Arquivo mensais:junho 2011

Risoto com quatro queijos

Risoto: um prato simples, delicioso e que causa uma excelente impressão. O livro 100 receitas de arroz, da Aninha Comas, traz dicas saborosíssimas. A sugestão do dia é um risoto de quatro queijos que vai deixar qualquer um com água na boca.

RISOTO COM QUATRO QUEIJOS
(para 6 pessoas)

Ingredientes:
2 xícaras de arroz arbório, 1/4 de xícara de azeite de oliva, 1/2 xícara de cebola ralada ou picadinha, 3 dentes de alho, 1 colher (chá) de sal, 1/2 xícara de vinho seco, 1 litro de caldo de carne, 50g de queijo fontina, 50g de queijo gorgonzola, 50g de queijo pecorino, 50g de queijo parmesão, 1 pitada de pimenta preta moída na hora.

Como preparar:
Leve ao fogo uma panela com o azeite de oliva, aqueça um pouco e frite a cebola e o alho. Quando estiverem dourados, junte o arroz e frite mais um pouco. Neste momento, tempere com o sal, adicione o vinho, mexendo sempre, e vá colocando o caldo de carne aos poucos, até que ele termine, sem parar de mexer. Junte os queijos em pedaços e mexa até que eles derretam. Tempere com a pimenta e sirva imediatamente.

Sábado tem sempre uma “Receita do dia” vinda diretamente dos livros da Série Gastronomia L&PM.

Milhares de Huckleberry Finns

O professor Thomas Wortham da Universidade da Califórnia conseguiu juntar um acervo de mais de mil peças relacionadas ao universo do livro As aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain. Boa parte da coleção é de bonecos dos personagens principais e do próprio Mark Twain, dos modelos mais simples aos mais sofisticados:

Huck Finn by Madame Alexander

A coleção tem também posteres, cartazes, edições do livro de diversos países e línguas, canecas e objetos diversos. Para o professor Thomas, que é fã incondicional da história de Huck Finn, sua coleção é o grande testemunho da popularização do clássico escrito em 1884. Veja algumas imagens do acervo no vídeo abaixo, que traz uma entrevista com o professor Thomas Wortham:

O fim das máquinas de escrever

A notícia do fechamento da última fábrica de máquinas de escrever mecânicas do mundo causou certo pesar por aqui. Não por nostalgia, mas pela reverência que qualquer amante das letras tem pelas geringonças barulhentas que ajudaram nossos escritores a dar forma a algumas das maiores obras da literatura mundial.

“Desde que Mark Twain estreou como o primeiro escritor a batucar seus textos em quatro fileiras de teclas, a literatura adotou o invento como companheiro inseparável”, diz o texto da jornalista Dorrit Harazim para a revista Piauí deste mês. Desde então, vários outros autores foram flagrados “barulhando” textos geniais por aí:

Jack Kerouac

Millôr Fernandes

Uma sincera demonstração de afeto de Bukowski por sua máquina de escrever

John Fante

Hunter Thompson

Não só a literatura, mas também a música tem muito a agradecer às Olivettis, Remingtons, Hammonds, Olympias e Underwoods da vida…

Bob Dylan

My Buk’s day

Por Reinaldo Moraes*

Women (pronuncia-se Uímem), do velho Buk, me caiu na mão, não lembro como, no início da década de 80, e logo pensei em traduzir a bagaça, de tanto que eu curti a leitura e releitura do livro. Bukowski virou meu ídolo literário da hora. Traduzi uns dois capítulos por conta própria e levei para a Brasiliense, editora forte na época, que topou bancar a empreitada. Meti, pois, mãos e pés e pinto e coração à obra, que saiu em 1984, se não me engano. Durante o trabalho, que levou quase um semestre, eu contava às pessoas que estava traduzindo o Women, do Bukowski, e as ditas pessoas sempre se espantavam com essa informação, pois entendiam que eu estava a traduzir “O hímen”.  Como é que eu podia estar traduzindo essa incômoda membrana que se antepõe à plena realização sexual das mulheres e também dos homens, by the way? E para que outra membrana eu estaria traduzindo o hímem? Para o diafragma? O peritônio?  Quando a minha versão em português de “O hímem” ficou finalmente pronta, batizada naturalmente de Mulheres (o curioso é que todas as mulheres que aparecem no livro já haviam se livrado do seu hímen há muito tempo), tomei um banho, botei uma calça branca comprada em Barcelona e uma camisa azul comprada em Paris, e fui, babando de orgulho, levar o calhamaço datilografado até a editora, que ficava pras bandas do centro de São Paulo.  Ao sair da editora, com o chequinho da tradução no bolso e tomado de grande alívio e sentimento de realização, resolvi entrar num bar com terraço da avenida Angélica, perto de onde eu morava, para tomar um chopinho vespertino de confraternização comigo mesmo. Eis que, meia hora depois, me entra no bar e senta-se na mesa ao lado da minha uma senhorita com uma camisa amarrada na barriguinha saliente, decote fuck-me-baby, calça justíssima realçando o bundão e umas sandálias de salto alto. Naquele tremendo piranha-look,  a fulana parecia saída diretamente das páginas calientes e divertidas de Mulheres que eu acabara de revisar apenas algumas horas antes. A mulher pediu um chope, puxou um cigarro e me pediu fogo, que eu não tinha, pois não fumava e não fumo. O garçom acendeu o cigarro dela. Fiquei na minha, tomando meu próprio chope e lendo, ou fingindo que lia, o jornal que eu tinha trazido comigo. Não muitos minutos se passaram antes que a piranhuda criatura viesse me pedir a página de cinema do jornal. Emprestei a página e logo entabulamos conversação de mesa a mesa. Que filmes legais estavam passando na cidade, quem já tinha visto o quê, esse tipo de conversinha mole. Quando ficou claro que logo nos tornaríamos mais íntimos, ela veio se sentar à minha mesa. Vários, quiçá muitos chopes depois, sem contar alguns Steinhaegers, saímos do bar abraçados, rumo ao meu carro, um Chevette 77, que fez o favor de nos conduzir até um hoteleco fuleiro do Bexiga, onde passamos algumas horas fazendo a mesma coisa que o sacana do Hank, o personagem-narrador de Mulheres, passara as 300 e tantas páginas do livro a fazer com a legião de namoradas, paqueras ocasionais e putas de alto bordo que por ali desfilam gostosamente. Era inacreditável: eu estava vivendo mais uma das aventuras sexuais errantes narradas pelo Buk com uma de suas mulheres teletransportadas da Califórnia para São Paulo, já com tradução simultânea. No fim, trocamos telefones e eu nunca mais vi a vagaba que, bêbada e pelada no nosso ninho do amor provisório do Bexiga, revelara-se muito da tesuda. Impossível uma experiência mais bukowskiana que essa, que conto aqui sem nenhuma intenção de me vangloriar como o grande literato machão que papa todas as bucetinhas desavisadas e mesmo algumas avisadíssimas, no melhor estilo do meu ídolo americano. Ou talvez eu até esteja mesmo tendo aqui essa intenção imbecil, porém viril, de me vangloriar um pouco, em que pese o fato de todas as glórias serem vãs, ao fim e ao cabo, e vice-versa. Afinal, fui Bukowski por um dia, depois de ter passado meses a fio diante da minha Lettera 22 às voltas com as poéticas putarias do velho safado. Eu merecia aquilo, tanto quanto mereço agora me vangloriar um teco daquela façanha erótica-etílica-poética com a peruete galinha da avenida Angélica, 30 anos atrás, inda mais agora que a minha tradução reaparece em formato de bolso pela L&PM, uma das melhores notícias que tive nos últimos tempos. O mesmo dirão, imagino, os futuros leitores de O hímen, esse clássico bukowskiano. E podem ficar todos sossegados: vagabas hão de pintar por aí, ontem, hoje e sempre.

*Reinaldo Moraes é o tradutor do livro Mulheres, de Charles Bukowski, que acaba de chegar à Coleção L&PM Pocket, autor de Pornopopéia, entre outros livros, e escreveu este texto especialmente para o blog da L&PM.

O dicionário que acompanha gerações

A página de rosto da primeira edição do "Dicionário Caldas Aulete"

 O professor e lexicógrafo português Francisco Júlio de Caldas Aulete não conseguiu passar da letra “A”. Ao falecer, em 1878, ainda faltavam mais de vinte letras – e milhares de verbetes – do dicionário que ele estava compondo. Foi então que o poeta, humanista, amigo de Eça de Queiroz e também lexógrafo António Lopes dos Santos Valente assumiu os trabalhos e completou o “Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa” iniciado pelo colega. Ao ser lançado em Portugal, no ano de 1881, o dicionário apresentava uma proposta inovadora e moderna para a época e obteve grande sucesso editorial. Em homenagem àquele que deu início ao projeto, ele atravessaria gerações conhecido como “Dicionário Caldas Aulete”. 

O recém chegado "Aulete de bolso"

Hoje, muitas reedições e verbetes depois, este dicionário continua sendo um sucesso editorial. E não só em Portugal. Por aqui, o “Projeto Caldas Aulete” é desenvolvido pela editora Lexikon Editora Digital que trabalha sem parar pela atualização permanente da versão brasileira (inclusive de forma interativa). E é a partir de uma parceria com a Lexikon que a Coleção L&PM Pocket acaba de lançar o Dicionário Aulete de Bolso da língua portuguesa. Ele traz 25.400 verbetes e mais de 1.600 locuções. Perfeito para quem quer falar e escrever num estilo um pouco mais “altissonante”. Não sabe o que é? Ah, se você tivesse o Aulete de Bolso na bolsa…

Sidney Poitier e o Oscar 1968

O ator [Rod Steiger] agradeceu à Academia, a Norman Jewison e ao público, e então respirou fundo. “Por fim, o mais importante de todos”, continuou ele. “Gostaria de agradecer ao sr. Sidney Poitier pelo prazer de sua amizade, que me deu o conhecimento e a compreensão sobre a questão do preconceito de que eu precisava para melhorar minha atuação. Muito obrigado, e nós venceremos.” Quando ele deixou o palco, a plateia estava em polvorosa. Steiger havia quebrado o protocolo – fazer referência a questões políticas em um discurso de agradecimento por uma premiação era algo raríssimo em 1968 – e escolhido o momento perfeito para fazer isso. Quando Bob Hope voltou, os aplausos para Steiger ainda não tinha cessado. “As coisas estão meio tensas, não?”, comentou o mestre de cerimônias enquanto esperava. A seguir, ele anunciou quem apresentaria o próximo prêmio: Sidney Poitier. (Depoimento de Dustin Hoffman que está no livro Cenas de uma revolução)

Clique na imagem e assista ao vídeo do Oscar 1968 com a cena descrita acima

Escrito pelo jornalista norteamericano Mark Harris, Cenas de uma revolução – o nascimento de uma nova Hollywood conta tudo e mais um pouco sobre os bastidores (e os holofotes) dos cinco filmes que concorreram ao Oscar 1968. O ator negro Sidney Poitier estrelava dois destes filmes, No Calor da Noite e Adivinhe quem vem para jantar; e quase co-estrelou um terceiro, Doutor Dolittle, além de ser considerado em 1967 a estrela número um de bilheteria dos EUA. Em entrevista exclusiva para o site L&PM, Mark Harris disse, inclusive que, se tivesse que eleger uma das personagens reais do seu livro como sendo “a mais fascinante”, seria Sidney Poitier. Clique aqui e leia a entrevista completa de Harris. Vale a pena.  

Cinco anos antes do discurso de Rod Steiger, Sidney Poitier havia sido primeiro negro a receber o Prêmio de Melhor Ator no Oscar 1963

Os Smurfs vão pegar no seu pé

Mais fofas do que nunca, as criaturinhas azuis e travessas, conhecidas como Smurfs, não vão largar do seu pé tão cedo! A Melissa apresentou ontem, no São Paulo Fashion Week, o modelo Wanting + Smurfs, que deve chegar às lojas no próximo mês, um pouco antes do filme Os Smurfs – 3D, que tem estreia prevista para o dia 5 de agosto. 

Melissa Wanting + Smurfs

E agora ninguém mais segura esta trupe! Em breve, chegará à L&PM o livro com as histórias do Smurf Repórter,  uma criaturinha atenta e observadora que anota em seu caderninho tudo que vê, até que, depois de uma conversa com o Papai Smurf, ele decide abrir um jornal. Veja algumas tiras: 

Clique para ampliar.

 

Ebadi e sua incansável luta pelos direitos humanos

Por Balala Campos*

A palestra da Nobel da Paz, a iraniana Shirin Ebadi, ontem (13 de junho), dentro do Ciclo Fronteiras do Pensamento no Salão de Atos da UFRGS, foi uma continuação do trabalho desta corajosa juíza exilada que ganhou o mundo pelo seu grito a favor dos Direitos Humanos em seu país e no mundo. Com voz pausada e muita clareza, sua fala foi relatando o que acontece com as mulheres no Irã “onde valem metade do que vale um homem”. Assim, afirmou, num depoimento em juízo, a palavra de um homem vale o mesmo que a de duas mulheres. Quanto a indenizações por morte, acidentes, a vida das mulheres vale a metade em dinheiro do que a vida dos homens, para as companhias de seguro. Lembrando a ditadura política e religiosa do governo de Ahmadinejad, Ebadie relatou o que o mundo ocidental indignado já sabe, ou seja, que casais de namorados que mantiverem relações sexuais antes do casamento recebem 100 chibatadas e que o homossexualismo leva à pena de morte, entre tantos outros horrores como penas de apedrejamento, forca, amputação das mãos para os ladrões, prisões de artistas, jornalistas, advogados, todos os que se posicionam contra o governo iraniano.

Sem ter sido recebida pela presidenta Dilma Roussef “por incompatibilidade de agendas”, Ebadi teve sua palestra precedida de pronunciamento da Ministra Maria do Rosário que ressaltou a luta pelos Direitos Humanos do governo petista. Entretanto, diante da fala prolongada da Ministra (9 minutos), a plateia que lotou o Salão de Atos da UFRGS começou a manifestar-se pelo término do pronunciamento, ocasionando algum constrangimento.

A parte final da conferência de Ebadi destinada à resposta de perguntas do auditório foi dinâmica, controvertida, sutil e permeada de alguns recados para os Estados Unidos “que não são o grande modelo de Direitos Humanos para o mundo” e para Israel “que não dá o direito de expressão aos palestinos”.

No encerramento, a Prêmio Nobel da Paz Shirin Ebadi deixou claro que este tipo de ditadura não vai continuar prevalecendo e que o povo iraniano tem se manifestado claramente a favor da mudança de regime. “É uma questão de tempo e de luta”, concluiu a conferencista desta noite inesquecível.

*Balala Campos é jornalista e escreveu este texto especialmente para o blog da L&PM.

Para saber mais sobre a cultura iraniana, fortemente marcada pelo islamismo, leia o volume Islã da Série Encyclopaedia.

32. Atravessando o Brasil de Fusca para fazer uma editora nacional

Por Ivan Pinheiro Machado*

Quando fizemos a L&PM e lançamos nosso primeiro livro, o “Rango 1”  do Edgar Vasques, decidimos que ela não seria uma “editora gaúcha”, mas uma editora brasileira. Portanto, precisávamos apresentá-la ao Brasil. Isto na prática significava levar o primeiro livro em mãos para os principais jornais do centro do país. O jornalista Mario de Almeida Lima, pai do Paulo, o “L” da L&PM, era diretor da sucursal do “Estadão” em Porto Alegre e preparou-nos uma lista de jornais e jornalistas importantes de Florianópolis, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. Para alguns editores amigos, o Mario Lima fez uma carta de apresentação.

Não tínhamos dinheiro para fazer este périplo de avião. Naqueles tempos ancestrais, você pagava para ir de Porto Alegre ao Rio o mesmo que hoje se paga para ir a Paris… O Lima tinha um Fusca 1971 (estávamos em 1975) e eu tinha um Puma conversível quase Zero km. Os pneus do carro do Lima estavam completamente “carecas” e no Puma (um esportivo de dois lugares) não cabiam as caixas de livros e a nossa bagagem. A solução foi tirar as rodas do Puma, colocar no Fusca (era a mesma bitola) e enfrentar a velha BR-116 rumo ao Rio de Janeiro com escala em outras capitais. Tudo ocorreu conforme o planejado. Fomos aos principais jornais de Floripa e Curitiba, e em São Paulo conseguimos uma matéria de meia página no Estadão extremamente elogiosa sobre o “Rango 1”, primeiro e – até então – único lançamento da L&PM. E foi com o Estadão embaixo do braço que fomos para o Rio. Primeiro visitamos o grande jornal da época, o Jornal do Brasil, editado pelo gaúcho Raul Riff e depois O Globo. Em ambos os jornais o “Rango 1” obteve resenhas consagradoras – e este seria o primeiro passo para que Edgar Vasques se tornasse colaborador do famoso O Pasquim.

Foi aí então que resolvemos ligar para o célebre Ziraldo, na tentativa de que ele nos recebesse. Ele foi muito simpático e marcou um encontro conosco às 13 horas no restaurante de um hotel à beira mar em Copacabana, pois morava ali perto. O Lima e eu ficamos excitadíssimos. Íamos conhecer o grande Ziraldo!… Chegamos no velho prédio do Ouro Verde Hotel, subimos para o restaurante e ficamos ao mesmo tempo impressionados e preocupados. Na sala de espera do restaurante, decorada em pesados lambris de mogno e velhas gravuras inglesas, o embaixador Walther Moreira Salles lia o “Le Fígaro”. Mais tarde ficamos sabendo que a revista americana Fortune, havia incluído o restaurante do Ouro Verde entre os “10 melhores pequenos restaurantes do mundo”… Ziraldo já nos aguardava numa mesa diante de um geladíssimo vinho branco português. Nos apresentamos e começamos uma ótima conversa. Como sempre, Ziraldo foi muito simpático. E do alto da sua celebridade tratou os dois jovens desconhecidos muito bem. Apresentamos o projeto de um “Álbum do bebê”, utilizando os personagens da turma do Pererê, personagem desenhado por ele. Ziraldo achou ótimo, conversamos bastante e então pedimos o almoço. Ou melhor, o Lima e eu, apavorados com os preços, optamos pela saladinha mais barata.

O Ouro Verde Hotel, na Avenida Atlântica em Copacabana, palco de um célebre encontro com Ziraldo

O resumo desta história é o seguinte: o papo foi sensacional, comemos, bebemos, até que chegou a conta. Para os nossos modestíssimos recursos, era um valor astronômico. O Lima e eu nos preparávamos para rachar o prejuízo quando o Ziraldo magnanimamente disse: “Não! Esta conta é comigo!!”. O imenso alívio que tomou conta de nós, no entanto, durou pouco. Ele começou a apalpar os bolsos insistentemente até que disse: “Xiiiiii! Acho que esqueci a carteira em casa… então paguem vocês”.

Íamos ficar mais uma semana no Rio de Janeiro, curtindo as lendárias noites do Baixo Leblon, no “Luna Bar”, “Diagonal”, Pizzaria Guanabara” etc. Mas no outro dia, na madrugada, contrariando nossos planos, estávamos já na estrada. Depois de pago o almoço do Ouro Verde, mal sobrou para alguns sanduíches e a gasolina da viagem. As aventuras no Baixo Leblon ficariam para uma próxima oportunidade.

*Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o trigésimo segundo post da Série “Era uma vez… uma editora“.

Mais um Nietzsche na Coleção L&PM POCKET

Com  a chegada de A filosofia na era trágica dos gregos já são cinco os livros de Nietzsche na Coleção L&PM POCKET. Os outros títulos são Além do bem e do mal, O anticristo, Crepúsculo dos ídolos e Ecce homo, todos eles traduzidos direto do alemão. Nietzsche é também tema de um dos volumes da Série Encyclopaedia.  

Em A filosofia na era trágica dos gregos, escrito por volta de 1874, Nietzsche indaga-se sobre “Por que os relatos acadêmicos se tornaram tão enfadonhos” ou “Pode existir algo num sistema da História, que não se deixe apagar com o passar das eras?” e ainda “Existe algo que seja verdadeiramente irrefutável em um sistema filosófico?”

A tradução e a apresentação de A filosofia na era trágica dos gregos são do bacharel em filosofia pela Unicamp Gabriel Valladão Silva. Profundo conhecedor da obra de Nietzsche, Gabriel concedeu uma entrevista à L&PM sobre este que ele considera “um livro sobre originalidade, sobre a essência do espírito filosófico e que, embora trate de um tema muito específico e difícil, é de alcance universal”. Clique aqui para ler a entrevista.