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Nossas mulheres…

A L&PM tem muitas mulheres. Escritoras, poetas, musas, personagens, nomes de livros. Basta digitar “mulher” na busca por títulos e ver o que aparece. Tem mulher no escuro, mulher de prazer, mulher de trinta anos, mulher com medo de barata, mulher de bandido, a mulher mais linda da cidade, mulher com exclamação. E mulher que é mulher e ponto.

No Dia Internacional da Mulher, escolha a sua e boa leitura! Abaixo, alguns exemplos que soam como uma homenagem:

Mulheres, de Eduardo Galeano: “Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.”

Estudos de Mulher, de Balzac: “Essa mulher, saída das fileiras da nobreza, ou elevada da burguesia, vinda de todas as partes, mesmo da província, é a expressão dos tempos atuais, uma última imagem do bom gosto, do espírito, da graça e da obstinação.”

A mulher mais linda da cidade, de Bukowski: “Das 5 irmãs, Cass era a mais moça e a mais bela. E a mais linda mulher da cidade. Mestiça de índia, de corpo flexível, estranho, sinuoso que nem cobra e fogoso como os olhos: um fogaréu vivo ambulante.”

24 horas na vida de uma mulher, de Stefan Zweig: “Toda essa recusa do fato óbvio de que em muitas horas de sua vida uma mulher pode ficar à mercê das forças além de sua vontade e consciência apenas disfarça o medo do próprio instinto do demoníaco em nossa natureza…”

Mulheres!, de David Coimbra: “Uma noite, Roberta chegou à conclusão: havia se transformado numa tarada. Só pensava na ideia que tivera ao ver os treinos de boxe da academia. Só naquilo, naquilo, maldição! No começo, rechaçou o pensamento. Tratava-se de uma fantasia, nada mais. Mas, com o tempo, a fantasia foi se solidificando, tornando-se real. Agora, ela precisava fazer.”

Só as mulheres e as baratas sobreviverão, de Claudia Tajes: “Meu nome é Dulce. Doce, em espanhol. Mas os argentinos, os uruguaios, os chilenos e todas as, digamos, línguas espanholas com quem já cruzei na vida não entendem como uma mulher pode se chamar Dulce. Então eu tenho que explicar, es como dulce de leche, e aí eles se derretem, pedem para provar, elogiam a minha doçura, essas coisas de Julio Iglesias que os latinos dizem como ninguém.”

Do primeiro encontro com Claudia Tajes à peça “Dez (quase) amores”

Por Paula Taitelbaum* 

Lembro da primeira vez que a Claudia Tajes veio falar comigo. O ano era 2000 e o mês era agosto. Eu já conhecia ela de nome e de vista, mas nunca tínhamos nos falado até aquele momento. O cenário era esse: Bar Ocidente lotado, música muito alta, luz difusa e um certo nível de álcool no sangue. Foi quando uma bela mulher de cabelos ondulantes aproximou-se de mim e falou que adorava os meus poemas. Acho que eu não contei isso pra Claudinha até hoje, mas levei uns bons minutos pra reconhecer que aquela era ela. Claudia me disse que ía lançar um livro também pela L&PM que, nessa época, já era a minha editora. Não lembro o que mais conversamos, mas tenho certeza de que ela me fez rir  (ela sempre me faz rir) e, quando chegou outubro, fui direto pra fila de lançamento do Dez (quase) amores na Feira do Livro de Porto Alegre. Eu e a minha barriga, pois nessa festa que nos falamos pela primeira vez eu já estava grávida e nem sabia. 

Na Feira, comprei o livro e ganhei um autógrafo adorável. Naquele mesmo dia, comecei a ler e não parei mais até terminar. E pensei “Nossa, essa Claudia Tajes é o máximo”. Dez (quase) amores traz dez histórias de amor que começam no colégio e vão seguindo uma ordem cronológica. Dez encontros que viraram desencontros. Dez desventuras em série que nos fazem rir pra não chorar. 

A partir daí, ficamos muito amigas e a Claudia lançou vários outros livros. Li todos eles. Mas continuei tendo Dez (quase) amores como o meu preferido. Talvez porque ele tenha sido o ponto de partida do meu primeiro encontro com a Claudia escritora. Talvez porque foi esse livro que nos aproximou. 

E agora, mais de uma década depois, eis que virei uma das atrizes da peça baseada em Dez (quase) amores. Meu papel é o de Gláucia, a melhor amiga da personagem principal. A adaptação para o teatro, dirigida por Bob Bahlis, estreou nos palcos em 2008 e Gláucia era interpretada por Claudia Meneghetti, atriz que faleceu no ano passado. Antes do Natal, Bob me ligou perguntando se eu aceitaria fazer a Gláucia em três apresentações especiais dentro da programação do Porto Verão Alegre. Aceitei, claro. Como não iria aceitar? 

*Paula Taitelbaum é escritora, coordenadora do Núcleo de Comunicação L&PM, atriz e amiga de Claudia Tajes. 

Eu e Carla Gasperin em foto de divulgação da peça

SERVIÇO 

O que: Dez (Quase) Amores – direção de Bob Bahlis
Quando: de 15 a 17/01, às 21h.
Onde: Sala Álvaro Moreyra
End.: Avenida Érico Veríssimo, 302 – Menino Deus
Quanto: R$ 25,00 Inteira
R$ 20,00 Clube ZH
R$ 12,50 Maiores de 60 anos
* Estudante (venda somente no teatro, duas horas antes do espetáculo):
Ter a qui: R$ 12,50
Sex a dom: R$ 20,00 

Maiores informações no site: http://www.portoveraoalegre.com.br/portal/php/detalhes.php?idp=1

Vai começar a maratona de leitura elétrica

Já sintonizou na Rádio Elétrica (www.radioeletrica.com)? Vale a pena, pois além de música, há bastante literatura por lá. Incluindo até leitura de livros ao vivo. Sob o comando da radialista Katia Suman, a partir do próximo sábado, 10 de novembro, a rádio online vai promover o volume 1 da Maratona de Leitura Elétrica. A partir das 10 da manhã até sabe-se lá que horas, escritores vão se revezar na leitura de Pornopopeia, de Reinaldo Moraes, sendo que o primeiro capítulo será lido pelo próprio autor. Reinaldo também é o tradutor de Mulheres, de Bukowski, obra da Coleção L&PM Pocket que, aliás, será lida no próximo volume da Maratona Elétrica.    

Então anota aí pra não esquecer: leitura das 465 páginas de Pornopopeia, de Reinaldo Moraes, ao vivo na programação da Rádio Elétrica, sem interrupções, por Reinaldo Moraes (via Skype), Claudia Tajes, Carol Bensimon, Pedro Gonzaga, Paula Taitelbaum, Luís Augusto Fischer, Daniel Pellizzari, entre outros. Pra completar, durante a leitura, serão sorteados livros. 

E para os que já têm compromisso no sábado, Katia Suman avisa que a leitura será publicada como podcast no site da Rádio Elétrica.

Claudia Tajes chegou para ficar. Mais um livro seu lançado em pocket

Claudia Tajes escreve muuuuuuito bem. E, melhor ainda, tem humor, muito humor. O grande Montaigne, filósofo francês, dizia que você deve desconfiar daquelas pessoas que se levam muito a sério… Não é o caso da Claudia. Ela tem talento até para rir de si mesma. Embora, paradoxalmente, sua temática seja muito séria, afinal, são as misérias, as mesquinharias, as mesmices e as pequenas (e poucas) grandezas do cotidiano em que (todos nós) vivemos. Uma literatura tão verdadeira que não tem heróis. É o personagem que não é “personagem” – se é que me entendem. Aliás, assim é a vida. Um dia-a-dia banal onde escondemos nossas idiossincrasias até chegar a Claudia Tajes e expor o ridículo, o grotesco, o cômico e o tragicômico de que somos protagonistas ou coadjuvantes. Temática à parte, tudo é escrito com talento, hoje reconhecido nacionalmente. Claudia vende seus livros em todo o Brasil e está permanentemente no time de escritores que trabalham para a TV Globo. Em seu livro de estreia “Dez (quase) amores” ela contava 10 histórias de (quase) amor do ponto de vista feminino, com cabeça de mulher. Depois veio “As pernas de Úrsula”, uma história contada do ponto de vista masculino, com cabeça de homem… Depois foi uma sucessão de sucessos (!): “Dores, amores e assemelhados”, “A vida sexual da mulher feia”, “Louca por homem”, “Vida dura”, “Só as mulheres e as baratas sobreviverão” e “Por isso eu sou vingativa”. Com a recém lançada edição em livro de bolso de “Só as mulheres e as baratas sobreviverão”, quase todos estão disponíveis na coleção L&PM POCKET.
Claudia está aí. Chegou para ficar e assumiu seu espaço particularíssimo na literatura brasileira. E como convém à uma grande escritora, ela imprime nos seus livros a sua marca particular. Reconhecível à distância. E com talento, ironia, muito humor, ela vai garimpando o cotidiano da cidade grande para produzir alta literatura. (Ivan Pinheiro Machado)

Eles estão prestes a virar pocket

Lançados originalmente em formato convencional pela L&PM, muitos livros ganham vida nova quando são relançados em pocket. Isso porque, neste novo formato, eles ficam disponíveis nos milhares de expositores que a editora mantém em todos os cantos do país; seja nas bancas de jornais do Chuí, na rede de farmácia Big Bem em Belém do Pará, na Livraria Saraiva do Shopping Manauara em Manaus, passando pelas praias de Natal no Rio Grande do Norte e chegando a dezenas de bancas na Avenida Paulista em São Paulo. Muito mais baratas, as edições da coleção L&PM POCKET, a maior coleção de livros de bolso do Brasil, estão literalmente em todos os cantos do país, com um acabamento industrial impecável e com preços que correspondem, no mínimo, a metade do que custariam em uma edição convencional. Veja abaixo o que vem por aí, livros que recentemente foram sucesso de livraria e que, ainda este ano, estarão disponíveis em edições econômicas e bem cuidadas:

Simon’s Cat: as aventuras de um gato travesso e comilão (vol. 1 e 2) – Simon Tofield

Só as mulheres e as baratas sobreviverão Claudia Tajes

Revolução Francesa (vol 1 e vol 2) – Max Gallo

Diários de Jack Kerouac – 1947-1954

As melhores histórias da mitologia egípcia – A. S. Franchini

As melhores lendas medievais – A. S. Franchini e Carmen Seganfredo

Pedaços de um caderno manchado de vinho – Charles Bukowski

A camareira – Markus Orths

Espelhos – Eduardo Galeano

Surdo mundo – David Lodge

Todos os contos de Maigret (vol. 1 e 2) – Georges Simenon

A ferro e fogo 1: Tempo de solidão Josué Guimarães

A ferro e fogo 2: Tempo de guerra Josué Guimarães

Millôr no Sarau Elétrico de hoje

Há mais de dez anos, toda terça-feira, em Porto Alegre, acontece o Sarau Elétrico. Apresentado pela radialista Kátia Suman e pelos escritores Luís Augusto Fischer, Cláudio Moreno e Claudia Tajes, o tradicional sarau é garantia de boas leituras e boas risadas. O tema de hoje, 3 de abril, é Millôr Fernandes e o convidado especial da noite é David Coimbra, jornalista que entrevistou Millôr em 2007 e que vai contar detalhes de seu encontro com o grande artista.

A partir das 21h30min de hoje, a L&PM WebTV trasmite o Sarau Elétrico ao vivo. Mas se você puder ir até lá prestar sua homenagem a Millôr, sarau acontece no Bar Ocidente que  fica na esquina da Rua João Telles com a Avenida Oswaldo Aranha. O ingresso custa R$ 10.

O elenco fixo do Sarau Elétrico: Luís Augusto Fischer, Kátia Suman, Claudia Tajes e Claudio Moreno

E para os que perderem o Sarau Elétrico de hoje, todo sábado às 18h, a Rádio Elétrica reprisa o áudio do encontro.

Freneticamente vingativas

Por isso eu sou vingativa, o mais recente livro de Claudia Tajes, já está em sua terceira edição. Para comemorar, nada melhor do que ouvir uma música que As Frenéticas cantavam lá nos anos 70 e que inspirou a escritora a dar nome à história de Sara que, por falta de ter o que fazer, resolve se vingar de oito ex-namorados. A música, chamada “Vingativa”, foi resgatada há poucos anos por Rita Lee que a incluiu em seu show. E também fazia parte da abertura do musical “As malvadas“, de 1997, uma espécie de cover bem humorado de “Chicago”. 

Para os que querem cantar junto com As Frenéticas, segue a letra:

Você fez de mim uma hipócrita
Você fez de mim uma cínica
Você fez de mim uma mulher sem lar, uma malvada!

(repete)

Por isso eu sou vingativa, vingativa, vingativa
Por isso eu sou vingativa, tenho até asco de você

Você me trata como um ser qualquer
Ah! Não me quer bem! Não me tem amor! Não me faz carinho! Não me dá uma flor!

Por isso eu sou vingativa, vingativa, vingativa
Por isso eu sou vingativa, tenho até asco de você

Atriz fica louca por homem e ganha prêmio

A Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) elegeu Elisa Volpatto como a atriz revelação do ano. Elisa ganhou o prêmio por sua atuação em Mulher de Fases, série do canal HBO que é baseada no livro Louca por homem, de Claudia Tajes. A atriz e os outros premiados receberão seus troféus em uma cerimônia que acontecerá no dia 13 de março de 2012. Em Louca por homem (assim como em Mulher de Fases), a personagem criada por Claudia, Graça, muda seus gostos e hábitos conforme os namorados que tem. Veja o trailer da série:

Por isso eu sou Claudia Tajes

Ontem, 03 de novembro, Claudia Tajes fechou a Feira do Livro de Porto Alegre. Literalmente. A imensa fila de pessoas que foram até lá em busca de um autógrafo no livro “Por isso eu sou vingativa” perdurou das 19h30min às 22h15min. E só parou porque o pessoal que trabalha na feira queria ir pra casa. Hoje, Claudia publicou no seu Facebook: “Aqui vai um agradecimento aos queridos que tiveram paciência de esperar por mim na Feira do Livro de ontem. Foi um dos melhores dias/noites da minha já longa vida. Supervaleu pra todo mundo e um beijo com carinhos nada vingativos!”. Ela vai pro trono ou não vai?

Aqui não dá pra ver, mas a fila para autografar o novo livro de Claudia Tajes era enoooooorme

Pernas pra que te quero…

As pernas de Úrsula e outras possibilidades, de Claudia Tajes, é a novidade do dia. O livro, lançado originalmente em 2001, volta agora em nova edição, na Coleção L&PM POCKET. Para homenagear essas que nos aproximam de pessoas e lugares, que correm o mundo, que caminham sem rumo e que se enlaçam de amor, nós separamos alguns textos e poemas que falam nelas, as pernas:

“Nos meus devaneios, as pernas de Úrsula haviam andado pelo mundo inteiro, conhecido línguas, em todos os sentidos, e causado a desgraça de franceses, egípcios e neozelandeses. Eu podia ver as pernas de Úrsula correndo da polícia nas manifestações das Diretas Já, dançando em cima da mesa nos bailes de carnaval do Monte Líbano, entrando em campo para uma partida de futebol feminino, fazendo um strip-tease para um felizardo qualquer…” (Trecho de As pernas de Úrsula, de Claudia Tajes)

* * *

(…) a garota do vestido vermelho
que desceu do carro branco
tinha as melhores pernas
a garota do vestido rosa
que desceu do carro vermelho
tinha pernas razoáveis

mas sigo lembrando da garota no vestido azul
que desceu do carro azul
vi suas calcinhas

você não sabe o quão excitante a vida pode ser
por volta
das 5h35 da tarde.
(Trecho de garotas voltando para casa, de Charles Bukowski, em O amor é um cão dos diabos)

* * *

(…) E todavia aquela perna indica
que muito longe dela o céu não fica:
tentar, como um Titã de raio em troco?

Aquela ponte de marfim maciço
passar, subir… quem pode fazer isso?
um louco? – Eu vou… Quem há do que eu mais louco?
(Trecho de A Perna, de Luís Delfino, em Livro dos poemas)

* * *

Eu abro as pernas para perpetuar a tênue ternura do infinito / da Fênix e seu rito. / Eu abro as pernas para enrijecer o grelo / descontrolar o grito / gotejar a gruta / e me perder no atrito. / Eu abro as pernas para entrar em mim / mimetizar o ego / e transformá-lo em mito.
(poema de Paula Taitelbaum em Porno Pop Pocket)