Arquivo mensais:março 2013

Quadrinhos L&PM com 20% de desconto em Belém

Atenção, fãs de quadrinhos que moram em Belém! Todas as HQs da L&PM estão com 20% de desconto na FoxVídeo (Tv. Dr. Moraes, 584) até o dia 7 de abril. Aproveitem!

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Depois dos quadrinhos, é a vez da Série Biografias (8 a 21 de abril) e da Série Encyclopaedia (22 de abril a 5 de maio) ganhar 20% de desconto. Fiquem ligados!

Estreia em 29 de março, o imperdível documentário “O Dia que Durou 21 anos”

Flávio Tavares* tem 78 anos e uma história de luta contra o regime militar que governou o Brasil a partir do golpe de 1964. Ele estava entre os presos políticos que foram trocados pelo embaixador norte-americano Charles Burke Elbrick, sequestrado pelo MR-8 em 1969. Nos anos 1970, esteve exilado no México, onde nasceu seu filho Camilo, o diretor do documentário O Dia que Durou 21 Anos. Flávio Tavares assina a produção e é também o autor das entrevistas vistas ao longo do filme. A pedido do Jornal Zero Hora, ele enviou o depoimento a seguir sobre o projeto:

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“Descobrir segredos nos faz voltar à juventude e assim ocorreu com ‘O Dia que Durou 21 Anos’. A partir de velhos documentos que eu guardara desde 1977, no governo Carter, meu filho Camilo pesquisou os arquivos norte-americanos e lá encontrou coisas estarrecedoras sobre o golpe de Estado de 1964, que instituiu a ditadura no Brasil. Naqueles anos, eu era colunista político em Brasília da Última Hora, o único jornal que não apoiou o golpe, mas não sabia da dimensão e da profundidade da participação direta dos Estados Unidos. Achávamos que, no máximo, eles tinham ‘simpatizado’ com o golpe militar e, depois, mantido a ditadura, até que em 1977 o presidente Jimmy Carter mudou o rumo e a verdade começou a surgir. O filme revela o que se escondeu durante quase meio século. O golpe que levou à ditadura foi arquitetado pelo governo dos EUA e pela CIA em todos os detalhes. A esquadra dos Estados Unidos se mobilizou pelo mar e até a escolha do general Castelo Branco como presidente surgiu de sugestão do adido militar dos EUA, coronel Vernon Walters, que preparou as operações, sob as ordens do embaixador Lincoln Gordon. Parece fantasia, mas é verdade. Os norte-americanos documentam tudo e gravam até as conversas do presidente com seus assessores na Casa Branca, tal qual mostra o filme. Ao iniciar o longa-metragem, Camilo, o diretor, queria saber por que nascera no exílio, no México, e não na terra dos seus pais. Acabou revelando o passado oculto do Brasil, e eu próprio voltei a 1964, quando tinha 30 anos. Voltei à mocidade por saber da verdade.” (Flávio Tavares)

(O texto acima faz parte da matéria publicada em 28 de março de 2013 no Segundo Caderno do Jornal Zero Hora, que traz três páginas sobre o documentário O Dia que Durou 21 anos que estreia amanhã em várias capitais do Brasil).

Veja o trailer do filme:

Confira as salas em que o filme será exibido a partir do dia 29 de março:

São Paulo – Espaço Itaú e Reserva Cultural
Rio de Janeiro – Circuito Estação
Brasília – Espaço Itaú e Cine Cultural Liberty Mall
Porto Alegre – Espaço Itaú
Curitiba – Espaço Itaú
Florianópolis – Cine Spaço
Salvador – Espaço Itaú e Sala de Arte

*Pela L&PM Editores, Flávio Tavares publica Memórias do esquecimento (2012, Coleção L&PM Pocket) e 1961 – O golpe derrotado (2011, L&PM Editores). O documentário O Dia que Durou 21 Anos, produzido por ele e dirigido por seu filho Camilo Tavares, conta a história do acidentado caminho da democracia brasileira, golpeada em um “Dia D” peculiar, iniciado em 31 de março e encerrado no dia 1º de abril de 1964. O trabalho conjunto entre pai e filho deu origem a um documentário essencial para preencher uma lacuna que segue presente na memória do país.

Uma bela entrevista com a biógrafa de Sartre

A franco-argelina Annie Cohen-Solal é considerada a biógrafa oficial do filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980). Autora de Sartre – Uma biografia (L&PM) e Sartre (L&PM Pocket), Annie concedeu uma entrevista à Folha de S. Paulo, publicada em 26 de março na capa do Caderno Ilustrada. Segundo ela, o Brasil é um dos países mais sartreanos em que ela já esteve e que isso se deve, em parte, ao fato do filósofo ter passado três meses no país em 1960. Clique sobre a imagem para ler a entrevista:

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Clique na imagem para ampliá-la

A partir do segundo semestre de 2013, a L&PM Editores dá início à publicação de O idiota da família, a obra definitiva de Sartre em que ele traça, em três volumes, uma biografia minuciosa e impressionante do escritor Gustave Flaubert.

O quadro das multidões…

No dia 11 de agosto de 1911, a Mona Lisa foi roubada. Ela já era uma lenda e na época o roubo foi manchete de capa nos jornais do mundo inteiro. O quadro só foi recuoperado 2 anos depois, quando um certo Vincenzo Peruggia, tido como autor do roubo (leia “Roubaram a Mona Lisa!”, L&PM, 2009) tentava vendê-lo  para galeristas italianos que avisaram a polícia. Na época, o ladrão disse que havia cometido o roubo por patriotismo, já que a Mona Lisa era uma obra do italiano Leonardo Da Vinci e, portanto, tinha que estar exposta na Itália. Na verdade, entre lendas, verdades e mentiras ficou um rescaldo de dúvidas. Foram dois anos em que a polícia bateu cabeça atrás de um ladrão que evaporou-se com o quadro. O poeta Guillaume Apollinaire foi preso como suspeito e Pablo Picasso foi ouvido pela polícia, igualmente como suspeito do roubo. E as pessoas faziam fila no Louvre para ver o vazio da parede, onde antes pendia a famosa pintura. Depois que o quadro foi recuperado, surgiram várias versões e muitas dúvidas. Inclusive de que  a obra resgatada seria uma cópia magnificamente bem feita. Até hoje esta tese tem espaço e, como diriam os conterrâneos de Da Vinci “se non è vero, è ben trovato”. O certo é que a celebridade da Mona Lisa aumentou ainda mais, de forma gigantesca, e é, sem dúvida, como se vê abaixo, o carro chefe do Museu do Louvre que, generosamente, permite fotos.

Março de 2013: uma multidão se aglomera em frente à Gioconda. Foto: Ivan Pinheiro Machado

Março de 2013: uma multidão se aglomera em frente à Gioconda. Foto: Ivan Pinheiro Machado

Máquinas de todos os tamanhos e formatos se curvam diante dela. Foto: Ivan Pinheiro Machado

Máquinas de todos os tamanhos e formatos se curvam diante dela. Foto: Ivan Pinheiro Machado

Uma multidão querendo ver e fotografar a pop star Monalisa. Foto: Ivan Pinheiro Machado

Uma multidão querendo ver e fotografar a pop star Mona Lisa. Foto: Ivan Pinheiro Machado

Millôr, eterno Millôr

27 de março de 2013: exato um ano que Millôr Fernandes se foi. Um ano de saudades de um genial artista e grande amigo. Sua relação com a L&PM foi longa e embalada pela amizade de décadas. Anos que renderam encontros célebres, conversas inesquecíveis e livros eternos.

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Millôr Fernandes, Paulo Lima (o L da L&PM) e Ivan Pinheiro Machado (o PM) no início dos anos 80

Clique aqui e leia mais sobre Millôr e seus livros.

O valor de Napoleão

“Uma bela mulher agrada os olhos, uma boa mulher agrada o coração; uma é uma joia, a outra um tesouro” (Napoleão Bonaparte)

A máxima acima é um dos tantos pensamentos de Napoleão que Honoré de Balzac reuniu no livro Napoleão – Como fazer a guerra (Coleção L&PM Pocket). Uma frase que tem tudo a ver com o que aconteceu no início desta semana: o leilão do anel de noivado oferecido em 1796 por Napoleão Bonaparte a Josefina de Beauharnais.

A joia foi vendido no domingo (24 de março) por 896.400 euros, quase R$ 2,4 milhões de reais, durante um grande leilão organizado pela casa Osenat. Com 18 milímetros de diâmetro, o anel em ouro com um diamante e uma safira esculpida em forma de pera, com a inscrição “você e eu”, havia sido avaliado entre 8 mil e 12 mil euros. “Na época, Bonaparte tinha pouco dinheiro. O anel é de uma simplicidade incontestável”, afirmou Jean-Christophe Chataignier, diretor do departamento de objetos históricos da casa Osenat.

Em 24 de fevereiro de 1796, Napoleão Bonaparte anunciou o seu noivado com Josefina, viúva de Alexandre de Beauharnais. Eles se casaram no civil no dia 9 de março, pouco antes de assumir o comando da campanha da Itália. A joia fazia parte da coleção do príncipe Victor Napoleão (1862-1926), neto de dois reis. Seus avôs eram o último irmão de Napoleão, Jérôme, rei de Westphalie, e Victor-Emmanuel II, rei da Itália. Ele herdou grande parte dos objetos de família ligados a Napoleão, indicou Chataignier.

Outra peça importante vendida no leilão foi um retrato do duque de Reichstadt, o filho de Napoleão I e Marie Louise, com 12 anos. No retrato, o duque aparece vestindo em um uniforme branco do 1º Regimento da Infantaria Imperial Austríaca oferecido a ele por seu avô materno em seu aniversário. O imperador austríaco Francisco I encomendou em 1823 o retrato de seu filho-neto do pintor Peter Krafft.

A pintura foi vendida por 435.600 euros, cerca de duas vezes sua estimativa.

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O “fantástico, belo e inigualável Gregory Corso”, por Jack Kerouac

Em 26 de março de 1930 nascia Gregory Corso, um dos maiores poetas da geração beat, amigo de Jack Kerouac e Allen Ginsberg, e que, por isso, aparece inúmeras vezes nas cartas trocadas entre os dois. Nesta correspondência, de 18 de outubro de 1957, Kerouac conta a Ginsberg como recomendou as poesias de Corso a Lawrence Ferlinghetti, o editor e dono da City Lights:

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A L&PM publica esta e outras preciosidades no livro As cartas.

A maior feira de livro infantil do mundo

bolonha_logoDesde 1964, ela exibe o que há de melhor no mundo da literatura infantil. Em sua 50ª edição, a Feira Internacional do Livro Infantil de Bolonha (Bologna Children’s Book Fair), na Itália, é uma tradição entre editores do mundo inteiro que querem mostrar ou encontrar as melhores histórias e ilustrações dedicadas às crianças. Este ano, o evento abriu suas portas na segunda-feira, 25 de março, e recebe visitantes até quinta-feira, dia 28.

Ao todo são 1.200 expositores de 66 países, sendo que o país homenageado de 2013 é Suécia. Para o Brasil, o clima – assim como foi em Frankfurt em 2012 – é de preparação para o ano que vem, quando seremos o país homenageado (pela segunda vez, assim como na feira alemã). Seis autores brasileiros estão presentes em Bolonha este ano: Ana Maria Machado, Anielizabeth Cruz, Maurício de Sousa, Anna Claudia Ramos, Roger Mello e Sandra Pina.

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Memórias beats numa tarde em Nova York

Very interesting”. Foi o que eu ouvi de um senhor de cabelos brancos que saía da exposição “Beat Memories” na minha frente. O que se passou por baixo dos seus cabelos brancos, eu não sei. Mas ele parecia empolgado. E eu mais ainda. Um encontro com os beats em plena tarde fria de um sábado em Manhattan é algo que realmente emociona. Principalmente quando esse encontro se dá ao acaso. Isso porque eu não sabia dessa exposições de fotos de Allen Ginsberg. Esbarrei com ela sem querer, ao dobrar uma esquina no primeiro dia da minha viagem (não são esses os melhores encontros?), quando dei de cara com um imenso cartaz na vitrine da National Galery of Art. Na exposição, fotos que o autor de Uivo clicou ao longo da vida – ou que algum outro beat fez dele entre as décadas de 50 e 90. Algumas imagens são célebres como a de Kerouac passando pela estátua de Samuel Cox ou a dos amigos beats em frente à City Lights. Outras eu nunca tinha visto antes como a foto de Peter Orlowski – que foi companheiro de Ginsberg por décadas – sentado ao lado de sua família. Uma imagem que é de uma melancolia desconcertante. Assim como também é impactante ver os autos-retratos que o poeta/fotógrafo fez alguns poucos anos antes de morrer, em frente a espelhos de hotéis. Para completar, no meio das fotos, aquários de vidro mostram cartas, bilhetes e primeiras edições como as de Uivo e Tristessa. Por tudo isso, esse encontro foi, na verdade, muito mais do “very interesting” para mim. Fica a dica para quem visitar Nova York até 6 de abril, data de encerramento da exposição. (Paula Taitelbaum)

O grande Allen - Foto: Paula Taitelbaum

O grande Allen – Foto: Paula Taitelbaum

As famosas de Jack Kerouac - Foto: Paula Taitelbaum

As famosas de Jack Kerouac – Foto: Paula Taitelbaum

Muito preto no branco. Foto: Paula Taitelbaum

Foto: Paula Taitelbaum

Eduardo Galeano e o Dia Mundial da Água

22 de março

Dia da Água

De água somos.

Da água brotou  a vida. Os rios são o sangue que nutre a terra, e são feitas de água as células que nos pensam, as lágrimas que nos choram e a memória que nos recorda.

A memória nos conta que os desertos de hoje foram os bosques de ontem, e que o mundo seco foi mundo molhado, naqueles remotos tempos em que a água e a terra eram de ninguém e eram de todos.

Quem ficou com a água? O macaco que tinha o garrote. O macaco desarmado morreu de uma garrotada. Se não me engano, assim começava o filme 2001, Uma odisseia no espaço.

Algum tempo depois, no ano de 2009, uma nave espacial descobriu que existe água na Lua. A notícia apressou os planos de conquista.

Pobre Lua.

* trecho retirado do livro Os filhos dos dias, de Eduardo Galeano, que traz uma história para cada dia do ano.