Arquivo mensais:março 2010

L&PM em tempo real #1 – “História regional da infâmia”

Como prometemos lá na primeira apresentação (sim, já tivemos duas) do blog, o nosso objetivo é fazer com que você, caro leitor, fique sempre por dentro do que está acontecendo na editora.  Na última semana, por exemplo, quem veio fazer uma visita ao editor Ivan Pinheiro Machado foi o jornalista e escritor Juremir Machado da Silva.

Juremir e Ivan discutem "História regional da infâmia", que deve ser lançado no segundo semestre de 2010 / Fotos: Cristine Kist

Os dois conversaram sobre o próximo livro de Juremir, que deve ser lançado no segundo semestre desse ano sob o título provisório de História regional da infâmia – O destino dos negros farrapos e outras iniquidades brasileiras.

Saiba mais sobre o livro nesse pequeno resumo feito pelo Ivan:

“Juremir Machado da Silva pesquisou 3 anos, estudou 15 mil documentos com a ajuda de mais 10 pesquisadores. O resultado foi um livro que desnuda a Revolução Farroupilha do manto de mitos que a envolve. É um livro, ao mesmo tempo, sobre a história da revolta e sobre ‘a questão do mito’.  Há um estudo minucioso sobre o célebre combate de Porongos, onde foram massacrados mais de 100 soldados que faziam parte do batalhão dos ‘lanceiros negros’. Juremir alimenta a discussão sobre se houve ou não traição em Porongos. E conclui, como tantos outros historiadores, que tudo não passou de um estratagema para se livrarem dos negros revolucionários. Afinal, os chefes farroupilhas prometeram libertar os negros combatentes da escravidão e este era um item polêmico na hora de acertarem a capitulação com o Império.
‘História regional da infâmia’ é um livro ímpar pela profundidade com que ataca assuntos considerados ‘tabus’ no Rio Grande. E mostra que na realidade a revolução Farroupilha foi uma revolta de estancieiros com menos de 3.000 baixas. Se considerarmos que a guerra da Secessão americana consumiu mais de 600 mil vidas em 5 anos, devemos louvar a guerra farroupilha que fez muito barulho, mas na realidade consumiu 0,5% das vidas da guerra civil americana, no dobro do tempo. Enfim, o livro, ao desnudar o mito, reduz o movimento a uma dimensão infinitamente menor do que aquela que nos ensinam nas escolas. Ele analisa a mistificação criada a partir do século XX e a espantosa competência daqueles que ‘incharam’ a história de uma revolta que não foi assim tão terrível. Afinal, os revolucionários jamais controlaram Porto Alegre, Rio Grande e Pelotas, praticamente as únicas cidades importantes do estado à época. E, ao contrário de todas as revoluções, esta acabou muito bem, com os seus chefes indenizados regiamente pelos vencedores imperiais e voltando para suas fazendas sem serem incomodados.”

Ivan Pinheiro Machado

Reestreia oficial

O blog da L&PM está de volta. Completamente repaginado e adaptado ao novo site, esse espaço se propõe a ser o canal direto de comunicação entre os leitores e a editora.

No blog será possível saber o que acontece na L&PM quase que em tempo real, ler e publicar resenhas e ver dicas de filmes, peças e exposições. Também daremos nossa opinião sobre os mais diversos assuntos relacionados à cultura, à internet e ao mercado editorial. 

Sejam bem-vindos, mais uma vez.

Para ver sua resenha publicada aqui, basta enviá-la para comunicacao@lpm.com.br

Blog, WebTV e um novo site comemoram 36 anos de L&PM e 15 anos na internet

Por Ivan Pinheiro Machado

A internet ainda engatinhava no Brasil de 1995. Em Porto Alegre, eram apenas dois provedores: a Nutec (que mais tarde seria o ZAZ e, na bolha das grandes aquisições, acabaria sendo absorvida pelo Terra) e a estatal PROCERGS, que cuidava de toda a parte técnica dos sistemas de informática do Governo do Estado. Eram essas duas empresas que abrigavam os 450 internautas até então registrados no Rio Grande do Sul. A “operação internet” começava muito mais como uma excentricidade, um investimento no futuro. Nem Bill Gates tinha entrado na jogada, e a única ferramenta de acesso à internet era o velho “Netscape”. Atenta à novidade, a L&PM entrou em contato com diretora da PROCERGS, Marli Nunes Vieira, e propôs uma parceria com a estatal – imediatamente aceita – para colocar no ar o site inaugural da editora. Depois de seis meses de trabalho, em setembro de 1995, a página virtual da L&PM foi lançada. Era o primeiro site comercial do Rio Grande e o primeiro site de uma editora no Brasil, com todos os livros cadastrados, capas, sinopses e biobibliografias do autores. E lá se foram 15 anos.

Em 2010 já não são 450 internautas. São milhões de pessoas conectadas, dependentes, interligadas, transformando a internet no mais corriqueiro meio de comunicação e informação. De lá para cá, assim como a web mudou, a L&PM cresceu. E tornou-se protagonista da única grande revolução que aconteceu no mercado editorial brasileiros nos últimos 20 anos: a implantação do livro de bolso como um hábito do brasileiro. Portanto, não é soberba dizer que está no DNA da editora abrir caminhos e perseguir o novo, o inusitado.

No distante ano de 1974, dois jovens de 21 anos juntaram seus nomes e seus sonhos para criar uma microeditora que, em princípio, deveria ser uma experiência undergournd, bem ao gosto dos anos 70. Hoje, a L&PM se posiciona entre as grandes editoras brasileiras, e é líder de mercado no segmento de livro de bolso. O que faz com que tenhamos muito para comemorar.

Pois é na esteira dessa comemoração, para registrar essa vontade de lançar o novo, que estamos inovando mais uma vez. A partir dessa segunda-feira, 15 de março, o site pioneiro da L&PM estará novo – de novo. Além da mudança no design, de notícias, sinopses de livros e biografias, vamos inaugurar o Blog da L&PM e a primeira WebTV de uma editora no Brasil. O Blog será um espaço em que pretendemos expor o cotidiano do nosso trabalho e publicar idéias, comentários e mensagens de nossos amigos, autores e leitores. A Web TV, que entra no ar já na segunda-feira, é um projeto piloto que deverá se consolidar e ganhar novos programas a partir do início de abril. Lá, você encontrará os autores da editora falando sobre sua vida e obra, além de vídeos relacionados com o nosso trabalho, entrevistas, curiosidades e tudo o que tem a ver com cultura em geral. Mais uma vez – a exemplo dos livros de bolso – os nossos colegas vão ter que correr atrás. E o beneficiado será sempre o leitor. A idéia é essa.