Arquivo mensais:outubro 2012

O maior encontro dos fãs de Jane Austen

Tudo começou em 1979, quando cerca de cem pessoas se encontraram no Hotel Gramercy Park em Nova York para a primeira reunião da Sociedade Jane Austen da América do Norte. A partir de então, os fãs da escritora inglesa, autora de Orgulho e Preconceito, passaram a se reunir anualmente. E o grupo foi crescendo.

Atualmente, o encontro dura três dias, acontece no Hotel Marriott, no centro do Brooklyn, e reúne mais de 700 pessoas vestidas “a caráter”.

— Este é um lugar onde as pessoas podem hastear a sua bandeira por Jane Austen — diz Julia Matson, de Minneapolis, criadora de uma linha de chás com temas austenianos (Sr. Darcy: “de começo forte, mas com final suave”), que veio para seu terceiro encontro.

Este ano, a JASNA – sigla pela qual a sociedade é conhecida – reuniu alguns grandes nomes para fazer as palestras principais sobre o tema do encontro: poder, dinheiro e sexo.

Encontro reuniu mais de 700 fãs de Jane Austen em Nova York / Foto: Joshua Bright - NYTNS

De Jane Austen, a Coleção L&PM Pocket publica Orgulho e preconceito, Persuasão, A abadia de Northanger e Razão e sentimento.

Imprensa britânica aplaude “On the road”

O filme “Na estrada” de Walter Salles estreou no início do mês em Londres e já conquistou aplausos da imprensa britânica, como nas críticas que saíram nos The Guardian e The Telegraph.

Trabalhando com um maravilhoso diretor de fotografia, o francês Eric Gautier, Salles invoca uma “twilit America” onde o ímpeto de viajar é uma dor, um vício, uma espécie de loucura. Sumir do mapa é uma tentação para estes jovens sem raízes, entediados com as opções convencionais de vida. É claro que a mitologia em torno de Kerouac pode ser um fardo para quem não entra nessa onda e eu sempre me achei, de certa forma, imune a tudo isso. Mas este tratamento sedutor e honesto do filme me provou que eu estava errado. (Tim Robey do jornal The Telegraph – leia na íntegra aqui)

Philip French, do jornal The Guardian, abre seu texto sem deixar dúvidas sobre o que achou do filme: “Depois de anos de produção, a adaptação de Walter Salles do clássico beat de Jack Kerouac é ousado, afetado e essencialmente triste.” (leia na íntegra aqui)

Pra quem ainda não leu On the road, a L&PM preparou uma edição especial do livro com o cartaz do filme “Na estrada” na capa.

Para quem perdeu o filme nos cinemas brasileiros, breve ele deve chegar em DVD.

Os sonhos de Juremir

Em sua coluna de sábado, 20 de outubro, no Jornal Correio do Povo, Juremir Machado da Silva conta um pesadelo que teve e de coincidências envolvendo Freud, de quem a L&PM publica, entre outros, A interpretações dos sonhos, pela primeira vez traduzido direto do alemão. Juremir acaba de lançar seu mais recente livro de crônicas, A orquídea e o serial killer que será autografado na Feira do Livro de Porto Alegre no dia 28 de outubro às 17h. 

Os miseráveis em cor e movimento

“Este livro é um drama cujo personagem principal é o infinito. O homem é secundário”. Assim Victor Hugo definiu seu mais célebre romance, Os miseráveis. “O infinito” aparece exatamente como uma tentativa de reunir tudo em um único livro. A amplitude dessa obra-prima é condizente com seus propósitos, que se espalham por todas as direções, e com sua maneira de lidar com a questão do tempo: ao incorporar o presente ao passado para esboçar os horizontes do futuro, Hugo deseja retratar fielmente o seu século, apontar suas zonas de luz e de sombra, suas mazelas e suas esperanças. O infinito é também o território espiritual de seu personagem secundário, “o homem”, dividido em inúmeras figuras, homens e mulheres, crianças, jovens e velhos, de todos os estratos sociais – patrões, aristocratas, bispos, policiais, ladrões, prisioneiros, órfãos, operários, estudantes, prostitutas, meninos de rua, criaturas decadentes, alegres, sofredoras, maliciosas, generosas, apaixonadas… Hugo criou um mosaico de rostos que, reunidos, compõem a humanidade; a esperança do escritor era a união de suas forças.

Por tudo isso, adaptar Os miseráveis seja para o teatro, cinema ou quadrinhos não é tarefa fácil. Mas com talento e conhecendo profundamente a obra, é possível. Tanto que seu sucesso na Broadway é imenso e agora a adaptação deste musical está nos cinemas. Nos quadrinhos, a tarefa de adaptar a grande obra de Victor Hugo coube a Daniel Bardet que traçou um roteiro primoroso desenhado por Bernard Capo e que foi colorido pelo artista Arnaud Boutle. Uma equipe reunida originalmente pela editora francesa Glénat e que agora chega à Série Clássicos da Literatura em Quadrinhos L&PM com tradução de Alexandre Boide. Para completar, todos os volumes desta série contam com um dossiê sobre o autor, sua obra e sua época. Simplesmente imperdível. Tanto para os que já conhecem o romance de Victor Hugo como para os que querem ter um primeiro contato com sua história.

Nos cinemas, uma super produção de Os miseráveis tem estreia prevista para 14 de dezembro no EUA e 29 de março no Brasil. O filme é uma adaptação quase fiel àquela apresentada na Broadway. E contará com grande elenco: Hugh Jackman, Russel Crowe, Anne Hathaway, Sacha Baron Cohen e Helena Bonham Carter. Veja aqui o teaser do filme em que Anne Hathaway canta a música tema do filme:

Os grandes mangás

Por Marina Ferreira* 

A primeira vez que eu ouvi falar de desenhos japoneses (os animes) foi quando eu era criança. Devia ter uns 6 ou 7 anos de idade. Uma amiga me convidou para brincar de Cavaleiros do Zodíaco – e eu lá nem sabia o que eram estes cavaleiros, mas resolvi brincar mesmo assim. Apesar de não entender bulhufas da brincadeira, fiquei curiosa. Decidi assistir ao desenho, que passava na (agora extinta) Rede Manchete.

Foi amor à primeira vista. Um amor que cresceu e se expandiu nos anos que se seguiram, apesar da recessão de animes e mangás que o Brasil sofreu no final da década de 90.

Uma agradável surpresa foi descobrir que a L&PM pretendia publicar seus próprios mangás. A minha paixão, que havia diminuído de intensidade nos últimos anos, voltou a crescer à medida que eu assistia o processo de produção dos livrinhos, a confusão com a leitura invertida, a transformação dos símbolos nipônicos em palavras que eu podia entender.

Dos títulos lançados, o que mais gostei foi o Solanin de Inio Asano. O mangá, publicado em dois volumes, conta a história do casal de namorados Meiko e Tanada, que decidem largar a segurança de uma vida estável, mas aborrecida para correr atrás de um sonho. Embora aconteça no Japão, os conflitos apresentados em Solanin são universais; qualquer pessoa que um dia se sentiu sem rumo e pensou em arriscar tudo por um sonho poderá se enxergar entre seus personagens, partilhando de seus sorrisos e suas lágrimas.

O belo e limpo traço de Asano conta uma história realista, pungente e surpreendentemente humana. É por isso que, para mim, Solanin pode ser considerado um grande livro, disfarçado de quadrinho, capaz de agradar até aqueles que nunca quiseram saber dos tais dos Cavaleiros do Zodíaco…

* Toda semana, a Série “Relembrando um grande livro” traz um texto assinado em que grandes livros são (re)lembrados. Livros imperdíveis e inesquecíveis.

Lincoln por Spielberg

Já foi divulgado o trailer de “Lincoln”, filme dirigido por Steven Spielberg que conta a vida do décimo sexto presidente dos Estados Unidos e traz Daniel Day-Lewis no papel principal. A estreia no Brasil é em 25 de janeiro de 2013.

Lincoln é um dos títulos da Série Encyclopaedia L&PM, livro em que o escritor Allen C. Guelzo, duas vezes premiado com o prestigioso Lincoln Prize, reconstrói a genealogia da família até o nascimento de Abraham.

O livro de bolso contra a crise

O livro de bolso surgiu nos EUA no começo do século XX e teve sua consagração exatamente no pior momento da economia americana. Foi depois da quebra do país em 1929 que os livros baratos passaram a ser a grande opção de leitura. Com o tempo, os “pocket books” tornaram-se uma alternativa para enormes tiragens de livros de sucesso. Seis meses após o lançamento de um livro em capa dura ou “soft cover” em formato convencional, o pocket era lançado com preços entre 50 e 60% menores do que as edições originais. Na Europa, o fenômeno foi bem visível logo após a guerra. As grandes editoras inglesas, alemãs, francesas e espanholas criaram coleções que, em pouco tempo, se transformaram em verdadeira referência cultural. Ao contrário dos EUA, o livro de bolso europeu foi o veículo que fixou os grandes textos clássicos internacionais. Com o tempo, estas coleções passaram a incluir também autores modernos. Hoje, com a forte crise econômica que atravessa a Europa e, depois da crise que assolou os EUA em 2008, os livros de bolso cresceram a ponto de abocanhar quase 50% do mercado. Atualmente em Paris, por exemplo, os livros de bolso têm exposição privilegiada nas livrarias. Saíram dos “displays” escondidos no fundo da loja e estão nas vitrines, nas principais gôndolas ao lado dos grandes lançamentos da estação. O que não se via num passado muito recente. Na Feira do Livro de Frankfurt 2012, muitos dos principais editores constatavam esta realidade. O pocket é o caminho para manter altas as vendas em época de crise. Afinal, os grandes lançamentos em poucos meses são editados em bolso e vendidos por menos da metade do preço do livro convencional. E, em muitos casos, há livros que – a exemplo da coleção L&PM POCKET – são lançados originalmente já no fomato bolso. (Ivan Pinheiro Machado)

43 anos sem Jack Kerouac

Jack Kerouac bebeu até morrer. Em 21 de outubro de 1969, o autor de On the road saiu da estrada e se foi, solitário e decadente, aos 47 anos e com apenas 91 dólares em sua conta bancária. Mal sabia ele que, 43 anos depois de sua morte, seu nome teria um valor incalculável para seus fãs. Para marcar esse dia, separamos aqui algumas fotos raras de Kerouac da infância até alguns anos antes de sua morte.

Jack Kerouac aos 5 anos

Anos 30: o jovem Jack com os pais

Adolescente, aos 14 anos

O primeiro passaporte

Na faculdade, como titular do time de futebol americano

Anos 40: a força de Kerouac também no baseball

Com o grande amigo Neal Cassady e a filha dele

Em 1964, na última visita que fez a Allen Ginsberg, já bem diferente dos áureos tempos de estrada

Tem Curso Geração Beat e contracultura em novembro

Claudio Willer, tradutor de Uivo de Allen Ginsberg e autor do livro Geração beat, ministrará novo curso no Espaço Revista Cult. “Poesia e política: Geração Beat e contracultura” é o tema do evento que o Espaço Revista Cult sediará de 8 de novembro a 6 de dezembro.

NÚCLEO: Altos Estudos
MINISTRADO POR: Claudio Willer
DATA: de 08/11/2012 até 06/12/2012
HORÁRIO: Quintas-feiras, das 20h às 22h
CARGA HORÁRIA: 8h
NÚMERO DE VAGAS: 40
PÚBLICO ALVO: Estudantes, jornalistas e demais interessados no assunto.
VALOR: R$ 320.00

O valor pode ser parcelado em até 6 vezes no cartão de crédito (sem juros) no Espaço Revista CULT.

Programa: 
1 – Poesia e política, do Romantismo até hoje: William Blake, Walt Whitman e Arthur Rimbaud, inspiradores da Geração Beat
2 – A “revolução de mochilas às costas” e os “ideais essenciais do movimento Beat”: liberação, tolerância, “antifascismo cósmico”
3 – O pluralismo Beat; a contribuição de seus integrantes: ambientalismo, militância, anarquismo místico.
4 – Debate: contemporaneidade ou extemporaneidade; contracultura e Geração Beat foram assimilados ou são irreversíveis? Contribuições ao pensamento