Arquivo mensais:maio 2012

A casa de Conan Doyle ainda não caiu

Era uma vez uma casa vitoriana cheia de histórias pra contar. Uma casa cravada em Surrey, Inglaterra, que pertenceu a ninguém menos do que Sir Arthur Conan Doyle. Uma casa que abrigou o escritor por uma década e foi testemunha da criação de treze histórias de Sherlock Holmes, incluindo “O Cão dos Baskerville”. Uma casa que mais tarde foi transformada em um hotel e que está vazia – em ruínas – desde 2005.

Pois esta casa quase acabou no chão. Em 2010, o proprietário recebeu permissão para demolir a histórica construção e erguer, no local, oito habitações. Mas depois que ativistas de todo o mundo clamaram por clemência, levantando bandeiras para que ela sobrevivesse, a Undershaw Preservation Trust, fundação britânica que preserva edifícios históricos, entrou em ação e, no dia 23 de maio, conseguiu um recurso que impediu sua demolição. O Tribunal Superior de Londres decidiu que, pelo menos por enquanto, a casa permanecerá em pé. Mas o futuro da ex-residência de Conan Doyle ainda é incerto. Esperamos que Sherlock Holmes consiga salvá-la.

Conan Doyle viveu durante dez anos nesta casa

A Coleção L&PM Pocket publica 17 títulos de Conan Doyle.

Dos livros para a capa da Time Magazine

Ser capa da Time, célebre revista semanal norte-americana que circula desde 03 de março de 1923, não é pra qualquer um, muito menos pra qualquer escritor. O primeiro destaque literário da Time foi Joseph Conrad, capa da edição número 6 que chegou às bancas em abril de 1923. Até o final dos anos 1930, 37 capas foram dedicadas a autores, entre eles H.G. Wells, James Joyce (duas vezes, em 1934 e 1939), Virginia Woolf e William Faulkner. Nas décadas de 40 e 50, esse número caiu para 17, com Eugene O´Neill e T.S. Eliot entre os destaques. Daí pra frente, os escritores foram minguando pelas capas da Time. E agora só lá muito de vez em quando um best-seller aparece para lembrar que escritor também é celebridade.

Joseph Conrad na capa da Time número 6

H. G. Wells, autor de "Uma breve história do mundo", na capa de 20 de setembro de 1926

Uma semana depois de Wells, em 27 de setembro de 1926, foi a vez de Rudyard Kipling, autor de "O livro da Selva" que deu origem ao personagem Mogli

James Joyce na capa com borda vermelha em janeiro de 1934. O autor de "Ulisses" e "Os dublinenses" voltaria à capa em maio de 1939

Virginia Woolf na capa de 12 de abril de 1937

William Faulkner, que receberia o Prêmio Nobel em 1949, ganhou a capa colorida dez anos antes, em 1939

Quadrinhos também tem vez na Time: Peanuts foi capa em abril de 1965

A sofrida prisão de Oscar Wilde

Restava-lhe apenas um pouco mais de cinco anos de vida quando Wilde, aos quarenta anos, foi encarcerado, em 28 de maio de 1895, na prisão de Pentoville. Muito mais severa do que as de Holloway e Newgate, ela fora especialmente concebida para os forçados mais indisciplinados. Logo ao chegar a esse pedaço de inferno na Terra, o novo detento foi obrigado a se submeter às formalidades usuais, humilhado e como se já tivesse levado alguma advertência. Teve que se despir completamente, entregar suas roupas e objetos pessoais a um guarda e deixar-se auscultar, nu como um verme, até as partes mais íntimas de seu corpo. (…) Rasparam-lhe os cabelos, como a um vulgar galeriano, e obrigaram-no a tomar banho numa água gelada e turva. Enfim, vergonha suprema, entregaram-lhe seu medonho uniforme de prisioneiro – o famigerado pijama listrado – antes de levá-lo, com algemas nos punhos e ferros nos pés, para uma cela exígua e sem janelas onde imperava, sendo destituída de qualquer arejamento, um odor pestilento. (…) Quanto à comida, era particularmente nojenta: um mingau de aveia ralo, semelhante ao que se dava a cavalos de tração, acompanhado de um pedaço de pão preto. Esse inacreditável estado de decadência é evocado por Wilde em De profundis. (…) Nem ao menos se dignaram informá-lo da publicação em forma de livro, em 30 de maio de 1895, de sua obra A alma do homem sob o socialismo.

Trecho de Oscar Wilde, Série Biografias L&PM.

O nosso “On the Road” na biblioteca de Kristen Stewart

A edição de On the Road da L&PM, com a capa do filme “Na Estrada”, foi ao Festival de Cannes, levada pela equipe de assessoria de imprensa do filme. E Kristen Stewart, que interpreta Marylou na produção dirigida por Walter Salles (e que ganhou fama como a Bella da Saga “Crepúsculo”) ganhou o seu. Para guardar de recordação, ela pediu para os colegas de elenco autografarem o seu livro. Kristen Stewart é fã da obra de Kerouac e diz que On the Road é seu livro favorito.

Kristen Stewart pedindo para o colega e amigo Garrett Hedlund autografar a edição de On the Road da L&PM

A vez de Kristen: aqui ela autografa um exemplar do nosso "On the Road"

World Shakespeare Festival: a grande festa do teatro em Londres

Um grande festival mundial de teatro com quase 7 meses de duração só pode ter como homenageado um dramaturgo, talvez o maior deles: William Shakespeare. Desde o dia 23 de abril, grupos do mundo inteiro se encontram em Londres no World Shakespeare Festival, uma grande festa do teatro que reúne centenas de profissionais das artes cênicas de 7 países: Índia, Republica Tcheca, Hong Kong, Estados Unidos, África do Sul, Omã e Brazil. O evento estima ainda que cerca 7200 artistas de 260 grupos amadores passam pelos palcos e praças da capital inglesa apresentando suas peças e participando das atividades paralelas.

Isso sem contar o envolvimento de professores e educadores em atividades relacionadas a Shakespeare, ao teatro e às artes em escolas e universidades do Reino Unido. Já pensou que sonho seria promover algo assim aqui no Brasil?

Quem responde pelo megaevento é a Royal Shakespeare Company, que conta ainda com outros 60 apoiadores, entre empresas e entidades ligadas às artes e à cultura. Se você estiver por Londres ou planeja passar pelas Terras da Rainha nos próximos meses, taí um programa imperdível!

E uma coisa é certa: lá você vai ter a oportunidade de assistir a montagens de, no mínimo, todas as 21 peças publicadas na Série Shakespeare da L&PM 😉

Um santo escritor

Um santo de charuto na mão?

Gilbert Keith Chesterton nasceu na Inglaterra em 29 de maio de 1874. Romancista, poeta, ensaísta, jornalista, historiador, teólogo, filósofo, desenhista e conferencista, Chesterton criou o célebre sacerdote-investigador Padre Brown. A escolha do personagem, aliás, não foi em vão. Tão ligado ao catolicismo o escritor foi durante a vida que, em uma conferência realizada em 2009, a Chesterton Society – sociedade inglesa fundada em 1974 com o objetivo de difundir o pensamento e a obra de Chesterton – propôs que ele fosse beatificado. Até oração seus seguidores prepararam. Mas parece que, dessa vez, nem Padre Brown conseguiu desvendar um caminho para que Chesterton virasse um santo de verdade. Melhor assim.

Oração pela beatificação de Chesterton 

Deus Nosso Pai,

Tu que enchestes a vida de teu Servo Gilbert Keith Chesterton com aquele sentido de assombro e alegria, e lhe destes aquela fé que foi o fundamento de seu incessante trabalho, aquela esperança que nascia de sua perene gratidão pelo dom da vida humana, aquela caridade para com todos os homens, particularmente em relação aos seus adversários; faz com que sua inocência e seu riso, sua constância em combater pela fé cristã em um mundo descrente, sua devoção de toda a vida pela Santíssima Virgem Maria e seu amor por todos os homens, especialmente pelos pobres, concedam alegria a aqueles que se encontram sem esperança, convicção e ardor aos crentes tíbios e o conhecimento de Deus àqueles que não tem fé.

Te rogamos que nos outorgue os favores que te pedimos por sua intercessão, de maneira que sua santidade possa ser reconhecida por todos e a Igreja possa proclamá-lo Beato.

Tudo isto te pedimos por Cristo Nosso Senhor.

Amém.

Fonte: ChestertonBrasil

De G. K. Chesterton, a Coleção L&PM Pocket já publica A inocência do Padre Brown e ainda este ano lançará A sabedoria do Padre Brown.

O fantasma da Ópera está prestes a aparecer

Considerada a mais espantosa e fantástica das histórias pelo New York Book Review, O fantasma da Ópera estreia em breve na Coleção L&PM Pocket. Romance escrito pelo francês Gaston Leroux e publicado pela primeira vez em 1910, ele foi adaptado muitas vezes para o cinema e teatro e, desde 1986, vem sendo apresentado ininterruptamente na Broadway. Além de ter batido o recorde de permanência, é considerada a produção que maior sucesso já alcançou no showbiz, mundial, pois já rendeu 5 bilhões de dólares.

O fantasma da Ópera combina romance e suspense para narrar o triângulo amoroso entre a linda e talentosa cantora lírica Christine Daaé, o frágil e apaixonado visconde Raoul de Chagny e o sinistro e obcecado gênio da música que habita os porões do teatro. Com contornos de relato histórico, a narrativa leva o leitor pelos labirintos da Ópera e do coração humano.  Com tradução de Gustavo de Azambuja Feix, a edição da L&PM chega nas próximas semanas.

Mais Drácula: agora em versão trash 3D

O 65º Festival de Cannes que terminou ontem, 27 de maio, prestou uma homenagem ao diretor italiano Dario Argento, o rei do filme de terror de baixo orçamento, exibindo seu mais recente filme, Drácula 3D, no dia 20 em uma sessão à meia-noite. Argento se manteve fiel à trama de Bram Stoker, mas optou por levar o conde e suas vítimas para uma vila no interior da Itália. “Ele é uma das criaturas mais intrigantes da história da literatura de terror. Há algo de muito dramático, e romântico também, na figura de Drácula. Minha versão foi inspirada no personagem original criado por Stoker mas, claro, com um toque de Dario Argento”, disse ele. O “toque Dario Argento”, no caso, é aquele estilo trash que às vezes arranca mais risos do que sustos. Como mostra o trailer abaixo, até um louvadeus gigante entrou na história. Melhor nem pensar o que Bram Stoker acharia disso…

Para os que preferem continuar mais próximos da história original de Bram Stoker, a L&PM publica Drácula na Coleção L&PM Pocket.

A estreia de “Drácula”, de Bram Stoker

Capa da 1ª edição de 1897

Em 26 de maio de 1897, era publicada pela primeira vez a história do conde Drácula, que se tornaria em pouco tempo a mais famosa e aclamada história de vampiros de todos os tempos. Apesar de não ter sido um best seller imediato, Drácula foi aplaudido pela crítica da época e até por Sir Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Holmes, que escreveu uma carta a Bram Stoker para elogiar o romance.

E não é pra menos, já que Drácula é viciante a ponto de prender o leitor por horas a fio. Basta ler um trecho para ser fisgado pela trama de um dos maiores clássicos da literatura de terror. Veja você mesmo:

Arthur desceu com ele, nao antes de lançar um terno e saudoso olhar sobre o rosto de Lucy, agora recostada sobre seu macio travesseiro, que parecia mais aconchegante que o mais tenro e saudoso relvado. Ela mantinha-se absolutamente tranquila, e eu logo tratei de ver se tudo ao meu redor permanecia em seu devido lugar. Então notei que também neste novo quarto, o Professor fazia questão de prosseguir no profuso emprego das flores de alho. O caixilho da janela estava literalmente impregnado com seu odor e, em torno do pescoço de Lucy, sobre o lenço de seda que Van Helsing lhe amarrara na garganta, destacava-se um rústico apanhado das mesmas flores odoríferas. A respiração de Lucy agora ressoava um tanto estertoradamente, e sua face oferecia um aspecto realmente impressionante, pois, por entre seus lábios, duas arcadas de gengivas descoradas ficavam quase totalmente à mostra. Sob a bruxuleante claridade do ambiente, seus frágeis dentes pareciam ainda mais longos do que me pareceram pela manhã. E particularmente talvez devido a alguma caprichosa refração da luz, seus caninos atraíram ainda mais minha atenção, dado o seu tamanho algo desproporcional em relação aos outros dentes. Sentei-me a seu lado e logo percebi que ela se agitava de maneira estranha. Neste exato momento ouvi um ruído intermitente, que me pareceu um súbito adejar ou bater de asas pesadas de encontro à vidraça da janela. Levantei-me cautelosamente e, pé ante pé, fui me ocultar num dos lados da veneziana. Fazia então um luar esplendoroso e eu pude verificar então que aquele reiterado farfalhar de asas era produzido por um gigantesco morcego, que voava em círculos a frente da janela (…).

Em tempo: você já conhece a Caixa Especial Horror? Além do clássico de Bram Stoker, ela reúne Frankenstein, de Mary Shelley, O médico e o monstro, de Robert Louis Stevenson, Contos de fantasmas, de Daniel Defoe e A tumba, de H. P. Lovecraft. Imperdível para os fãs da literatura de terror e suspense 🙂

Onde há fumaça… há literatura

Já não se fazem mais escritores como antigamente. Pelo menos não daqueles de cachimbo em punho (ou nos lábios). Acessório que já foi tão fundamental quanto a máquina de escrever, ele parece ter caído em desuso. Ou porque os escritores de hoje andam mais saudáveis. Ou porque a moda mudou. De uma forma ou de outra, que o cachimbo tem (ou tinha) estilo, isso é verdade. Jack Kerouac e seus companheiros que o digam…

Jack Kerouac

Georges Simenon

Hunter Thompson

Mark Twain

Raymond Chandler

William Faulkner