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Dois anos de saudades

Saudades do escritor, médico, amigo, companheiro da Judith, pai do Beto, jogador de basquete, contador de histórias do Bom Fim, autor de mais de 80 livros, colunista de jornais e revistas, membro da Academia Brasileira de Letras, palestrante envolvente, viajante incansável, imortal, múltiplo e eterno Moacyr Scliar.

27 de fevereiro de 2013 – Dois anos sem Moacyr Scliar

 

Nosso Oscar brasileiro

Por MARCELINO FREIRE no blog Ossos do Ofídio em 25/02/2013

A primeira edição de Max e Os felinos para a coleção L&PM Pocket

Finalmente ontem [24/02], na entrega do Oscar, o Brasil foi o grande vencedor. Sim, o país que ganhou o maior número de estatuetas. Foram quatro ao todo. Explico: Ang Lee, ao receber o prêmio de Melhor Diretor, falou algo assim: “obrigado ao autor do livro, que deu origem ao filme, por ter escrito algo tão inspirador”. A história original, todo mundo sabe, foi na verdade o querido e saudoso Moacyr Scliar quem criou. Está em sua novela Max e os Felinos, publicada pela L&PM em 1981 (veja capa acima e livro autografado para mim abaixo). E roubada pelo espanhol, naturalizado Canadense, Yann Martel, no livro chamado A Vida de Pi, vencedor do Booker Prize em 2002. Quando, à época, foi descoberto o plágio, Martel confessou: “o que fiz foi melhorar a ideia que um mau escritor brasileiro conseguiu estragar”. Pode uma coisa dessas? Depois ele pediu desculpas ao Scliar, publicamente. E o autor gaúcho preferiu não entrar com processo. Bem ao estilo dagenerosidade e classe do Scliar. Quem o conheceu sabe do que eu estou falando. Onde estiver o nosso amigo agora, morto em 2011, saiba que todas as nossas honras são para ele, sempiternamente em nossa memória. E viva!

A dedicatória de Moacyr Scliar para Marcelino Freire

Filme inspirado em “Max e os Felinos” tem 11 indicações ao Oscar 2013

No Jornal Nacional de ontem, 19 de fevereiro, a TV Globo fez uma longa matéria sobre o filme “As aventuras de Pi”, um dos candidatos ao Oscar 2013, com 11 indicações. A reportagem mencionou o escândalo literário que envolveu o autor Yan Martel, que confessadamente inspirou seu livro – publicado em 2001 –  na novela Max e os Felinos de Moacyr Scliar, publicada em 1981 no Brasil pela L&PM Editores e em 1985 nos Estados Unidos. Apesar de serem histórias diferentes, a cena decisiva em “As aventuras de Pi” – a do pequeno barco salva-vidas no meio do oceano com o personagem principal e um tigre dentro – é exatamente a cena principal do livro de Scliar publicado 20 anos antes.

(clique na imagem para assistir à matéria)

Na reportagem do Jornal Nacional, a TV Globo utilizou uma parte do depoimento de Moacyr Scliar produzido pela L&PM WEB TV (que você pode ver na íntegra aqui), mas omitiu o crédito das imagens.

“As aventuras de Pi”: um filme que só existe graças a “Max e os felinos”, de Moacyr Scliar

Em 2002, um livro chamado “Life of Pi”, do escritor canadense Yann Martel, foi o grande vencedor do Booker Prize, da Inglaterra. Assim que o prêmio foi anunciado, o jornal britânico The Guardian publicou uma matéria em que afirmava que o livro de Martel era um plágio de Max e os felinos (Coleção L&PM Pocket), obra que Moacyr Scliar (1937-2011) lançou em 1980 e que havia sido traduzida para o inglês em 1990. A partir daí, o circo estava armado e Scliar foi procurado por jornais do mundo inteiro para que desse uma declaração oficial sobre o provável plágio. O que os livros têm em comum e o aconteceu a partir daí, o próprio Moacyr Scliar conta em “Palavra de Escritor”, um vídeo/entrevista feita com ele, em março de 2010, pela L&PM WebTV:

Dez anos depois, o assunto voltou à pauta com a estreia de “Life of Pi” (As aventuras de Pi), filme dirigido por Ang Lee. Independente de ser plágio ou não, uma coisa é certa: a adaptação para o cinema só existe por causa do livro de Martel. E Martel só teve essa ideia por causa de Scliar.

"Max e os felinos" e de "Life of Pi": a imagem da capa não deixa dúvidas de que há algo de semelhante entre as duas histórias

O poster do filme que já está em cartaz no Brasil

O trailer de “Life of Pi” de Ang Lee

Estreou neste fim de semana nos Estados Unidos o filme “Life of Pi” de Ang Lee, baseado no livro homônimo de Yann Martel, vencedor do Booker Prize em 2002. Além da honraria, o livro ficou conhecido na época por causa de uma polêmica sobre um suposto plágio apontado pelo jornal The Guardian envolvendo o livro Max e os felinos (Coleção L&PM Pocket), obra que Moacyr Scliar lançou em 1980 e que havia sido traduzida para o inglês em 1990.

A estreia nos cinemas brasileiros será em 14 de dezembro. Mas enquanto o filme não chega ao Brasil, dá tempo de ler Max e os felinos e assistir ao trailer de “Life of Pi”, que já está circulando em alguns cinemas por aqui:

Sergio Capparelli e Moacyr Scliar entre os 100 melhores para crianças

Uma edição especial da Revista Nova Escola apresenta uma lista com os 100 melhores livros para bebês, crianças e adolescentes eleitos pela Fundação Victor Civita. A escolha foi feita em parceria com especialistas em leitura e oferece opções que têm como objetivo apoiar educadores e famílias na escolha de obras literárias. O critério utilizado para escolher as publicações foram as características de cada idade, as temáticas que mais interessam, a qualidade editorial dos livros e a diversidade de gêneros e autores. Com base nisso, os títulos literários e informativos considerados imperdíveis foram divididos em quatro grupos: até 3 anos (Livros para explorar), de 4 a 5 anos (Livros para sonhar), de 6 a 10 anos (Livros para se aventurar); e de 11 a 14 anos (Livros para crescer).

Dois livros publicados pela L&PM Editores estão entre os selecionados: Boi da cara preta, de Sergio Capparelli e Histórias para (quase) todos os gostos, de Moacyr Scliar.

Os livros de Capparelli e Scliar, selecionados pela Fundação Victor Civita

É agosto: mês de cães danados

A primeira capa de "Mês de cães danados", de Moacyr Scliar

Há exatos 35 anos a L&PM editava o romance “Mês de cães danados” de Moacyr Scliar (1937-2011), então um jovem médico de 39 anos. Scliar já era conhecido nacionalmente por ser o escritor brasileiro que se destacava por abordar a chamada “temática judaica”. Sua literatura tratava do périplo dos judeus que fugiam das perseguições na Europa até a nova vida no Brasil. Scliar nasceu e cresceu no Bom Fim, o bairro judeu de Porto Alegre, filho de imigrantes russos. Até lançar “Mês de cães danados” ele era conhecido como autor de três clássicos da ficção judaico-brasileira; “A guerra no Bom Fim”, “O exército de um homem só” e “Os deuses de Raquel”.

Neste romance ele foge da sua temática para abordar o episódio da “Legalidade” no mês de agosto de 1961. Toda sua narrativa é construída em torno dos últimos dias de agosto – mês tido popularmente como “o mês dos cães danados” – daquele agitado ano de 1961, imediatamente à renúncia do então presidente Jânio Quadros. Os militares tentavam impedir que João Goulart, o vice-presidente, assumisse a presidência da República.

A capa atual, da Coleção L&PM Pocket

Através de uma narrativa nervosa – que se passa durante a crise da “legalidade” – este livro cativa o leitor até as suas últimas linhas. A trajetória de um homem, de tradicional família da fronteira do Rio Grande do Sul até a sarjeta de uma rua no centro de Porto Alegre. De rico filho de fazendeiro à mendigo e morador de rua. A história conta esta vida atribulada, os anos agitados, as aventuras, os amores e o heroísmo. “Mês de cães danados” é um livro especial dentro da extensa bibliografia de Scliar e uma das raras obras de ficção dentro da literatura brasileira a abordar ficcionalmente este que foi um mais críticos e importantes momentos da nossa história recente.

Catálogo L&PM e-books chega a 400 títulos

A boa notícia de final de ano é essa: estamos chegando aos 400 títulos em e-book e, no início de janeiro, o catálogo de livros digitais da L&PM já terá ultrapassado esta marca. São opções dos mais variados gêneros e autores para todos os gostos que incluem Jack KerouacBukowski, Balzac, Nietzsche, Moacyr Scliar, Millôr Fernandes, Jane Austen, Agatha Christie, Georges Simenon, Patricia Highsmith, Caio Fernando Abreu, Eduardo GaleanoMartha Medeiros, entre muitos outros. Há romances, contos, poesia, ensaios, quadrinhos. 

A distribuição dos e-books L&PM é feita pela DLD (Distribuidora de Livros Digitais), que é administrada por um grupo que reúne as editoras Record, Objetiva, Sextante, Rocco, Planeta e, claro, L&PM. A DLD possui acordo operacional como as livrarias Saraiva, Cultura, Curitiba e com os portais Positivo, Abril e Copia. Ou seja: basta clicar aqui, escolher entre estas centenas de opções, entrar no site das livrarias e… feliz download 2012!

Coleção L&PM Pocket é uma das 115 razões para amar Porto Alegre

Uma edição especial encartada na Revista Veja desta semana, 14 de novembro, apresenta uma lista com as 115 razões para amar a cidade de Porto Alegre. Há parques, personalidades, recantos, refúgios, restaurantes, centros culturais, museus e até escritores nascidos na capital gaúcha como Moacyr Scliar, Caio Fernando Abreu, Martha Medeiros e Luiz Antonio de Assis Brasil. E, para nossa surpresa, entre os adoráveis motivos, estão também os pockets da L&PM:

Nas páginas da edição especial de Veja: nascida em Porto Alegre, a Coleção L&PM Pocket está no Brasil inteiro