Arquivo mensais:novembro 2010

Um século sem Leon Tolstói

Há poucos dias, fez 100 anos que Leon Tolstói morreu. Foi em 20 de novembro de 1910 que o mundo inteiro chorou a perda do grande escritor russo, considerado (por muitos) o maior de todas as épocas. Tão impactante foi sua morte que, alguns anos depois, o escritor Thomas Mann disse que “se o moralista Leon Tolstói ainda estivesse vivo, teria sido possível evitar a Primeira Guerra Mundial”. Um século depois do seu falecimento, seu texto continua fascinando leitores de todos os cantos do planeta. E seu nome permanece na lista dos mais admirados. No Tolstoy Estate-Museum, localizado em Moscou, na casa em que o escritor viveu por quase duas décadas com a esposa Sophia e dez filhos, foi organizada uma exposição e eventos literários. Com um enorme jardim, o local preserva muitos dos objetos pessoais de Tolstói e os visitantes ficam com a impressão de que o escritor pode voltar para sua casa a qualquer momento. A preservação do mobiliário, fotos e porcelana sobre a mesa de jantar foi conservada mesmo depois da Revolução para que os russos pudessem ter a chance de ver como o aristocrata vivia. No amplo salão, entre 1882 e 1901, circularam celebridades como os compositores Skriabin, Rachmaninov e Rimsky-Korsakov, e os também escritores Anton Tchékhov e Máximo Gorki. Durante os 19 que a casa foi ocupada por Tolstói e sua família, ele escreveu quatro livros, entre eles, “A morte de Ivan Ilitch”. Mas esse não é o único museu em homenagem ao autor de “Guerra e paz”. O Museu Yasnaya Polyana, 210 quilômetros ao sul de Moscou, é uma propriedade de 1.600 hectares que o escritor herdou quando tinha 19 anos e que durante décadas foi usada pela família Tolstói.  Neste museu, tudo também foi preservado e há uma exposição permanente que mostra como ele vivia, dormia e comia. Sem contar que em seu parque são apontados os caminhos que o escritor mais gostava de percorrer. Para completar, é em Yasnaya Polyana que está o túmulo de Tolstói, sepultado ali de acordo com seu próprio desejo.

Leon Tolstói e sua esposa Sophia na propriedade de Yasnaya Polyana

O museu Yasnaya Polyana, que conserva grande parte da memória de Tolstói, é também o local onde ele foi sepultado

Os poderes do cérebro

Está circulando nos jornais e blogs de todo o mundo a  noticia de uma nova descoberta sobre os poderes do nosso cérebro. E o melhor é que a novidade tem tudo a ver com livros!!! Um artigo recentemente publicado na revista Science sugere que aprender a ler é uma das experiências mais importantes para o cérebro. A partir da leitura, nossa “caixa pensante” é estimulada e pode até “fazer milagres”. Segundo o artigo, há um consenso entre os pesquisadores de que, quando aprendemos a ler, em vez de confiar em antigos mecanismos de evolução, o nosso cérebro adapta recursos pré-existentes para processar as informações visuais. Mas, a final, como funciona o cérebro? Quão diferente é um cérebro humano de cérebros de outras criaturas? O cérebro humano ainda está evoluindo?  As respostas você vai encontrar no livro O cérebro, de Michael O´Shea que a L&PM lançará até o fim de 2010. No livro O´Shea relata , por exemplo, o que acontece com o nosso cérebro em testes como o do vídeo abaixo…Quantos passes acontecem entre os jogadores de camiseta branca?

Você enxergou o gorila?

O símio aparece cruzando a tela durante cinco segundos! Curioso por saber mais? Logo logo o livro estará nas bancas. A obra é mais um lançamento da serie Encyclopaedia.

Morreu Alfredo Oliveira, o “Carioca”

Morreu no sábado, dia 20 de novembro, aos 67 anos, o ilustre portoalegrense Alfredo Oliveira, conhecido na cidade inteira por “Carioca”, gremista apaixonado, boa praça, proprietário da gráfica que imprimiu o primeiro livro da L&PM Editores. Por uma curiosa coincidência, no post da série “Era uma vez uma editora…” da semana passada o assunto era a história do primeiro livro: “Rango marron: vanguarda por acaso” e eu cito o “Carioca”. Nós éramos meninos, o Paulo Lima e eu, e não tínhamos dinheiro para imprimir o primeiro livro da editora. O Carioca era nosso amigo, liberou a gráfica num sábado à tarde e nós imprimimos o livro de graça. Foi o mais vendido da Feira do Livro de 1976. Vendeu tanto que conseguimos pagar a reedição… Portanto, o Carioca está para sempre na nossa história, com sua generosidade e seu bom humor.

Ivan Pinheiro Machado

A bizarra lista da Feira do Livro

Juremir Machado da Silva*

Saiu a lista dos livros mais vendidos da Feira de Porto Alegre, que a Câmara do Livro chama de lista dos “mais comprados”. Uma turma de alunos da Ufrgs foi encarregada de entrevistar 600 pessoas. Eles pediram a cada entrevistado para citar dez livros adquiridos na Feira. A lista é cômica. A Câmara do Livro poderia simplesmente perguntar em cada banca o que foi mais vendido. Não faz isso por não acreditar nos vendedores. Acha que eles mentem para tentar induzir a saída de determinado livro. O novo sistema de pesquisa é pior. Vou dar alguns exemplos contundentes. Autografei na Feira “1930” e “História regional da infâmia”. Fiquei mais de hora e meia assinando cada um deles para leitores. Ao longo dos 15 dias da Feira, autografei sem parar esses dois livros. Nenhum deles apareceu na lista. Por quê?
A Sulina fez três promoções sugeridas por mim: “Raízes do mal”, de Maurice Dantec, a minha “Trilogia de Palomas” e “Partículas elementares”, de Michel Houellebecq. Dantec vendeu os 591 exemplares disponíveis. A trilogia vendeu 617 livros. Saíram 118 “Partículas”. Nenhum deles entrou na lista dos 35 “mais comprados”. Curiosamente um livro meu apareceu nessa lista: “Getúlio”, romance de 2004, que não teve sessão de autógrafos e não estava em foco. Liguei para Osvaldo Santucci, distribuidor da Record no Rio Grande do Sul e livreiro na Feira. Ele foi sincero: vendeu 30 exemplares de “Getúlio” na Feira. Era tudo o que tinha no estoque. Uau! De “1930”, estima ter vendido mais de 800. Vamos recapitular? Dantec, Houellebecq e eu mesmo, com vendas de 120 a 800 exemplares, perdemos para “Getúlio”, com 30.

A assessoria prestada pelos alunos da Ufrgs pretende ter feito uma pesquisa científica. Os aluninhos merecem todos fazer novamente a disciplina. Estão reprovados. Santucci, pela sua experiência, garante que, em média, o livro mais vendido da Feira anda pelos 1.500 exemplares. Num caso excepcional esse número teria chegado a oito mil. Se o primeiro vendeu 1.500, poderia um livro com 800 exemplares vendidos não ficar entre 35 mais comprados? O bom livro “Havana”, de Airton Ortiz, aparece em décimo na lista da Feira. Segundo Santucci, também seu distribuidor, foi menos vendido por ele do que “1930”. O inacreditável “A Batalha do apocalipse” aparece um sétimo. Santucci conta que havia pedido um grande número de exemplares, prevendo uma vendagem excepcional. Foi, segundo ele, um dos seus maiores fracassos. Nem falei ainda de “História regional da infâmia”. Aí é que pega.
“História regional da infâmia” estava à venda em 30 bancas. Poucos livros tiveram tantos pontos de venda. Só na da L&PM, editora do livro, vendeu 150. Todas as outras bancas pediram reposição mais de uma vez. A editora terá os dados exatos na próxima semana. Pode-se especular uma vendagem de mil exemplares. Isso é que dá ser escritor maldito. É sina. Eu me orgulho. Sempre na contramão. Numa coisa, ao menos, a Feira do Livro é coerente com o seu imaginário: a sua lista de “mais comprados” é de ficção.

*O texto acima foi originalmente publicado no jornal Correio do Povo em 19 de novembro de 2010

Edgar Allan Poe mais vivo do que nunca

A foto acima é uma das primeiras imagens divulgadas do ator John Cusack caracterizado como o escritor Edgar Allan Poe, no set de The Raven. A produção contará os últimos cinco dias da vida do escritor, cuja morte é até hoje um mistério. O filme deve estrear em 2011, mas antes disso os admiradores de Poe terão outra novidade. A L&PM lançará, até o final de 2010, Três investigações de Dupin.  O volume reúne os únicos contos protagonizados por Dupin: Assassinatos na rua MorgueO mistério de Marie Rogêt A carta roubada. Aguarde!

As belezas do Islã na cidade maravilhosa

Até 26 de dezembro, cariocas e visitantes que chegam ao Rio de Janeiro podem ver de perto as obras dos principais museus da Síria e do Irã. O CCBB Rio (Centro Cultural Banco do Brasil) apresenta a exposição Islã. São mais de 300 peças que incluem mobiliário, tapeçaria, vestuário, armas, armaduras, utensílios, mosaicos, cerâmicas, objetos de vidro, iluminuras, pinturas, caligrafia e instrumentos científicos e musicais. A mostra faz, ainda, um passeio cronológico por 13 séculos de história da cultura islâmica, que nasce na Península Arábica e se expande, até dominar o território da península Ibérica e terminando no pé dos Himalaias. Os acervos vêm de importantes museus da Síria e do Irã: Museu Nacional de Damasco, do Palácio Azem (Museu das Tradições Populares) e Museu da Cidade de Aleppo, na Síria; e Museu Nacional do Irã, Museu Reza Abassi e Museu dos Tapetes, em Teerã. A curadoria é de Rodolfo Athayde e Paulo Daniel Farah.

A exposição será realizada no CCBB São Paulo, de 17.01 a 27.03.2011, e CCBB Brasília, de 25.04 a 10.07.2011.

Exposição Islã
Até 26 de dezembro de 2010
Local: CCBB Rio de Janeiro
Rua Primeiro de Março, 66 – Rio de Janeiro, Centro
de terça a domingo das 9h às 21h
Entrada franca



Quem quiser se preparar e visitar a exposição conhecendo mais sobre aspectos essenciais da cultura islâmica, não pode deixar de ler Islã, da série Encyclopaedia. O livro, escrito por Paul Balta com tradução de William Lagos, aborda alguns problemas essenciais do islamismo e procura demonstrar que, embora alguns preconceitos tragam em si elementos de verdade, o Islã não somente fixo, imutável e intolerante como muitos crêem.

Livros de sorte

Por Paula Taitelbaum

Livros, assim como pessoas, têm sorte. Não falo da sorte de serem publicados, lidos, vendidos. Isso é como nascer, crescer e morrer – faz parte da vida. Mas sim a sorte de, lá no meio do caminho, quase por acaso, serem agraciados com a boa sina. Há livros que ganham na loteria do boca-a-boca, que são sorteados para cair nas mãos de pessoas influentes, que nascem virados pra lua, que… bingo! Falo isso porque, um belo dia, a sorte bateu na capa do meu livro de estreia, Eu versos Eu, publicado de forma independente em 1998. Era domingo de manhã e o telefone tocou: do outro lado da linha, havia uma amiga eufórica. Ouvi dela que, na noite anterior, enquanto assistia a um show de Ivan Lins, no Theatro São Pedro em Porto Alegre, reconheceu um poema meu na voz do cantor. No final da música, ele confirmou: “esse poema é de Paula Taitelbaum”. Quando ela terminou de contar, eu perguntei “Como assim? Eu nem gosto das músicas do Ivan Lins. Quer dizer… não gostava”. Ela não soube explicar, mas disse que haveria novo show naquele mesmo dia, sugeriu que eu fosse. Comprei ingresso. No espetáculo, Ivan Lins se propunha a cantar somente “textos” de escritoras. Um projeto que, pretendia ele na época, viraria um CD. No meio do show, eu nervosa (e se ele não cantasse meu poema? E se tudo não fosse um delírio da minha amiga?), roía as unhas. E eis que, lá pelas tantas, Ivan Lins ao piano, reconheci minhas próprias palavras: “Ontem à noite, nem todos os gatos eram pardos, nem todos os maridos eram fardos, ontem à noite…”. Era o meu singelo poema. Nada demais, achava até ele fraquinho perto dos outros, mas lá estava ele sendo cantado para um teatro lotado. Eu que nem editora tinha naquele tempo. Sem saber que eu estava na plateia, Ivan mais uma vez creditou o texto e citou meu nome. No final, obviamente, me dirigi ao camarim. Lá encontrei um cara querido e receptivo que me contou que viu Eu versos Eu por acaso em uma livraria de shopping e que, ao abrir aleatoriamente em uma página, descobriu aquele poema. Comprou o livro, improvisou com os versos e voilá. Agradeci e, antes de ir embora, resolvi me apresentar à Lya Luft que também estava lá e que, além de ter tido versos musicados, era amiga do bardo. Meio sem jeito, tirei um livro da bolsa, escrevi uma dedicatória, coloquei meu número de telefone em um canto da página e dei de presente a ela. Lya agradeceu sem muito entusiasmo. Mesmo assim, meu dia estava ganho. No final da tarde seguinte, ao chegar em casa do trabalho, havia um recado na minha secretária eletrônica: era ela. Sua voz dizia que estava impressionada com meus versos. Liguei de volta. Ficamos amigas. Tanto que é dela a orelha do meu segundo livro, Sem vergonha, publicado pela L&PM em 1999 . Muita coisa aconteceu depois disso. Mas nunca deixei de pensar Eu versos eu teve a maior sorte de Ivan Lins ter entrado naquela livraria.

Os poemas de Eu versos Eu estão em Ménage à trois, pocket da L&PM que reúne também os livros Sem vergonha e Mundo da lua.

O bosque encantado de Thoreau

“Fui para a mata porque queria viver deliberadamente, enfrentar apenas os fatos essenciais da vida e ver se não poderia aprender o que ela tinha a ensinar, em vez de, vindo a morrer, descobrir que não tinha vivido. (…) Queria viver profundamente e sugar a vida até a medula, viver com tanto vigor e de forma tão espartana que eliminasse tudo o que não fosse vida (…)”  

 Assim Thoreau explica o motivo pelo qual ficou dois anos, dois meses e dois dias apartado da sociedade dos homens, suprindo as próprias necessidades, contemplando a natureza. As belezas naturais encontradas pelo escritor nos anos de reclusão você vê nas imagens abaixo. Elas foram reunidas no projeto The Thoureau Reader, onde fãs do escritor publicam artigos, fotos, análises e resenhas de diversas obras. 

O lago Walden, inspiração da obra de Thoreau - Foto de 1906

Vista do lago Walden da enseada próxima à cabana, conhecida como Enseada de Thoreau, onde o escritor escreveu parte de Walden

Réplica da cabana onde Thoreau morou.

O Museu de Concórdia, no estado de Massachusetts, tem parte do mobiliário original da cabana em exposição.

A L&PM acaba de lançar Walden. Leia aqui a apresentação do livro escrita pelo escritor Eduardo Bueno.

Balada Literária terá oficina de criação com Luiz Antonio de Assis Brasil

Começa amanhã, em São Paulo, a Balada Literária. O evento acontece há cinco anos e reúne centenas de artistas em mesas de debate, oficinas, shows e diversas atividades culturais ligadas à literatura. Entre os dias 18 a 21 de novembro, vão estar na Vila Madalena nomes como Alberto Manguel, Antonio Nóbrega, Alice Ruiz, Augusto de Campos, Beth Goulart, Botika, Cid Campos, Emicida, Eunice Arruda, Jorge Furtado, José Castello, Siba , Vitor Ramil, entre outros. Este ano a programação conta, também, com uma atração mais que especial: o escritor Luiz Antonio de Assis Brasil vai coordenar a oficina de criação da Balada. O escritor, que está tendo toda a sua obra relançada pela L&PM, participa também de um bate-papo sobre oficinas literárias, no dia 20 de novembro, às 11h, na Livraria da Vila.

 

Confira a programação completa em http://baladaliteraria.zip.net

2. O Rango marrom: vanguarda por acaso

Por Ivan Pinheiro Machado*

Convidado por um velho amigo, o professor Wladimir Ungaretti, fui à Faculdade de Comunicação da UFRGS para falar sobre livros & editoras a uma platéia de estudantes do primeiro e segundo ano. Foi muito legal. Eu falava para meninos e meninas de, no máximo, 19 anos, muito interessados nas histórias sobre a ditadura, sobre cultura brasileira, etc. Quando eu falo sobre os tempos da repressão para os jovens, eu me cuido. Lembro do meu pai falando pra mim e pro meu irmão sobre o Estado Novo, sobre o Getúlio. Para nós, aquilo (que havia ocorrido meia dúzia de anos antes de nascermos) parecia que tinha acontecido há milhares de anos, no período paleolítico. Já para meu pai parecia que tinha acontecido ontem, pois ele havia vivido aquilo tudo. Portanto, eu tive o cuidado de falar brevemente sobre os “anos de chumbo” para um plateia até, aparentemente, bem interessada. Foi quando uma estudante fez uma pergunta surpreendente, desviando (sabiamente) o assunto da política: “Nota-se o caráter inovador da L&PM desde o primeiro lançamento” disse ela. “Pois ao contrário de todos os livros do mercado, o Rango 1, primeiro livro da editora, foi impresso em tinta marrom. Fale sobre isso”. Aí eu entendi como se criam muitas lendas que circulam  no nosso imaginário. Se a história real não fosse tão engraçada, eu até manteria esta versão vanguardista… Iniciei minha resposta pedindo desculpas, pois iria desapontá-la. E contei a verdade: quando fizemos a L&PM e, consequentemente o Rango 1, tínhamos muitas ideias e nenhum centavo. Nenhum centavo mes-mo!

Este livro de estreia foi impresso em agosto de 1974, numa pequena gráfica que pertencia ao Alfredo Oliveira, amigo nosso, popularmente conhecido em Porto Alegre como “Carioca”. E, naturalmente, de graça. O Carioca exigiu apenas que pagássemos o papel, o que esperávamos fazer com os lucros do Rango. Combinamos que a impressão se daria fora de expediente, num sábado à tarde. Ele escalou dois funcionários e lá fomos para a gráfica com os fotolitos embaixo do braço. Chegamos lá às duas da tarde e estava tudo preparado. Quando entramos no galpão, o impressor nos disse: “Só tem um probleminha, o “seu” Carioca pediu pra não usar a tinta preta, pois ele só tem duas latas e vai precisar na segunda-feira cedo”. Ficamos nos olhando. Aí o rapaz falou: “o ‘seu’ Carioca sugeriu que se misture os restos de tinta pra ver no que dá”. Havia umas 10 latas que ainda tinham um pouco de tinta. Tudo misturado, daria o suficiente para imprimir os 5 mil exemplares de 80 páginas do Rango. Pegamos uma lata grande e colocamos todos os restos lá dentro. Amarelo, vermelho, azul, um pouquinho de preto que tinha numa lata velha e misturamos bem. O resultado foi… marrom. E assim foi impresso. A famosa teoria circunstancial da história, de que fala Millôr Fernandes. O difícil foi conseguir esta cor quando fizemos a segunda edição depois que o Rango foi o mais vendido na Feira do Livro de Porto Alegre em Outubro de 1974. Não preciso dizer que a rapaziada morreu de rir.

Para ler o próximo post da série “Era uma vez uma editora…” clique aqui.