exatos 113 anos era publicada a primeira edição de Drácula, clássico de Bram Stoker. E desde aquele longínquo 26 de maio de 1897, o “vampiro original” ganhou pelo menos dez adaptações para o cinema. Separamos três delas para que vocês se divirtam comparando a evolução do primeiro Drácula cinematográfico, de 1931,  ao último, do ano 2000. Entre eles está o de 1992, dirigido por Francis Ford Coppola.

Drácula (1931)

Drácula de Bram Stoker (1992)

Drácula 2000 (2000)

Filme mostrará relacionamento extraconjugal de Dickens

A BBC está começando a produzir um filme sobre o caso que Charles Dickens manteve por 15 anos com uma jovem atriz chamada Nelly Ternan. O roteiro é baseado em “The Invisible Woman” (A mulher invisível), de Claire Tomalin. No livro, publicado em 1991, Tomalin dá detalhes do relacionamento do casal. Quando eles se conheceram Dickens tinha 45 anos e Nelly, 18. A esposa do escritor, Catherine, descobriu o caso do marido quando um bracelete que ele havia encomendado para a amante foi entregue por engano no endereço de sua casa. O produtor Stewart Mackinnon disse que “o filme fará com que as pessoas vejam Dickens de uma maneira diferente. Vai mostrá-lo como um ser humano com todas as suas fragilidades”.

Autobiografia de Mark Twain finalmente será publicada

Antes de morrer em 1910, Mark Twain pediu que a autobiografia escrita nos últimos dez anos de sua vida só fosse publicada 100 anos após a sua morte. Se você tem conhecimentos básicos de matemática, já entendeu: esse ano será lançada a autobiografia do autor de O príncipe e o mendigo. Ou pelo menos parte dela. São aproximadamente cinco mil páginas que devem ser divididas em três volumes pela Universidade de Berkeley, na Califórnia, onde os originais estavam guardados. No livro, Twain fala sobre o relacionamento escandaloso que teve com Isabel Van Kleek Lyon, sua secretária que, dizem as más (ou boas) línguas, chegou até a lhe dar brinquedinhos sexuais. Ele revela também que tinha reservas quanto à ação americana em Cuba, Porto Rico e nas Filipinas. As críticas de cunho político são, aliás, um dos motivos apontados para o “atraso” na publicação da obra. O lançamento do primeiro volume está previsto para novembro.

Dalai Lama responde perguntas via twitter

Pois não é que enquanto falávamos sobre o Dalai Lama na semana passada ele se preparava para dialogar com seus seguidores (literalmente) via twitter? Sua Santidade respondeu em 140 caracteres algumas das mais de mil perguntas que recebeu pela página de Wang Lixiong, um crítico chinês do regime comunista. Em uma das respostas ele disse que “em um futuro não muito distante, haverá mudanças e os problemas se resolverão (no Tibet)”.
Aos inocentes que resolverem acessar o twitter de Lixiong para ver todas a entrevista na íntegra, avisamos que o máximo que encontrarão é isso:


Ou seja, a não ser que você entenda chinês, é mais fácil acessar direto a versão em inglês aqui.

Insultos shakespereanos


Você é daqueles estressadinhos que se irritam por qualquer coisa? Já usou todos os xingamentos que conhecia e está a procura de novidades? O site Shakespearean Insulter certamente pode te ajudar. Clicando em “Taunt me a second time” você será ofendido um sem fim de vezes apenas com insultos retirados das obras do dramaturgo inglês.

*O Shakespearean Insulter foi descoberta do ótimo Desculpe a Poeira

Teoria da Viagem de Michel Onfray: uma viagem ao prazer da leitura

Assim como a Inglaterra produziu grandes bandas de Rock nos últimos 50 anos, a França produziu filósofos originais, não-alinhados, alguns geniais e quase sempre transgressores. No século passado eram classificados “oficialmente” como “novos filósofos”, o que, na época, dentro da academia, era quase pejorativo. Mas a França, pátria da Revolução de 1789, sempre foi generosa e receptiva aos novos pensadores. E só na França um filósofo é pop; vai aos debates em horário nobre na TV, é assediado pela mídia em geral, tem blog, tuíter, enfim, na França ainda se dá valor aos pensadores.

Michel Onfray é um destes homens que despontaram para o estrelato movidos por uma inteligência luminosa e uma incomum capacidade de se expressar. Em poucas palavras: ele atinge o sortilégio de transformar filosofia em literatura e por conseqüência em leitura prazeirosa, empolgante e surpreendente. Nós editamos um livro dele, que, na minha opinião, é genial. Na sequência deste post, a editora Caroline Chang comenta Teoria da Viagem: poética da geografia, uma verdadeira viagem ao prazer da leitura. (I. P. M.)

Reflexões andarilhas

O conceito de viagem ainda faz sentido, num mundo on-line e globalizado? Michel Onfray, pensador francês hedonista, autor de diversos livros de divulgação de filosofia, defensor do ateísmo e da autonomia do pensamento e da vida, faz, em Teoria da viagem: poética da geografia, um elogio à arte de viajar. O viajante Onfray – para quem filosofar só é possível a partir de uma experiência autobiográfica – resgata os significados primeiros de se sair em busca do desconhecido. Remontando à história de Caim (agricultor, sedentário) e Abel (pastor, nômade), ele estabelece dois polos entre os quais todos oscilamos: nomadismo versus sedentarismo, e amor ao movimento versus paixão pelo imobilismo, pelo enraizamento. É sobre as experiências vividas sob o signo do nomadismo, do espírito da viagem que versa este volume de ensaios. Se por um lado, como afirma Onfray, o mundo resiste às tentativas de colocá-lo em palavras, neste manual da aventura ele recupera os estados de alma do viajante primordial e nos recorda uma lição ancestral: o aprendizado do mundo se dá ao mesmo tempo em que o aprendizado de nós mesmos. Como resultado, Teoria da viagem se oferece como um personalíssimo inventário de reflexões andarilhas, que têm a ver com memória, com amizade, com subjetividade, com perder-se, com a escolha de um destino. Graças ao estilo poético e informal que o tornou um dos filósofos mais lidos da contemporaneidade, Onfray atinge o pastor que há em todos nós. Após a leitura, este livro terá assegurado um lugar na bagagem – real ou afetiva – do leitor.  (Caroline Chang)

A história de uma guerra que permanece viva

“Decorridos 140 anos, a Guerra da Secessão continua a marcar os corações e os espíritos”. A conclusão está em Guerra da Secessão, de Farid Ameur, que a Coleção L&PM POCKET ENCYCLOPAEDIA acaba de lançar. Primeira guerra moderna da história, a Guerra da Secessão, ou Civil War (Guerra Civil) como também é conhecida, durou quatro anos, de 1861 a 1865, mas foi suficiente para marcar profundamente a trajetória do mais poderoso país do mundo moderno. A luta sangrenta entre o Sul escravagista e o Norte industrializado dos Estados Unidos contabilizou a marca de 620 mil soldados americanos mortos, num conflito feroz e desgastante que começou quando o republicano Abraham Lincoln foi eleito – em 1860- e que culminou com seu assassinato em 1865. Nunca um confronto ganhara tão ampla cobertura fotográfica, o que ajudou a mobilizar a opinião pública e – mais do que a Guerra da Independência – foi responsável por conscientizar o povo americano de que um país unido era o primeiro passo para tornar-se uma potência.


O Arquivo Nacional Norte-americano disponibiliza um completo e impressionante acervo de fotos da Guerra da Secessão como esta que mostra o presidente Lincoln visitando o campo de batalha de Antietam. Para ver mais fotos, clique aqui.

O que há em Hunter Thompson?

A L&PM acaba de lançar na coleção de bolso Medo e delírio em Las Vegas,  marco do gonzo jornalismo. Para falar sobre o autor do livro, Hunter Thompson, convidamos o jornalista André Czarnobai, o Cardoso*.

“Na semana que seguiu o domingo trágico em que o escritor norte-americano Hunter Thompson encerrou sua trajetória alucinada enfiando uma bala na cabeça aos 67 anos de idade, o que mais
surpreendeu foi o destaque que a notícia recebeu na imprensa brasileira. É, para dizer o mínimo, curioso, que um autor estrangeiro que foi praticamente ignorado pelas editoras durante tantos anos tenha arrebanhado um número tão expressivo de fãs e merecido tamanha comoção, especialmente quando o próprio mercado faz estimativas nada animadoras do número potencial de leitores existentes no país. O fenômeno reforça a pergunta levantada na época pelo jornalista Pedro Doria, em artigo publicado no site No Mínimo. Afinal de contas, o que há em Hunter Thompson?

Nascido durante a depressão norte-americana no estado sulista do Kentucky, Hunter Stockton Thompson desenvolveu sua obra em torno de algumas das obsessões mais familiares ao yankee médio. Bebedor inveterado e usuário das mais variadas substâncias ilícitas, Thompson tinha fortes convicções políticas e era um aficionado por armas e esportes. Crítico contumaz dos maus costumes e vícios de sua própria sociedade, ele era acima de tudo um reprodutor eficiente dos mesmos defeitos que apontava, misturando de forma quase indissociável o crítico e o objeto da crítica, o que lhe garantiu uma espécie de imunidade soberana na terra do Tio Sam.

Se fosse apenas isso, certamente Thompson não encontraria admiradores além dos limites dos 50 estados da grande nação do norte, mas, a seu favor, ele ainda possuía um grande trunfo, comum a todo grande artista da palavra: Thompson tinha estilo. Tão peculiar que foi o principal (senão único) responsável pelo surgimento do seu culto, dentro e fora dos Estados Unidos.

Como muitos escritores de sua geração, Thompson iniciou a carreira escrevendo para jornais e revistas na década de 60. Enquanto Wolfe e Talese deliciavam-se com as liberdades ilusórias propostas pelo Novo Jornalismo e Burroughs e Kerouac estreitavam os limites entre a poesia e a prosa em suas pessoalíssimas narrativas beatniks, Thompson surgiu como o elo entre os dois mundos, criando, quase por acidente, o que se convencionou chamar de gonzo jornalismo. O termo designa um estilo de grande reportagem cuja captação de informações é feita de forma participativa, e cuja redação é apresentada em primeira pessoa, com largo uso de digressões e sarcasmo, e na qual é muito difícil discernir a ficção da realidade.

Se os praticantes do Novo Jornalismo seguiam uma série de regras e se mantinham fiéis ao mais elementar dos paradigmas jornalísticos (a distância entre o observador e o que é observado), Thompson queria transpor a barreira essencial que o separava da ficção: o compromisso com a verdade. Também chamado de jornalismo fora-da-lei, jornalismo alternativo e cubismo literário, o gênero inventado por Thompson tinha sua força baseada na desobediência de padrões e no desrespeito das normas estabelecidas, o que contribuiu para que o seu criador logo se tornasse um dos principais ícones da contracultura. Enquanto Truman Capote esmiuçava os mais secretos pormenores de um assassinato com pretensa neutralidade, Thompson foi morar durante dezoito meses com os Hell’s Angels para fazer de sua própria experiência um raio-x preciso de uma das mais perigosas gangues de motoqueiros dos Estados Unidos.

Foi o jornalista Bill Cardoso quem cunhou o termo gonzo em uma carta que escreveu ao amigo: “Eu não sei que porra você está fazendo, mas você mudou tudo. É totalmente gonzo”. Segundo Cardoso, a palavra originou-se da gíria franco-canadense gonzeaux, que significaria algo como “caminho iluminado”. Thompson adota o termo pouco antes de aceitar o convite de cobrir a Mint 400, uma corrida de motos no deserto de Nevada, para a Sports Illustrated. Na companhia de um amigo advogado, ele parte em direção a Las Vegas, mas logo deixa de lado a corrida para concentrar-se em uma profunda análise sociológica dos viciados em jogo e drogas e todo o tipo de degenerado que se reúne em volta dos cassinos. O artigo é recusado pela Sports Illustrated, mas ganha destaque em duas edições da Rolling Stone, em novembro de 1971. Logo, é editado como livro e transforma-se em sua principal obra, sob o título de Fear and Loathing in Las Vegas: A Savage Journey to the Heart of the American Dream. Sua popularidade é tamanha que, em 1998, a história ganha as telas de cinema com Johnny Depp no papel principal.

Traduzido para o português pela Brasiliense em meados dos anos 80 sob o título Las Vegas na Cabeça, o livro não atrai muitas atenções e logo acaba saindo de catálogo. Sua obra amargaria cerca de vinte anos de ostracismo para, somente em 2004, voltar ao mercado brasileiro através da Conrad, atendendo uma demanda crescente de leitores, em sua grande maioria muito jovens, nas faixas inferiores aos 30 anos. Mas como esse público foi formado? O que explica esse fascínio pela obra de Thompson entre os leitores brasileiros?

Em primeiro lugar, não é toda a sua obra que convence os leitores tupiniquins. Na verdade, apenas seus primeiros livros, escritos há mais de 30 anos, em pleno auge da contracultura, cativam as atenções abaixo do Equador. Por estar tão associado ao nome do autor, gonzo jornalismo virou sinônimo de relatos inconseqüentes de grandes excessos – comportamento errático, desobediência, descrição extrema dos efeitos dos mais variados tipos de entorpecentes. É uma literatura confessional e sem censura, que fala a um público mais jovem, ainda respirando os nervosismos e os brios adolescentes – e que combina perfeitamente com as linguagens praticadas atualmente na Internet, onde o gonzo encontra maior respaldo. Outra possível explicação para a popularidade tardia do autor está diretamente ligada ao momento cultural que vive não só o Brasil como o mundo, e que podemos definir como a voyeurização da realidade. Numa sociedade em que os paparazzi, reality shows e weblogs são vistos como ícones representativos, não é de se estranhar que um estilo narrativo que ponha em primeiro lugar a experiência pessoal do seu autor seja sucesso. Mas, sobretudo, Thompson era, como dizia George Plimpton, uma “persona literária”, alguém dotado de um inegável carisma, e com uma grande capacidade de seduzir seus leitores.

O que há, portanto, em Hunter Thompson? Para o público brasileiro, não muito além da figura que representa a  quintessência do gonzo, esta forma malcriada de falar sobre tudo, direto de nossos umbigos, sem precisar se preocupar em levar nada muito a sério – e olha que isso não é assim tão pouca coisa.”

* Se você ainda quer saber mais sobre o Cardoso, clique aqui para ver a página pessoal dele e aqui para asssitir uma entrevista ao programa Lado C na L&PM WebTV.

Woody Allen está no 63º Festival de Cannes e na Coleção L&PM POCKET


O site oficial de Cannes é uma descoberta e tanto. Todas as notícias, trailers, trechos de filmes, entrevistas, fotos, arquivos, tudo, tudo mesmo, está lá. E sabe o que é melhor? Entre as opções de línguas disponíveis está o português (de Portugal, obviamente), o que facilita muito a navegação e as tantas descobertas. Pois é lá no site também que você pode assistir a trechos do próximo filme de Woody Allen: You Will meet a tall dark stranger. Ele está na seleção oficial, mas fora da competição e a sinopse disponível diz: “Amor, sexo, risos e traições. As vidas de vários personagens cujas paixões, ambições e angústias os conduzirão a todos os tipos de contrariedades, desde a mais maluca até a mais perigosa”. Ou seja: um Woody Allen legítimo. Entre os atores, Antonio Banderas, Anthony Hopkins e Naomi Watts. E o interessante é que, no site do festival, além dos créditos, estão disponíveis contatos e links úteis sobre o filme, como assessoria de imprensa e vendas para o estrangeiro. Quer comprar o filme? Clique aqui e vá direto para a página.

Mas enquanto You Will meet a tall dark stranger não chega por aqui (e provavelmente só chegará em 2011), divirta-se com os títulos de Woody Allen que a Coleção L&PM POCKET tem disponíveis. Entre as reedições que acabam de chegar está Adultérios, que traz três deliciosas histórias que se passam em Nova York e arredores com aqueles personagens que só Woody Allen poderia imaginar.