Arquivo mensais:junho 2014

Jornal Estadão entrevista ilustrador que adaptou “A invenção de Morel” para HQ

Jean-Pierre Mourey nasceu em 1970, em Luxeuil-Bains, uma pequena cidade no oeste da França. Quadrinista e ilustrador, estudou artes plásticas e, ao ler Bioy Casares na juventude, ficou impressionado com a complexidade narrativa do romance. Quando decidiu adaptar “A invenção de Morel” para os quadrinhos, tentou não perder os elementos originais da trama.

“O interesse do trabalho de adaptação está em encontrar soluções, equivalentes gráficos e narrativas interessantes em relação ao texto original”, diz o quadrinista ao Jornal O Estado.

Clique sobre a imagem para ler a entrevista completa, realizada pelo repórter Guilherme Sobota.

Clique para ampliar.

 

Dez anos do Festival Internacional Agatha Christie

agatha Christie Festival

2014 será um ano especial para o Festival Internacional Agatha Christie. Isso porque o evento prepara-se para comemorar uma década de programação dedicada à Rainha do Crime. Desde 2004, especialistas e fãs de Agatha Christie reúnem-se na histórica Torre Abbey em Torquay, cidade inglesa onde a escritora inglesa nasceu, para trocar ideias sobre os mistérios, os detetives e as tramas escritas ou inspiradas na autora.

A programação deste ano, que acontece entre 14 e 21 de setembro, acaba de ser divulgada e contará com a participação de escritores e roteiristas de renome e mais uma série de atividades divertidas, além de produtos exclusivos. Alguém se habilita a conferir de perto?

Agatha Torquay

A L&PM Editores publica mais de 70 títulos da Rainha do Crime. Clique aqui para ver.

Mônica vira figurinha na Copa

A equipe de ilustradores do estúdio Ilustranet resolveu fazer uma homenagem artística a 14 nações presentes na Copa e criou figurinhas virtuais que, ao invés de jogadores, apresentam personagens saídos da TV, quadrinhos, cinema ou livros.  O projeto foi batizado de Figurinhas na Copa e apresenta livres interpretações de figuras de sucesso de diferentes países.

Para a escolha do personagem que estamparia a figurinha do Brasil, a equipe resolveu abrir uma votação no site do estúdio. Quem venceu foi a personagem Mônica, criada em 1963 por Maurício de Sousa que levou 25% dos 1.458 votos.

Monica_figurinha_copaREcortada

Clique aqui para ver os personagens dos outros países.

 

A Alice de Salvador Dalí é sucesso no Rio

Mais de 150 mil pessoas já visitaram a exposição Salvador Dalí no Rio de Janeiro. Aberta desde 30 de maio no CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil, esta é a maior mostra já realizada sobre Dalí no Brasil e apresenta sua criação desde os anos 1920 até os últimos trabalhos. A exposição traz ao todo 150 obras, entre 29 pinturas, 80 desenhos e gravuras, filmes, fotografias e documentos do artista catalão. A ideia é a de que o visitante reconheça a evolução artística de Dalí e perceba as diferentes influências, os recursos técnicos, as referências ideológicas e os simbolismos usados em cada fase.

O universo onírico e provocante de Salvador Dalí ocupa 1000 m² do primeiro andar do CCBB-RJ. Entre as obras, há desenhos feitos por Dalí para ilustrar os livros Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, e Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.

Você tem até 22 de setembro para conferir de perto.

Alice na toca do coelho, uma das doze ilustrações que Dalí fez para a obra de Lewis Carroll

“Para baixo na toca do coelho”: uma das doze ilustrações que Dalí fez para a obra de Lewis Carroll

Clique aqui para ver todas as ilustrações de Dalí para Alice no País das Maravilhas.

SERVIÇO

O que: Exposição Salvador Dalí
Quando:
até 22 de setembro, de quarta a segunda, das 9h às 21h
Onde: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro
Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro (RJ)
Quanto: grátis
Mais informações: (21) 3808-2020

 

Futebol: uma guerra dançada

“A guerra dançada”, trecho do livro Futebol ao sol e à sombra, de Eduardo Galeano:

No futebol, sublimação ritual da guerra, onze homens de calção acabam sendo a espada vingadora do bairro, da cidade ou da nação. Estes guerreiros sem armas nem couraças exorcizam os demônios da multidão e confirmam sua fé: em cada confronto entre duas equipes, entram em combate velhos ódios e amores herdados de pai para filhos.

O estádio tem torres e estandartes, como um castelo, e um fosso fundo e largo ao redor do campo. No meio, uma raia branca assinala os territórios em disputa. Em cada extremo, aguardam os arcos,  que serão bombardeados por boladas. Em frente aos arcos, a área se chama zona de perigo.

No círculo central, os capitães trocam flâmulas e se cumprimentam como manda o ritual. Soa o apito do árbitro e a bola, outro vento assobiador, põe-se em movimento, A bola vai e vem e um jogador leva essa bola e passeia com ela até que alguém lhe dá uma trombada e ele cai escarranchado. A vítima não se levanta. Na imensidão da grama verde, jaz o jogador. E na imensidão das arquibancadas, as vozes trovejam. A torcida inimiga ruge amavelmente:

– Morre!
– Que se muera!
– Devi morire!
– Tuez-le!
– Mach ihn nieder!
– Let him die!
– Kill kill kill!

gale_fute

 

Uma exposição sobre a arte, a vida e o pensamento de Virginia Woolf

Vai viajar para Londres entre 10 de julho e 26 de Outubro? Então prepare-se para um encontro especial. Neste período, a National Portrait Gallery vai exibir a exposição “Virginia Woolf – Art, life and vision” com curadoria da biógrafa e historiadora de arte Frances Spalding. Será uma extensa mostra de retratos e materiais de arquivos raros que exploram a vida de uma das mais importantes e celebradas escritoras do século XX e suas realizações como romancista, intelectual, ativista e figura pública.

A exposição incluirá os mais diferentes retratos (fotos e pinturas) de Woolf sozinha ou acompanhada de seus contemporâneos do Bloomsbury Group, bem como imagens íntimas com amigos e familiares. Além disso, haverá uma notável variedade de objetos pessoais como cartas, diários e livros.

Algumas imagens da exposição:

T.S. Eliot e Virginia Woolf, fotografados por Lady Ottoline Morrell em junho de 1924.

T.S. Eliot e Virginia Woolf, fotografados por Lady Ottoline Morrell em junho de 1924.

Virginia e Leonard Woolf em 1939, fotografados por Gisele Freund

Virginia e Leonard Woolf em 1939, fotografados por Gisele Freund

Virginia Woolf por Vanessa Bell em pintura de 1912

Virginia Woolf por Vanessa Bell em pintura de 1912

No dia da abertura da exposição também será lançado um livro sobre a exposição que já está em pré-venda no site da National Portrait Gallery:

O livro contém todas as imagens da exposição e texto de Frances Spalding

O livro contém todas as imagens da exposição e texto de Frances Spalding

Veja aqui os livros de Virginia Woolf, publicados pela L&PM.

Quando o assunto é caneta Mont Blanc, os escritores assinam embaixo

Quando se pensa em caneta de luxo, o primeiro nome que aparece escrito na mente é Montblanc. Marca alemã fundada em 1906 e batizada em homenagem à montanha mais alta da Europa Ocidental, a Montblanc é um sonho de consumo caro, mas que oferece garantia para toda a vida. E para despertar ainda mais o desejo entre os adoradores de canetas, ela costuma lançar edições limitadas a cada ano.

Desde 1992, entre estes lançamentos especiais estão vários modelos em homenagem a escritores famosos que trazem as assinaturas dos autores impressas. Dê uma olhada em alguns deles e suspire.

O modelo Agatha Christie, lançado em 1993, traz uma misteriosa serpente com olhos de rubi:

Mont Blanc Agatha Christie

Mont Blanc Agatha Christie

O modelo Oscar Wilde, de 1994, parece homenagear os casacos de pele do autor de O retrato de Dorian Gray:

Mont Blanc Oscar Wilde

Mont Blanc Oscar Wilde

Em 1998, foi lançado o modelo Edgar Allan Poe:

Mont Blanc Edgar Allan Poe

Mont Blanc Edgar Allan Poe

Em 1999, foi a vez de Marcel Proust receber uma luxuosa Montblanc:

Mont Blanc Marcel Proust

Mont Blanc Marcel Proust

Charles Dickens ganhou edição especial em 2001:

Dickens_montBlanc

Mont Blanc Charles Dickens

A Montblanc F. Scott Fitzgerald, de 2002, bem poderia ser usada pelo personagem de O grande Gatsby:

Fitzgerald_montBlanc

Mont Blanc F. Scott Fitzgerald

Franz Kafka é um dos modelos mais bonitos da Montblanc e foi lançado em 2004:

Mont Blanc Franz Kafka

Mont Blanc Franz Kafka

Miguel de Cervantes, autor de Dom Quixote de La Mancha foi homenageado em 2005:

cervantes_montBlanc

Mont Blanc Miguel de Cervantes

Em 2006, Virginia Woolf também ganhou sua caneta Montblanc:

Mont Blanc Virginia Woolf

Mont Blanc Virginia Woolf

Balzac é o modelo mais recente e o único que encontra-se disponível para venda no site da Montblanc, pois foi lançado em 2013:

Balzac_montBlanc

Mont Blanc Honoré de Balzac

Um fantasma no quadro de Picasso

Cientistas e especialistas em arte acabam de descobrir a imagem de um homem sob a pintura “Blue room” (Quarto azul), de Pablo Picasso. A tela, que faz parte do chamado “Período Azul” começou a ser feito em 1901 quando Picasso tinha apenas 19 anos.

“Blue room” vem sendo estudado desde 2008 e, agora, graças a raios infravermelhos e alta tecnologia, foi revelado que, embaixo da mulher que toma banho em um quarto azul, há um homem com um laço no pescoço, rosto apoiado em uma das mãos e três anéis nos dedos.

"Blue Room", pintado por Picasso em 1901

“Blue Room”, pintado por Picasso em 1901

Especialistas desconfiavam que havia algo sob o quarto azul.

Especialistas desconfiavam que havia algo sob o quarto azul.

O misterioso homem.

O misterioso homem.

Os peritos agora querem saber quem é o homem que ficou escondido por mais de um século sob a tinta azul.

Será Carles Casagemas, o grande amigo de Picasso que suicidou-se em fevereiro de 1901? Leia um trecho da biografia Picasso, de Gilles Plazy, da Coleção L&PM Pocket:

Uma notícia, brutal, dramática, que lhe chega da boemia da qual se distanciou, o transtorna: Carles Casagemas, que ele deixou há pouco mais de um mês no porto de Málaga, acaba de se matar, em 17 de fevereiro de 1901, e de uma maneira particularmente espetacular. (…) Longe da leveza das saias arregaçadas nas cenas de café-concerto, cumpre-lhe fazer em pintura o luto de Casagemas. Morto o pintor, ele o imagina várias vezes em diversos quadros, um dos quais à maneira de Van Gogh, outro suicidado, e no qual a imensa chama de uma vela explode em raios traçados em largas pinceladas. (…) Picasso, marcado pela morte de Casagemas e encorajado por Max Jacobs, interioriza-se, busca dentro de si mesmo imagens, compraz-se em dar livre curso à fantasia, o simbolismo, à melancolia também. (…) Nos quadros domina o azul, que é a cor simbólica, tradicional, da melancolia e que os artistas fin-de-siècle dos anos precedentes cultivam de bom grado. “Foi pensando que Casagemas estava morto que passei a pintar em azul”, dirá mais tarde Picasso a seu amigo Pierre Daix.

 

 

Camus, o goleiro que não podia gastar a sola de sapato

Camus

Em 1930, Alberto Camus era o São Pedro que tomava conta da porta da equipe de futebol da Universidade de Argel. Tinha se acostumado a jogar como goleiro desde menino, porque essa era a posição onde o sapato gastava menos sola. Filho de família pobre, Camus não podia se dar ao luxo de correr pelo campo: toda noite, a avó revisava as solas e dava uma surra nele, se estivessem gastas.

Durante seus anos de goleiro, Camus aprendeu muitas coisas:

– Aprendi que a bola nunca vem para a gente por onde se espera que venha. Isso me ajudou muito na vida, principalmente nas grandes cidades, onde as pessoas não costumam ser aquilo que a gente acha que são as pessoas direitas.

Também aprendeu a ganhar sem se sentir Deus e a perder sem se sentir um lixo, sabedorias difíceis, e aprendeu alguns mistérios da alma humana, em cujos labirintos soube se meter depois, em viagem perigosa, ao longo de seus livros.

Trecho de Futebol ao sol e à sombra, de Eduardo Galeano.

Albert Camus jogou desde menino como goleiro, posição escolhida porque era a que menos gastava a sola do sapato. Ele é o menino de boné.

Albert Camus jogou desde menino como goleiro, posição escolhida porque era a que menos gastava a sola do sapato. Ele é o menino de boné.