Em conversa imaginária, personagem do livro Jô na estrada tira suas dúvidas existenciais com o escritor David Coimbra, seu criador.
Jô, desenhada por Gilmar Fraga
Jô – Aí está um bom começo para nossa conversa! Você me considera a mais linda mulher da estrada?
David – Há muitas mulheres lindas, mas o que te torna diferente não é ser linda, que é. É estar na estrada.
Jô – David, se um dia minha história virasse filme, que atriz iria me interpretar?
David- Pode ser a Carolina Dieckmann? Acho-a parecida contigo. Algo entre santa e sacana.
Jô – O que farei quando minha beleza acabar? Os homens ainda vão me amar?
David – Vai fazer o que todos fazemos em certa época da vida: aproveitar as boas lembranças.
Jô – Gostaria de saber alguma coisa sobre suas origens, sobre sua adolescência. Você encontrou uma mulher como eu alguma vez na vida?
David – Encontrei um pedaço de Jô em várias mulheres. Uma leitora me disse outro dia que toda mulher tem um pouco de Jô ou pode se tornar uma Jô algum dia.
Jô – Você conhece meu marido?
David – Conheço o tipo…
Jô – Na hora de escrever minha história, que escritor lhe inspirou?
David – Nenhum em especial. Mas todos que a gente lê contribuem para o estilo que a gente forma.
Jô – Quais são suas intenções comigo? Quer que nosso relacionamento continue?
David – Tenho as melhores intenções contigo. Que, no caso, podem ser consideradas as piores.
Jô – Você tem sentimentos por mim?
David – Mas é claro! Quem não tem sentimentos por ti?
Jô – Qual a parte do meu corpo que você mais gosta ?
David – Uma vez perguntaram para a Caterine Deneuve que parte do corpo dela ela menos gostava. Ela respondeu: “Minha orelha direita”. Pois eu digo que gosto inclusive da tua orelha direita.
Jô – Preciso entender minhas verdades. Ajude-me! Diga minhas verdades!
David – Acho que tu tens que realizar as tuas verdades. Ação, Jô. Ação.
Jô – Que recado você deixa para mulheres como eu, assim, um pouco fogosas… ?
David – A mesma resposta acima: ação!