Arquivo mensais:outubro 2010

Paris II: “Piratas, por favor, copiem”

Domingo de sol em Paris. Se a cidade tem uma aparência preguiçosa e domingueira nos bairros residenciais, na Avenida Champs-Élysées ninguém está para brincadeira. As grandes lojas estão abertas para as hordas de turistas. E, no coração da avenida, está a principal loja  parisiense da Louis Vuitton, a campeã do luxo, com as bolsas e as malas mais caras e mais imitadas do mundo. De todas as megas lojas da Champs-Élysées, só a Louis Vuitton tem fila: turistas, predominantemente japoneses, aguardam disciplinadamente a sua vez de gastar uma fortuna. E ficam lá ao relento, chova ou faça sol, sem sequer um cafezinho. O segredo de tanto sucesso talvez esteja também no fato de que a Louis Vuitton contraria todas as teses. Quanto mais é copiada, pirateada, falsificada, mais a marca é valorizada. Inclusive num ato de extremo bom humor ela brinca com os piratas ao içar, no alto do mastro da sua principal loja mundial, uma bandeira com a caveira e as duas tíbias. Na loja, depois de uma espera média que vai de 30 minutos a uma hora, você pode comprar uma bolsa relativamente simples por 500 euros. A poucas quadras dali, orientais vendem as bolsas frias por 50 euros. Mas não tem filas.

Bom humor faz parte da marca mais copiada do mundo. Foto: Ivan Pinheiro Machado

No domingo, as filas para entrar na Louis Vuitton podem chegar a uma hora. Foto: Ivan Pinheiro Machado

Confirmado ator que viverá Professor Moriarty em Sherlock Holmes 2

Falou-se em Daniel Day Lewis, Brad Pitt, Sean Penn, Gary Oldman e até Javier Barden. Mas o escolhido para viver o maior vilão de Sherlock Holmes, na continuação do filme dirigido por Guy Ritchie, foi Jared Harris (foto ao lado). Outros nomes que já foram confirmados para Shrelock Holmes 2 são os da atriz sueca Noomi Rapace e do inglês Stephen Fry. Apesar da Warner Bros ainda não ter divulgado oficialmente qual será o papel de Noomi na trama, o Hollywood Report acredita que a bela viverá uma cigana francesa.  Quanto à Fry, ele será Mycroft Holmes, irmão mais velho de Sherlock. Mycroft tem as mesmas capacidades de dedução e lógica do detetive, mas pouca disposição para as atividades físicas, preferindo ocupar um cargo burocrático do governo britânico. Robert Downey Jr. e Jude Law seguem na pele da dupla criada pelo mestre  Arthur Conan Doyle e as filmagens devem iniciar no final deste ano com estreia mundial prevista para 16 de dezembro de 2011. Vai ser duro agüentar até lá? Que tal mergulhar nas aventuras de Sherlock Holmes que a L&PM oferece em seu catálogo? Abaixo, você confere o teaser do filme:

Uma semana depois de ganhar o Nobel, Vargas Llosa vem ao Brasil

Por Carolina Marquis

Quando a organização do Fronteiras do Pensamento, evento nacional com base em Porto Alegre, convidou Mario Vargas Llosa para ser um dos palestrantes, nem imaginava que, no lugar de um grande escritor, traria à cidade um Prêmio Nobel! Pois foi assim que, ontem, praticamente uma semana depois da premiação, lá estava ele… entre nós.

“Estava iniciando minha vida como escritor quando comecei a ler Faulkner. Neste momento pensei que eu não tivesse talento algum”. A frase proferida por Llosa foi recebida entre risos e aplausos por uma plateia lotada que se reuniu para assistir ao homem que escreveu Conversas na Catedral.

Do povo que momentos antes estava diante da porta do Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, lutando incansavelmente pelos ingressos remanescentes, sentia-se uma vibração única. Estavam todos ali para ver, ouvir e enobrecer-se com as esperadas palavras de Llosa. Houve uma menina peruana que quase chorou tentando convencer outra a lhe presentear com seu ingresso. E também jornalistas e fotógrafos que se espremiam para conseguir a melhor fotografia. Antes do Nobel aparecer, o balançar de pernas nas cadeiras denunciava o nervosismo e a ansiedade que a espera proporcionava. Quando o escritor entrou em cena, a apoteose se fez. A reitoria da universidade transformou-se em um estádio de futebol, onde todos torciam para o mesmo time: o das letras e o de Llosa. Não houve uma pessoa que conseguisse ficar sentado.

Vargas Llosa e o mestre de cerimônias, Sergius Gonzaga - Foto: Carolina Marquis

Ao final da palestra, permeada por risos, sorrisos e encanto, o escritor abriu a cena para os autógrafos. As cem senhas que foram disponibilizadas no primeiro momento não foram suficientes para agradar à manada de torcedores que se reunia diante da sala que abrigava o mestre. Na fila estavam todos os tipos: senhoras da alta sociedade devidamente maquiadas e arrumadas para ver o ídolo, jovens que acabavam de descobrir o prazer das letras, pessoas que, inconsoláveis, não conseguiam se conformar com a ideia de não terem em seus livros a prova assinada de que viram Llosa pessoalmente. “Acho que vamos ter que seguir ele até o hotel para conseguir um ingresso”, planejavam duas jovens que em suas mãos carregavam um par de exemplares de Travessuras da menina má.

Vargos Llosa durante os autógrafos em Porto Alegre

Em Porto Alegre, Vargas Llosa autografou para cem privilegiados - Foto: Carol Marquis

Dom Quixote em ilustrações de Dubout

As histórias delirantes e heróicas do cavaleiro Dom Quixote, seu pangaré Rocinante e Sancho Pança,  foram ilustradas em 1938 por um dos grandes nomes do cartoon francês, o desenhista Albert Dubout. Dubout ilustrou livros de grandes nomes da literatura como Boileau, Beaumarchais, Mérimée, Rabelais, Villon, Cervantes, Balzac, Racine, Voltaire, Rostand, Poe e Courteline. A L&PM publica Dom Quixote e também a edição especial Dom Quixote Neoleitores.

Ilustrações de Albert Dubout para L'Ingenieux Hidalgo Don Quichotte de la Manche (1938)

Ilustrações de Albert Dubout para L'Ingenieux Hidalgo Don Quichotte de la Manche (1938)

Ilustrações de Albert Dubout para L'Ingenieux Hidalgo Don Quichotte de la Manche (1938)

Paris I: Tio, tem uma moeda?

O “flagrante” abaixo ocorreu no semáforo em frente ao Quai d’Orsay, Saint Germain de Près, Paris. Um dos pontos mais sofisticados do mundo. Tanto é verdade que o mendigo vai direto na flamante Ferrari. E não leva. Ou seja, o primeiro mundo não é mais o mesmo.

Foto: Ivan Pinheiro Machado

Para saber mais sobre a “Cidade Luz”, leia Paris: Biografia de uma cidade, de Colin Jones e Paris: Uma história de Yvan Cambeau, na Série Encyclopaedia.

Lê “O lírio do vale”, e morre…

Um beijo roubado a uma condessa numa festa popular. O jovem Félix Vandenesse fica enfeitiçado pelo sabor divino que fica impregnado na sua boca. Inicia-se então uma profunda ligação platônica (!) entre os dois, pois a condessa ama o rapaz, mas não quer trair o conde. Vá entender as mulheres… Mas eu não vou contar O lírio do Vale, de Balzac, que a L&PM está reeditando numa tradução magnífica de Rosa Freire d’Aguiar. Para aguçar a curiosidade do leitor, eu vou transcrever aqui esta preciosidade que é um bilhete de Monteiro Lobato ao seu amigo Godofredo Rangel sobre essa obra:

“(…) só tenho um conselho a dar-te: lê O lírio do vale e depois varre de tua cabeça o alfabeto, para que nenhum livro venha a profanar esta leitura suprema e última. Lê O lírio, Rangel, e morre. Lê O lírio, e suicida-te, Rangel. Se não tens aí, posso mandar-se o meu – e junto o revólver.” (IPM)

Hunter Thompson com o diabo no corpo

Depois de publicar Medo e delírio em Las Vegas, a L&PM lança Hell´s Angels, a mais famosa obra de Hunter Thompson. Da proximidade do jornalista doidão com a trupe de motoqueiros da pesada, surgiu um retrato  sociológico, antropológico, psicológico e político dessa gangue, os Hell´s Angels. Mas enquanto o livro não chega por aqui, dividimos com você essa “pérola”: durante uma entrevista para um programa da TV americana , Hunter Thompson é surpreendido pela chegada de um dos motoqueiros no estúdio que, raivoso, diz “65% deste livro é lixo!”

As viagens de Kafka

Os leitores de Franz Kafka vão amar esta notícia. Estão disponíveis na internet uma série de fotografias de lugares que Kafka visitou e morou ao longo de sua vida.  O projeto “As viagens de Franz K.” foi idealizado por um gurpo de artistas europeus que decidiu mostrar a personalidade do autor sob outro ponto de vista. O grupo pesquisou informações históricas sobre países e cidades visitadas pelo grande escritor. Fotos como esta logo abaixo são algumas das pérolas que você acha por lá: A porta da casa do tio de Kafka….
Uma curiosidade interessante da pesquisa: “Todas essas informações nos mostram Kafka como uma pessoa muito ativa,  interessado, entre outras, em um estilo de vida saudável e em novidades culturais e técnicas”.

Gostou? Então acesse http://www.franzkafka.info

O encontro com Peanuts, Gallimard e Oxford

A edição de 2010 da Feira do Livro de Frankfurt fechou seus cinco dias com 279.325 visitantes e 3.000 eventos. Lá, estavam estandes como o de “Peanuts completo”, publicado no Brasil pela L&PM, além de editoras como a Gallimard (série L&PM BIOGRAFIAS) e a Oxford (série L&PM ENCYCLOPAEDIA).

Marilyn, quem diria, virou escritora!

Na quinta-feira passada, as livrarias parisienses amanheceram com enormes pilhas nas vitrines, exibindo a grande novidade do dia e, quem sabe, da “reentrée” (os meses de outono onde se concentram os grandes lançamentos do ano): “Fragments”, uma antologia de fotos, textos manuscritos, bilhetes e poemas de ninguém menos do que Marilyn Monroe, o maior ícone do cinema mundial. Segundo Jean Marc Parisis, crítico do jornal Le Fígaro, que leu com exclusividade o livro, “Marilyn não é uma bela e deslumbrante idiota! Muito pelo contrário. Os poemas, notas e cartas deixados por Marilyn mostram que a atriz também sabia escrever (…)”. A obra, quase toda “facsimilizada”, tem como objetivo, segundo o editor, “passar para o leitor a dramaticidade do material”. Curiosamente, o editor que recebeu a incumbência de selecionar e publicar o conteúdo é um francês, Bernard Comment, que capitaneia o projeto de edição mundial do livro. A edição francesa, que saiu pela “maison” Seuil, tem 269 páginas e traz o prefácio de Antonio Tabucchi. Antes dos resultados das vendas dos direitos em Frankfurt, quando provocou encarniçados leilões, 11 países já haviam fechado contratos de edição. Os direitos pertencem à sucessão de Marilyn, cuja principal representante é Anna Strasberg, viúva de Lee Strasberg, agente de Marilyn.