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O dia de Poirot, Maigret, Padre Brown e Sherlock Holmes

O que seria de um boa história de mistério sem eles? Aquela pista que ninguém viu, aquele personagem que ninguém desconfiou, aquele motivo que ninguém suspeitou… Só eles são capazes de chegar ao verdadeiro veredicto, à resposta elementar, ao assassino frio e calculista. Seguindo não apenas as pistas, mas principalmente suas deduções precisas, os detetives são o grande trunfo dos livros da sessão policial. Tanto é assim que os mais famosos nunca aparecem em uma única história.   

Por que esse papo todo hoje? Porque ontem, 15 de maio, foi o Dia do Detetive. E nada mais justo do que  prestarmos uma homenagem aos nossos velhos conhecidos detetives da literatura: Poirot, Maigret, Padre Brown e Sherlock Holmes. Cada um deles tem a sua própria personalidade, construida com muito esmero por seus “pais”. Ou melhor, pelos escritores que os criaram. 

O ator David Suchet como Hercule Poirot

Hercule Poirot Agatha Christie descreve seu mais célebre personagem: “Altura, um metro e sessenta e dois; a cabeça, do formato de um ovo, ligeiramente inclinada para um lado; olhos de um verde brilhante quando excitado; espesso bigode hirsuto como costumam usar os oficiais do Exército; e uma pose de grande dignidade.” 

Para Poirot, é possível resolver um crime estando “apenas sentado na sua poltrona”, pois, ao contrário dos outros detetives que buscam pistas no local do crime, Poirot utiliza como principal método a psique humana. Não é um detetive de ação, mas de dedução. 

Rupert Davies como Jules Maigret

Jules Maigret O comissário Jules Maigret, criado por Georges Simenon, é, sem dúvida, um dos grandes personagens da literatura moderna. Mas antes de ser um detetive, é um verdadeiro estudioso da natureza humana. Um homem sensível às fraquezas de seus semelhantes. Sua argúcia está ligada, menos à genialidade dedutiva, do que a uma profunda capacidade de compreender a alma de suspeitos e vítimas. 

Maigret nos comove exatamente por isso. Pelo paradoxo que se estabelece quando temos um policial generoso, capaz de sofrer pela sorte de culpados e inocentes. 

Alec Guinness como Padre Brown

Padre Brown Criado pelo escritor britânico G. K. Chesterton, Padre Brown está entre os gandes detetives da literatura. Suas reflexões filosóficas pontuam a ficção de Chesterton e a escolha do método humanístico da intuição em detrimento da dedução garantiram a ele um lugar junto aos grandes. 

“A literatura é uma das formas de felicidade; talvez nenhum outro escritor tenha me proporcionado tantas horas felizes como Chesterton”, disse Jorge Luis Borges. 

Robert Downey Jr. como Sherlock Holmes

Sherlock Holmes – Ele é sem dúvida o maior de todos. Ao lado de seu fiel amigo, o Dr. Watson, Sherlock Holmes não aceita estar errado. Normalmente, porque ele sempre está… certo. Ao contrário do comissário Maigret, Holmes não demonstra muitos traços de sentimentalismo, preferindo o lado racional de ser. Sir Arthur Conan Doyle, seu criador, até tentou matar a criatura em um dos seus livros. Mas foi obrigado a ressucitá-lo devido aos protestos de leitores do mundo inteiro.

Sherlock Holmes domina incrivelmente uma vasta quantidade de assuntos do conhecimento humano, como história, química, geologia, línguas, anatomia e literatura.

Os cartões de aniversário de J.M. Barrie

Filho de um fiandeiro, neto de um pedreiro e o nono de dez filhos. Esse era o currículo de James Matthew Barrie ao nascer, no dia 9 de maio de 1860, no vilarejo escocês de Kirriemuir. Jamie, como passou a ser chamado, cresceu ouvindo as histórias de piratas que a mãe contava, vindas dos livros de Robert Louis Stevenson. Adolescente, mudou-se para Edimburgo. Adulto, escolheu Londres como morada. Foi jornalista, escritor independente, autor de teatro, amigo de Conan Doyle. E entrou para a história como o criador de um dos mais célebres personagens da literatura infantojuvenil: Peter Pan. J.M. Barrie morreu em 1937. Mas hoje, dia em que completa 151 anos, ele continua vivo, morando na Terra do Nunca. E é de lá que ele nos envia os cartões postais que mostram a casa onde nasceu:

 

 

 

A casa em que J.M. Barrie nasceu continua lá, no mesmo endereço para quem quiser visitá-la: Brechin Road, número 9, em Kirriemuir. Já para ir à Terra do Nunca, sugerimos ler Peter e Wendy, disponível em Coleção L&PM Pocket e também em e-book.

Livros versus ovos de Páscoa

Ainda não comprou os ovos de Páscoa? Então pense bem: quem sabe, este ano, pra variar, você não troca o chocolate pelos livros? Não tem certeza? Então dá uma olhada nos doze motivos que listamos para tentar convencer você:

1. Enquanto, ao ser levado na bolsa, o chocolate do ovo de Páscoa tem grande chance de derreter, escapar do papel e melecar tudo, um livro pode ficar ali quanto tempo você quiser. De preferência, até o dia que de você termine de lê-lo, é claro.

2. Um ovo de Páscoa de 300g tem em média 1.600 calorias (alguns até mais)! Em contrapartida, segundo uma pesquisa da cadeia de livrarias britânica Borders, livros de ação fazem a gente gastar duas calorias por minuto, pois suas histórias levam o corpo a produzir mais adrenalina. Agatha Christie e Conan Doyle são, portanto, emagrecedores!

3. O ovo de Páscoa pode durar de alguns minutos a semanas, enquanto o livro vai durar até a próxima Páscoa. Ou melhor: pode ficar com você por toda vida. Quem sabe até passar pra seus filhos, seu netos, bisnetos…

4. Um ovo de Páscoa pode ser dividido (apesar de muita gente preferir comer tudo sozinho), mas compartilhar um livro é espalhar conhecimento e emoção…

5. Livros, apesar de serem feitos de papel, podem ser considerados mais ecológicos, pois não produzem lixo. Já os ovos são embalados em papel alumínio e papel celofane, vem com fita, adesivo, embalagem do recheio…

6. Você já ouviu falar de alguém que tenha alergia ou intolerância a livros?

7. Enquanto os ovos de chocolate têm apenas opções do tipo “ao leite”, “meio amargo”, “amargo”, “branco” e “com flocos”, livros oferecem uma gama enorme de gêneros que vão dos romances aos quadrinhos.

8. Em caso de compras de última hora, ao optar por livros, você não vai precisar entrar em fila, ficar com os “restos” ou brigar com aquela senhora que insiste que o último ovo da Barbie é dela e não seu.

9. Livros vêm com mais surpresas do que um ovo de Páscoa. Pode ter certeza.

10. O livro pode ir junto pra cama e, mesmo no caso do sono se abater sobre você, ele não vai sujar o seu lençol. Ah, você também não precisa escovar os dentes depois.

11. Livros em excesso não fazem mal à saúde. Muito pelo contrário. Já os ovos…

12. Os livros da Coleção L&PM POCKET custam mais barato do que a maioria dos ovos de Páscoa.

Se mesmo com tudo isso, você ainda insistir nos ovos de Páscoa, a gente entende, afinal, eles são o símbolo da Páscoa. Mas quem sabe você também não coloca um livro no ninho?

O aniversário do incansável Monteiro Lobato

Escritor, editor, tradutor, advogado, promotor, industrial e dono de Cia. de Petróleo. José Bento Renato Monteiro Lobato foi tudo isso em seus 66 anos de vida. Nascido em 18 de abril de 1882, em Taubaté, interior de São Paulo, Monteiro Lobato foi criado em um sítio que, mais tarde, o inspiraria a escrever as histórias de Narizinho, Pedrinho, Emília, Dona Benta, Visconde e Tia Anastácia.

Mas apesar de ter ficado famoso com seus escritos infantis – que tiveram o mérito de misturar o folclore brasileiro com mitologia grega, quadrinhos e cinema – Monteiro Lobato foi muito além do Sítio do Picapau Amarelo. Escreveu contos, artigos, críticas, prefácios, cartas, uma autobiografia e um romance chamado “Presidente Negro”. Disse ter recebido influência das fábulas de Esopo e de La Fontaine. E também de J.M. Barrie, autor de Peter Pan, e de Lewis Carroll, criador de Alice no País das Maravilhas.

Monteiro Lobato também foi o pai do popular Jeca Tatu (que depois ganharia força como garoto propaganda do Biotônico Fontoura). E traduziu, entre outros, Conan Doyle e Jack London, ambos nos anos 1930. Foi incansável, inigualável, insuperável no que se refere à literatura infantojuvenil brasileira. Justamente por isso, em 2002, ano dos 120 anos de seu nascimento, foi instituída uma lei que firmou o aniversário de Monteiro Lobato como o Dia Nacional da Literatura Infantil. Dia de incentivar ainda mais a leitura dos pequenos. Aliás, se precisar de alguma dica, a L&PM tem vários livros para crianças.

Monteiro Lobato e as crianças para as quais ele escrevia

Um Sherlock Holmes inédito

Na verdade, é um Sherlock Holmes diferente, que vive uma história que nunca passou pela cabeça de Sir Arthur Conan Doyle. O criador da nova saga é o escritor e roteirista inglês Anthony Horowitz e o lançamento mundial pela editora Orion está previsto para setembro. Fã de histórias policiais desde a adolescência, Horowitz garante que seu Sherlock Holmes será exatamente o mesmo dos livros de Conan Doyle. Ele vai apenas inserir o personagem numa nova trama policial que, da mesma forma que no original, será ambientada no século XIX.

Anthony Horowitz é autor de livros para crianças como a série The Diamond Brothers e adaptou as histórias de Hercule Poirot, o famoso detetive de Agatha Christie, para uma série de TV na Inglaterra. Como as histórias de Sir Arthur Conan Doyle estão sob domínio público (ele morreu em 1930), não há entraves jurídicos, mas o que os fãs de Sherlock Holmes pensam disso?

Os bonecos escritores

Oscar Wilde, célebre, respeitado e excêntrico escritor ficou famoso não só por suas peças de comédia e ironia, mas também por usar roupas sempre muito diferentes das usadas no seu tempo. O Oscar Wilde Action Figure é um boneco que dá vida ao grande dramaturgo inglês e, é claro, vem vestido à caráter.  Além de Wilde, outros escritores como  Edgar Allan Poe, Jane Austen, Arthur Conan Doyle e Freud fazem parte da coleção. Veja outros personagens aqui.

Pequeno momento nostálgico

Era um pequeno pedaço de papel estampado, geralmente quadrado ou retangular, com picotes em todos os seus vértices. Pássavamos cola em seu verso – outras vezes, num ato de paixão, era a língua que, como um pincel, liberava sua goma – e assim o colávamos nos envelopes e cartões postais. Cuidadosamente desenhado, com figuras variadas, o minúsculo papel tinha diferentes valores. Cada desenho ou cor continha em si uma espécie de tributo. Impossível atravessar uma fronteira sem ele. Muitos eram os colecionadores. Os caçadores de raridades. Os que iam em busca de carimbos distantes. Hoje, os selos continuam sendo impressos, mas se distanciam cada vez mais das palavras. Uma pena… (Paula Taitelbaum) 

Separamos alguns selos com estampas de escritores. Quem sabe você não se empolga e começa uma nova coleção? Aqui estão Edgar Allan Poe, Tolstói, Dostoiévski, Machado de Assis, Alexandre Dumas, Shakespeare, Rimbaud, Balzac, Kafka, Émile Zola, Allen Ginsberg, Jack London, Kerouak, Stefan Sweig, Tennessee Williams, Sir Arthur Conan Doyle e Agatha Christie.

Especialista em Conan Doyle tenta impedir que casa do escritor seja remodelada

Escritor supervisionou a construção da casa em 1870 / Foto: Victorian Society

John Gibson, um estudioso da obra de Arthur Conan Doyle, está usando o próprio dinheiro para lutar na justiça contra a remodelação da casa onde o criador de Sherlock Holmes viveu por 10 anos.
A mansão em estilo vitoriano foi projetada pelo próprio Conan Doyle, que supervisionou sua construção em 1870. Foi lá que ele escreveu O cão dos Baskerville, e várias de suas histórias e cartas fazem referência à casa. Foi lá também que ele se reuniu com contemporâneos como Bram Stoker, autor de Drácula, e JM Barrie, de Peter Pan.
Depois da morte de Conan Doyle, a casa foi transformada em hotel até ser comprada por uma empresa especializada em remodelação de imóveis em 2004. De acordo com o projeto dessa empresa, que já foi autorizado pela justiça, a rediência seria dividida em três unidades, com outras cinco casas adicionadas em outra área, e a sala de bilhar do escritor se transformaria em cozinha e o estábulo em garagem.
Gibson agora tenta reverter a autorização concedida pela justiça e nomes de peso, como Ian Rankin e Stephen Fry, além dos descententes de Conan Doyle,  já se engajaram na campanha.