Stefan Zweig quando jovem
No início de 2013, a Série Biografias L&PM – a maior série de biografias do Brasil – vai lançar mais um título que conta, de forma primorosa, a vida de uma grande personalidade. E o próximo volume é sobre o aniversariante de hoje: o escritor austríaco Stefan Zweig. Leia abaixo, com exclusividade, trechos dessa biografia:
Stefan Zweig nasceu em Viena, no dia 28 de novembro de 1881. Tanto o impulso econômico como o crescimento demográfico da cidade eram extraordinários. A partir de 1857, uma das mais brilhantes manifestações do programa de reabilitação da cidade foi a demolição das antigas fortificações para dar lugar à construção da Ringstrasse (“rua do Círculo”) que, conforme seu nome indica, tinha a forma de um grande quarteirão circular.
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Após o nascimento, sua avó materna, a sra. Brettauer, passara a morar com a família e, embora a mencione muito pouco, o menino era muito apegado a ela. As crises de raiva de Stefan eram notórias, e seus anos de menino devem ter sido semelhantes aos que descreveu na novela “Segredo ardente” (Brennendes Geheimnis). O personagem principal, Edgar, estava com cerca de 12 anos, “e parecia desconhecer a moderação. Ele falava de qualquer pessoa, ou de qualquer objeto, ou com entusiasmo, ou com um ódio tão violento que o rosto ficava todo contorcido, o que lhe dava um aspecto quase maldoso e assustador”.
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Zweig abre o livro com o soneto “Ô Enfance, étroite prison” (“Ó Infância, estreita prisão”), no qual relembra seus choros, seus desejos, e sua louca impaciência. Ele dedicou essa obra a Ellen Key (1849-1926), uma famosa pedagoga suíça, com quem manteve uma longa correspondência. Como Friderike, sua primeira mulher, contará mais tarde, Stefan era uma criança que se revoltava com frequência, o que o marcou com uma sede insaciável de liberdade. Adulto, ele sempre teve dificuldade para usar colarinhos duros, símbolos de um controle desagradável dos pais. As tensões familiares foram reais, e deixaram nas suas reações em relação à sua mãe um certo distanciamento irônico que Zweig terá dificuldade de superar.
Quando ainda era uma criança, Zweig cresceu rodeado de governantas, mas da sua memória emergem apenas algumas impressões um pouco embaçadas, não muito felizes. Ele fala muito pouco do irmão mais velho com quem, aparentemente, não tinha interesses em comum. Alguns passeios no Prater o fizeram conhecer sua primeira decepção amorosa. Um dia, ele terá a honra de ser notado pela princesa imperial Estefânia, que parou na frente daquele menino tão bem educado, e tão bem vestido, e conversou com ele durante alguns instantes.
"Brasil, um país do futuro" na Coleção L&PM Pocket e com prefácio de Alberto Dimes
Ao visitar o Rio de Janeiro, Stefan Zweig ficou encantado com o que encontrou por aqui e escreveu o livro Brasil, um país do futuro. De enorme repercussão na época em que foi lançado, graças a este livro o Brasil ganhou internacionamente, nas décadas de 50 e 60, o “slogan” de “país do futuro”. Apaixonado, emotivo e de extrema sensibilidade, Zweig passou seus últimos anos em Petrópolis, na serra carioca. Deprimido pela guerra, pelo avanço do nazismo e da intolerância contra os judeus, principalmente na Áustria, sua terra natal, suicidou-se juntamente com sua mulher em 1941.
De Zweig, além de Brasil, um país do futuro, a Coleção L&PM Pocket publica 24 horas na vida de uma mulher e Medo e outras histórias.