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Verbete de hoje: Jim Davis

Com o lançamento da nova Enciclopédia dos Quadrinhos“, de Goida e André Kleinert, o Blog L&PM publicará, nos domingos um verbete do livro. O verbete de hoje é JIM DAVIS:

Depois de trabalhar por algum tempo como assistente de Tom K. Ryan (o criador da tira Tumbleweeds Kid Farofa, no Brasil), Davis estava pronto para lançar sua série própria. Surgiu, em 1978, através da United Feature Syndicate, Garfield, uma animal strip sem grandes novidades ou aparentes possibilidades de sucesso. Afinal, os felinos já haviam frequentado demais os quadrinhos, desde O gato Felix, de Pat Sullivan (década de 30), A gatinha Princesa, de Ruth Carrol (década de 40) até o Fritz, the Cat (década de 60), de Robert Crumb, isso para citarmos apenas os mais famosos. Garfield (imagem), porém, surpreendeu. Gordo, preguiçoso, hipócrita com o seu dono e o cachorro desse, esse novo gato dos quadrinhos em pouco tempo se tornou o “best seller” da UFS. Veiculado em mais de 2.500 jornais do mundo inteiro, Garfield transformou-se num grande e duradouro sucesso. Seus álbuns vendem como água, assim como as mercadorias diversas com imagens desse gato gorducho. Até no cinema Garfield foi parar (dois longas-metragens, onde se misturam atores reais e o gato feito por animação computadorizada). No Brasil, além dos pockets feitos pela L&PM – já em dez volumes, publicados entre 2005 e 2010 – há uma edição especial, com mais de 600 páginas e 2.582 tiras, na coleção “L&PM Série Ouro” (2009).

Amigos para sempre

Já contamos esta história aqui no blog, mas ela é tão boa que vale repetir:  em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong deu o pequeno passo que seria “um gigantesco salto para a humanidade”. O que o astronauta não sabia era que sua chegada à lua também seria responsável pela criação do Dia Internacional do Amigo. Isso porque, a partir de então, o argentino Enrique Ernesto Febbraro passou a divulgar exaustivamente que o feito era uma “grande oportunidade de fazer amigos em outras partes do universo” e lançou a campanha Meu amigo é meu mestre, meu discípulo é meu companheiro. Tanto ele insistiu que, em 1979, através de um decreto, Buenos Aires adotou oficialmente o dia 20 de julho como aquele dedicado a todos os amigos. Da capital argentina, a data espalhou-se pelo mundo e, hoje, em quase todas as partes do planeta (ou será do universo?) é comemorado o Dia Internacional do Amigo.

Amigos, aliás, não faltam na literatura. Sherlock Holmes e Dr. Watson, Dom Quixote e Sancho Pança, Huckleberry Finn e Jimmy… Sem contar as clássicas amizades dos quadrinhos como estas que seguem logo abaixo e que mostram os amigos Snoopy e Woodstock, Garfield e John e Mônica, Magali, Cascão e Cebolinha. É pra se divertir e compartilhar com seus amigos (e pra ler melhor, clique em cima da imagem):

36. De Corto Maltese aos Mangás: as HQs no DNA da L&PM

Por Ivan Pinheiro Machado*

No post da semana passada da série Era uma vez… uma editora, a Paula Taitelbaum, que coordena o núcleo de comunicação da L&PM, na minha ausência, iniciou um assunto que tem muito a ver com a história da editora: a coleção Quadrinhos L&PM. Tão importante são os quadrinhos para nós (o primeiro livro da editora foi o Rango 1, de Edgar Vasques, um livro de tiras de humor), que eu vou me estender neste assunto. Foi assim:

Em 1980 nós decidimos fazer uma coleção de quadrinhos nos moldes europeus. Nosso modelo era a extinta editora francesa Futurópolis, que resgatava e reconstituía os originais das primeiras histórias dos clássicos americanos e as editoras Castermann, Glennat e Dargaud. Ficávamos fascinados quando íamos a Paris e víamos, nas livrarias Fnac, numa grande sala destinada somente aos quadrinhos, dezenas de jovens sentados no chão lendo belos álbuns por horas a fio.

No Brasil, embora em declínio, havia a histórica editora EBAL que publicava os clássicos em edições luxuosas. Os quadrinhos mais populares, os tradicionais gibis, com os personagens americanos da Marvel e da DC Comics em suas novas versões requentadas, eram vendidos somente em bancas de jornais. Nossa idéia era publicar os álbuns nos modelos europeus, no formato 28 cm x 21 cm, papel de alta qualidade, edições costuradas, quase luxuosas e colocar os quadrinhos nas livrarias. O preço seria uma média entre as edições luxuosas do Príncipe Valente, por exemplo, e os gibis vendidos em banca.

Quando adolescente, meu pai foi para o exílio fugindo das perseguições da ditadura militar que imperava (literalmente) no Brasil. Toda a minha família foi para Roma. Foi lá que conheci um dos grandes personagens dos quadrinhos europeus na época, Corto Maltese, o fascinante marujo criado por Hugo Pratt (1927-1995). Eu e meu irmão éramos fãs de Corto e líamos avidamente todos os dias a tira que saía no jornal Corriere de la Sera. Aos domingos era publicada a sequência da história em meia página (8 tiras) formato standard (tipo Estadão).

"A Balada do Mar Salgado" foi primeira aventura de Corto Maltese publicada em livro

Quando projetamos a coleção de quadrinhos em 1980, escolhemos como primeiro título – numa homenagem à nossa estadia romana – o “romance gráfico” de Hugo Pratt, A Balada do Mar Salgado, primeira aventura publicada de Corto Maltese em livro. Uma longa história em quadrinhos de 200 páginas, onde Corto vive as mais variadas aventuras pelos mares do Sul entre piratas, bandidos e nativos das ilhas. Calado, bonitão, desiludido da vida, Corto é uma espécie de herói romântico, sentimental e duro, quando é preciso ser duro. Na sequência, publicamos outro italiano lendário, Guido Crepax (1933 – 2003), que fazia também enorme sucesso na Europa com sua lânguida, misteriosa e “gostosíssima” personagem Valentina. Depois, decidimos seguir “apresentando” os grandes quadrinistas internacionais ao público brasileiro; publicamos Moebius, Altan, Wolinski, Pichard, Jean Claude-Claeys, Quino (os cartuns), Fontanarrosa, Mathias Schulteiss, Rotundo, Magnus, Manara. Todos estes autores, com exceção de Manara e Quino, foram editados pela primeira vez no Brasil pela coleção Quadrinhos L&PM. Também publicamos de forma pioneira os autores underground Robert Crumb e Gilbert Shelton (Os Freak Brothers).

"Valentina" de Guido Crepax

Num trabalho de “reconstituição histórica” das HQs americanas, resgatamos as primeira histórias de Batman de Bob Cane, Superman de Jerome Segel e Joe Shuster, Fantasma de Lee Falk e Ray more, Dick Tracy de Chester Gould, Mandrake de Lee Falk e Phil Davis, Flash Gordon de Dan Barry, Spirit de Will Eisner, Popeye de E. Segar, Steve Canyon de Milton Cannif, Cisco Kid de J. Salinas entre muitos outros. Publicamos também na coleção de quadrinhos vários autores brasileiros como Caulos, Miguel Paiva, Chico Caruso, Paulo Caruso, Edgar Vasques, Luis Fernando Veríssimo, Mauricio de Sousa e Flavio Collin. Enfim, foram 123 álbuns em grande formato lançados num período 8 anos. Até que fomos fulminados pela concorrência das grandes editoras de revistas. Começavam a surgir as famosas “grafic novels” lideradas por Frank Miller e seu Batman futurista. Ali começou o fim da nossa coleção, pois no dinheiro de hoje, os nossos álbuns custariam entre R$ 25,00 e R$ 30,00. Nossa concorrência apresentava maravilhosas histórias inteiramente a cores (95% dos nossos álbuns eram em branco e preto, conforme as histórias originais). As grandes tiragens, a forte (e cara) propaganda e a distribuição em milhares de bancas faziam com que estas “grafic novels” chegassem ao consumidor por menos de R$ 10,00. O remédio foi honrosamente encerrar a coleção.

Mas quase como um vício, esta idéia dos quadrinhos sempre rondou a L&PM. Seguidamente temos recaídas. E desde o ano 2000 temos retomado a publicação eventual de histórias em quadrinhos. Destaque para a série de histórias de Agatha Christie, a história que, filmada, quase ganhou o Oscar de filme estrangeiro de 2009, Valsa com Bashir de Ari Folman, Aya de Yopougon de Margarite Abouet (álbuns coloridos) e a grande série das obras completas de Shulz, Peanuts que chega ao seu quarto volume em luxuosas edições em capa dura. A L&PM está lançando também, ainda em 2011, uma grande série de clássicos internacionais adaptados aos quadrinhos.

Tanto está no DNA desta casa, que os quadrinhos estão também magnificamente representados na maior coleção de livros de bolso do país que é, justamente a Coleção L&PM POCKET; lá estão Hagar, Garfield, Dilbert, Recruta Zero, Peanuts, Snoopy, Smurfs e grandes autores brasileiros como Laerte, Angeli, Glauco, Adão Iturrusgarai, Edgar Vasques, Iotti, Santiago, Mauricio de Sousa entre outros.

Para encerrar, aguarde a grande novidade, também para 2011: antes do Natal você vai ter na Coleção L&PM Pocket várias séries dos melhores Mangás japoneses. Evidentemente, para ler de trás pra diante…

*Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o trigésimo-sexto post da Série “Era uma vez… uma editora“.

Beijos em quadrinhos

Dia do Beijo é tão bom que tem duas datas: 13 de abril e 6 de julho (este último chamado de “Kissing Day” no mundo). E vale tudo: “beijoca”, “bitoca”, “selinho”, “beijo de esquimó”, “ósculo santo”… Pra comemorar, separamos algumas tirinhas. Divirta-se e… Feliz Dia do Beijo!

Beijo de amigo em Snoopy 9 – Pausa para uma soneca, de Charles Schulz:

Beijo de amante italiano em Rê Bordosa – Do começo ao fim, de Angeli:

Beijo exagerado em Aline 5 – Numas de colegial, de Adão Iturrusgarai:

Beijo de língua em Garfield 9 – Um gato em apuros, de Jim Davis:

Garfield vai estrear 3ª temporada na TV

Que ironia… Justo numa segunda-feira nos chega a notícia de que o Garfield vai trabalhar mais! Isso mesmo. O estúdio francês Dargaud Media já começou a produzir a 3ª temporada da série animada O show de Garfield, exibida diariamente no Cartoon Network. Serão 26 episódios inéditos. Não dá pra perder!

Veja um dos episódios anteriores:

Mas se você gosta mesmo é do Garfield no papel, as tirinhas estão na Coleção L&PM Pocket 🙂

Da viagem à lua ao Dia Internacional do Amigo

Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong deu o pequeno passo que seria “um gigantesco salto para a humanidade”. O que o astronauta não sabia era que sua chegada à lua também seria responsável pela criação do Dia Internacional do Amigo. Isso porque, a partir de então, o argentino Enrique Ernesto Febbraro passou a divulgar exaustivamente que o feito era uma “grande oportunidade de fazer amigos em outras partes do universo” (!) e lançou a campanha Meu amigo é meu mestre, meu discípulo é meu companheiro (?). Tanto ele insistiu que, em 1979, através de um decreto, Buenos Aires adotou oficialmente o dia 20 de julho como aquele dedicado a todos os amigos. Da capital argentina, a data espalhou-se pelo mundo e, hoje, em quase todas as partes do planeta (ou será do universo?) é comemorado o Dia Internacional do Amigo.

E para mostrar que de amizade a gente entende, a Coleção L&PM Pocket publica alguns livros que trazem amigos até no título:

 Um amigo de Kafka, de Isaac Bashevis Singer
  
O amigo de infância de Maigret, de Simenon 

Garfield e seus amigos, de Jim Davis