Charles Bukowski amava gatos. Tanto que escreveu textos, cartas e poemas em que citava os felinos. Muitos destes escritos foram reunidos em um volume chamado originalmente Os Cats que, breve, a L&PM lançará com o título de Sobre Gatos. E como 17 de fevereiro é o Dia Mundial do Gato, aproveitamos para compartilhar aqui trechos, fotos, um desenho e a capa do livro.
luz quentesozinhoesta noitenesta casa,sozinho com6 gatosque me contamsemesforçotudo quehápara saber.
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Os árabes admiram o gato, menosprezam mulheres e cães porque estes demonstram afeição e afeição é, segundo pensam alguns, um sinal de fraqueza. Bem, talvez seja. Eu não demonstro muito. Minhas esposas e namoradas reclamam porque mantenho minha alma isolada – e entrego meu corpo, talvez, puritanamente; mas voltemos ao maldito gato. Um gato é seu próprio SER. É por isso que, quando ele pega o pobre passarinho, não o solta de jeito algum. Isso é representativo das poderosas forças da VIDA que não soltam de jeito algum. O gato é o belíssimo diabo.[…]Não existem espíritos ou deuses num gato, não procure por eles, Shed. Um gato é a imagem da maquinaria eterna, igual ao mar. Nós não domesticamos o mar porque ele é bonitinho mas domesticamos um gato – por quê? – SÓ PORQUE ELE NOS DEIXA. E um gato não sabe nunca o que é ter medo – finalmente – ele só se mete na mola do mar e da rocha, e mesmo em uma luta mortal ele não pensa em nada exceto na majestade da escuridão.