Arquivo mensais:julho 2017

Van Gogh e o tiro no peito

Vincent havia saído para pintar na tarde de 27 de julho, quando nessa hora costumava trabalhar na sala dos fundos do albergue. Deu um tiro de revólver contra o peito, caiu e depois se ergueu para retornar. Caiu três vezes no caminho de volta e notaram sua ausência, pois estava atrasado para o jantar. Sua atitude ao chegar pareceu estranha aos Ravoux: Vincent subiu diretamente ao seu quarto. Depois, como não descia para jantar, o sr. Ravoux subiu para vê-lo, encontro-o estendido no leito e perguntou o que tinha. Vincent virou-se bruscamente, abriu o casaco e mostrou a camisa ensanguentada. “É isso, quis me matar e falhei”, ele diz. (Van Gogh, David Haziot, Série Biografias L&PM Pocket).

Vincent Van Gogh não sairia mais da cama. Dois dias depois, morreria nos braços do irmão Theo, aos 37 anos e poucos meses.

VAN GOGH FOTO ALTA

Direto de Paris: os livros de bolso se impõem nas listas de best-sellers

Durante a Feira do Livro de Paris,  no início de 2017, os quatro livros mais vendidos na França eram todos livros de bolso. Este está longe de ser um caso isolado. Em 2016, os pockets ocuparam quatro das seis melhores posições de todo o ano e venderam, cada um, entre 380 mil e 650 mil cada um.

Nascidas na França nos anos 1930, as edições compactas se popularizaram para valer nos anos 1950, com a invenção da coleção Le Livre de Poche. O formato oferece uma segunda vida às obras, tornando-as acessíveis a todos os bolsos, com preços que representam metade ou até um terço do formato convencional. Hoje o formato de bolso representa uma venda de livro em cada três, com mais de 100 milhões de exemplares comercializados por ano. “É uma particularidade do mercado editorial francês”, diz Anne Assous, diretora da Folio, um dos principais players do setor, junto com a Pocket e Le Livre de Poche.  Esse formato reduzido realiza também um tour de force ao transformar em fenômeno comercial obras que passaram mais ou menos despercebidas quando de seu lançamento inicial.

O sucesso literário do momento, L’Amieprodigieuse, de Elena Ferrante, também deve muito ao formato de bolso. O primeiro volume só havia vendido 10 mil exemplares na Gallimard. Sua passagem para o pequeno formato na coleção Folio se traduziu em 420 mil exemplares vendidos. “A partir daí, a coisa engrenou. Os três volumes chegam hoje a 1,3 milhão de exemplares vendidos, incluídos aí todos os formatos”, salienta Anne Assous.

Como explicar que um texto idêntico tenha desempenhos comerciais tão diferentes? Há, é claro, a questão do preço. O bolso também está presente em um número elevado de pontos de venda, como o varejo especializado ou alimentar, as estações de trem ou os postos de gasolina. Isso o torna acessível aos leitores que se sentem intimidados pelas livrarias. Mesmo que o boca a boca seja pequeno, as vendas se encadeiam. Alguns gêneros, que visam o grande público, parecem ter desempenho ainda melhor no formato pequeno.  Mas não é a única explicação. “Há hoje um verdadeiro trabalho de marketing que havíamos deixado um pouco de lado”, afirma Vincent Monadé, presidente do Centre Nationaldu Livre. “O bolso não é mais a versão mini de uma obra. É um lançamento por si só, com um verdadeiro trabalho editorial.”

COMPRA POR IMPULSO

Esqueça o papel de baixa gramatura e a tinta que suja os dedos. O livro de bolso subiu a escala da gramatura e se distingue por capas muito trabalhadas. “Tentamos favorecer a compra de impulso”, indica Marie-Christine Conchon, presidente da UniversPoche (Editora Pocket). Os resumos também podem ser modificados, em relação aos resumos do formato convencional, para seduzir um público mais amplo. Os editores de livro de bolso não hesitam a fazer grandes campanhas para promover seus lançamentos.

As capas são alteradas a cada cinco anos, em média. Pois, se livros de formato convencional não ficam mais que alguns meses na linha de frente, o livro de bolso será comercializado durante anos.  “É a versão que vai ficar no catálogo dos editores. Os autores tomaram consciência disso e reconhecem a importância dessas edições”, sublinha VeroniqueCardi. Prefácios inéditos e bônus se multiplicam para fazer desses lançamentos verdadeiros acontecimentos. À mídia se solicita que fale novamente sobre essas obras. Os editores de livros de bolso gozam, aliás, de um fundo editorial sólido que lhes permite não depender unicamente das novidades. Certos clássicos podem repentinamente  voltar a ser populares, como 1984,da coleção Folio, que vendeu 90 mil exemplares desde a eleição de Donald Trump.

Via Jornal Le Figaro

pockets_L&PM

Jane Austen tem valor

A escritora Jane Austen morreu em 18 de julho de 1817. Hoje, exatos 200 anos depois, uma nova nota de 10 libras esterlinas, com seu rosto, está sendo lançada na Inglaterra para celebrar o bicentenário de morte da autora.

Jane Austen nota dinheiro

A nova nota que homenageia Jane Austen

Segundo o jornal Estadão, o lançamento oficial da cédula ocorre em setembro e a nota vai substituir a atual, com o rosto de Charles Darwin, em circulação desde 2000. Uma edição limitada da moeda de 2 libras também vai circular na região de Hampshire, no sul da Inglaterra.

Para marcar os 200 anos da morte de Jane Austen, centenas de atividades serão promovidas por seus admiradores espalhados pelo mundo.

Clique aqui e conheça os livros da autora publicados pela L&PM.

Vai em paz, Liu Xiaobo

Morreu nesta quinta-feira, 13 de julho, Liu Xiaobo, Prêmio Nobel da Paz de 2010, autor de Não tenho inimigos, desconheço o ódio, publicado pela L&PM Editores.

Liu Xiaobo, professor, intelectual e dissidente chinês, cumpria uma pena de 11 anos de prisão por “subversão” desde 2009, depois de ter sido um dos autores de um texto que defendia a democracia na China. Ele tinha sido liberado pelas autoridades chinesas para ser tratado em um hospital.

Xiaobo se torna o primeiro Nobel da Paz a morrer privado da liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que faleceu em 1938 em um hospital quando estava detido pelos nazistas.

Mais cedo, nesta quinta, o o porta-voz da diplomacia chinesa Geng Shuang negou novamente os apelos internacionais para que o opositor recebesse tratamento no exterior. Na terça-feira, o Hospital Universitário Nº1 de Shenyang (nordeste da China) informou que Liu se encontrava “em estado crítico”. De acordo com o hospital, o paciente sofreu um choque séptico, uma infecção abdominal e foi submetido à diálise.

Ativistas chineses dos direitos humanos, no entanto, questionam os boletins médicos divulgados pelas autoridades e temem uma possível manipulação das informações.

“Como as autoridades controlam todas as informações relativas ao estado de saúde de Liu Xiaobo é difícil verificar a veracidade dos comunicados publicados pelo hospital na internet”, disse à AFP Patrick Poon, diretor chinês da Anistia Internacional.

nao_tenho_inimigos

O livro publicado pela L&PM Editores é uma coletânea de textos – pela primeira vez disponíveis em português – que revela não apenas um célebre dissidente, mas o mais intelectualmente vigoroso dos dissidentes chineses. Seus ensaios sobre política chinesa contemporânea, cultura, sociedade e movimento democrático, bem como seus poemas (escritos no cárcere), são mais que um atestado de coragem; são também reflexões cristalinas e exercícios de virtuosismo linguístico. Homem à frente de seu tempo, Liu Xiaobo representa aqui o melhor do pensamento chinês, finalmente acessível aos leitores de todo o mundo.

Um selo para comemorar os 200 anos do nascimento de Thoreau

Henry David Thoreau nasceu em 12 de julho de 1817. Hoje, exatamente 200 anos depois, o mundo comemora seu nascimento e suas ideias. Autor, entre outros, de WaldenA desobediência civil, ambos publicados pela L&PM Editores.

Para comemorar esse bicentenário, os EUA lançaram um selo comemorativo de Thoreau. Nada mais civil, aliás, do que um selo postal (pelo menos não é uma nota de dinheiro, vá lá…)

Inauguração do selo

Inauguração do selo

Deu no New York Times

Antes de depois” é um livro importante escrito pelo pintor Paul Gauguin no fim da sua vida. A L&PM Editores publicou-o pela primeira vez no Brasil em 1997, quando lançava o projeto revolucionário da coleção L&PM POCKET que hoje conta com mais de 1.200 títulos. O livro é um depoimento impressionante deste que foi um dos pilares fundadores da arte moderna.

Entre outras revelações e informações importantes para a compreensão do surgimento da arte moderna, em “Antes e depois” está narrado o célebre episódio do corte da orelha de Van Gogh em 15 de dezembro de 1888. Paul Gauguin vivia na mesma casa que Van Gogh em Arles no sul da França, a famosa “Casa Amarela” e foi testemunha da crise que culminou com a automutilação de Van Gogh. Ele narrou o incidente  no seu livro, sendo a fonte primária que revelou ao mundo os detalhes deste episódio que até hoje desperta controvérsias e alimenta versões.

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Gauguin morreu em 1903, na mais completa miséria, doente, dilacerado pela solidão e a incompreensão de seus contemporâneos. “Antes e depois” foi concluído meses antes da sua morte.

Pois até ontem, 3 de julho de 2017, o quadro de 1892, “Nafea Faa Ipoiop” (Você não vai casar?) de Paul Gauguin, num destes paradoxos monumentais, comuns na história da arte, era tido como a obra que atingira o valor mais alto de todos os tempos. Segundo as notícias da época, um sheik do Catar pagou em 2014 nada mais nada menos do que 300 milhões de dólares pelo quadro. Hoje o New York Times informa em sua edição digital que,  graças à uma disputa judicial em um tribunal de Londres, onde se discutia o valor da comissão devida ao marchand que intermediou o negócio soube-se que, na verdade, o quadro foi vendido por “apenas” 210 milhões de dólares… Portanto os dois quadros mais caros da história seguem sendo “Interchanged”, do pintor norte-americano Willem de Kooning  (300 milhões de dólares em 2016) e “Jogadores de carta” de Paul Cèzanne (250 milhões em 2011).

Paul_Gauguin,_Nafea_Faa_Ipoipo

Você não vai casar, de Paul Gauguin