Arquivo da tag: Jane Austen

Cenas de “A abadia de Northanger”

Um novo livro de Jane Austen acaba de chegar à Coleção L&PM POCKET. A abadia de Northanger foi o primeiro romance a ser concluído pela escritora, em 1803, mas que acabou sendo publicado um ano após a sua morte, em 1818. Ele é considerado a mais leve e cômica obra de Jane Austen e conta a história de Catherine Morland, uma menina de dezessete anos que acaba vivendo uma série de desventuras, ao mesmo tempo em que mistura realidade e ficção.

Ao longo dos anos, A abadia de Northanger já foi ilustrado por diferentes desenhistas. Vale dar uma olhada na riqueza de estilos pelo qual este livro passou:

De William C. Cooke - 1895

De Hugh Thomson - 1897

De C. E. Brock (Charles Edmund Brock) - 1907

DE H. M. Brook (Henry Matthew Brock - irmão de C. E. Brock) - 1915

De Berkeley Sutcliffe - 1950

Tempos modernos: de Julian Tedesco para a Marvel - 2011

“Orgulho e preconceito” em edição de luxo e ilustrado por Isabel Bishop

Quem é fã de Orgulho e preconceito e Persuasão, os romances mais famosos da escritora inglesa Jane Austen, deve acompanhar o dia-a-dia do blog Jane Austen em Português, que compartilhou hoje um verdadeiro achado: um exemplar de Orgulho e preconceito publicado em 1976 e ilustrado pela artista americana Isabel Bishop, conhecida por suas pinturas e desenhos realistas de mulheres em ambientes urbanos. O deleite começa já na caixa que acompanha a edição de luxo:

… E continua nas páginas internas:

Para combinar ainda mais com o universo de Jane Austen, o glamour fica por conta do autógrafo da própria Isabel Bishop na folha de rosto do livro, que está à venda no eBay pela bagatela de 150 dólares:

Mas quem quiser mergulhar no universo de uma das mais célebres escritoras inglesas de todos os tempos pode pagar bem mais barato pelas edições de Orgulho e preconceito e Persuasão da Coleção L&PM Pocket, enquanto aguarda a chegada de A abadia de Northanger.

Manuscritos inacabados de Jane Austen vão a leilão

Manuscritos de uma obra inacabada da escritora Jane Austen foram vendidos num leilão da Sotheby, em Londres, pela “bagatela” de 1.2 milhões de euros – mais ou menos 3 vezes a expectativa prévia de venda. A ótima notícia que vem junto com esta é a de que os originais, que faziam parte de um acervo particular até então, foram adquiridos pela Bodleian Library, a biblioteca mais pretigiada da Universidade de Oxford.

Parte dos manuscritos inacabados de "The Watsons" só pra nos deixar na vontade!

Jane Austen começou a escrever “The Watsons” no início em 1804, mas o abandonou em seguida. O romance conta a história de uma jovem que retorna à casa da família depois de ter sido criado por uma tia rica. Segundo especialistas, os originais de “The Watsons” fornecem informações valiosas sobre o trabalho da autora de Orgulho e preconceitoPersuasão.

Além deste, há vários outros textos de Jane Austen que ficaram inacabados, inclusive o romance “Sanditon” que foi interrompido pela morte precoce da autora em, 1817, aos 41 anos.

Autor de hoje: Jane Austen

Steventon, Inglaterra, 1775 – † Winchester, Inglaterra, 1817

Filha de um pastor anglicano, pertencente à aristocracia rural inglesa, encontrou, na experiência de viver em um presbitério, material suficiente para a criação de narrativas. Em sua obra, trata o cotidiano de pessoas comuns, contribuindo para dar ao romance inglês o primeiro impulso para a modernidade. Sua aguda percepção psicológica revela-se na ironia do estilo, dissimulado pela leveza da narrativa. Com temas de aparente trivialidade, criou romances de amor, construindo um mundo denso. Neles a ação, o senso cômico e a técnica do ofício oferecem um quadro de crítica social contrário à falsidade, à vulgaridade e à presunção. Sua obra mais conhecida, Orgulho e preconceito, mostra a superação das barreiras de diferença social, colocando em evidência o escasso poder de decisão concedido à mulher.

OBRAS PRINCIPAIS: Razão e sensibilidade, 1811; Orgulho e preconceito, 1813; Emma, 1816; A abadia de Northanger, 1817; Persuasão, 1818

JANE AUSTEN por Elizamari R. Becker

A permanência de Jane Austen junto ao público leitor pode ser explicada, em primeiro lugar, pela natureza de seu confronto com os romancistas de sua época, mostrando-se ela bastante sensível ao gosto literário em voga ao escrever A abadia de Northanger, no qual satiriza o romance gótico. Em segundo lugar, pelo caráter de modernidade conferido ao conjunto de sua obra, como resultado da escolha de temas que circulam em torno de pequenos núcleos de pessoas aparentemente comuns, em cenários também limitados, e que focalizam pequenos incidentes da vida cotidiana.

De natureza recatada, Jane Austen viveu uma vida pacata e sem grandes acontecimentos, o que lhe rendeu estudos biográficos que a apontam como contemplativa, devido à ambientação quase claustrofóbica de seus romances. Em razão disso, sua arte tem sido designada miniaturista. Suas personagens são provincianas de classe média, cuja maior preocupação parece girar em torno do casamento – casamento por amor, segurança financeira, status social –, tema que ela explora com uma ironia sutil e um humor refinado. Sua apurada visão acerca dos relacionamentos humanos, retratando com vivacidade a vida da classe média britânica do século XVIII, trouxe para sua obra de ficção uma sensível mudança na caracterização das personagens femininas. Suas heroínas são, apesar de sua condição social pouco confortável, fortes a ponto de não se sujeitarem ao que a sociedade delas espera, quando não travam uma luta íntima intensa contra os próprios sentimentos, como as heroínas em Emma e Orgulho e preconceito. Também não são belas, ou pelo menos não possuem a beleza frágil e enternecedora que a maioria das heroínas românticas normalmente exibem. Assim o são Elizabeth Bennet, de Orgulho e preconceito, cuja beleza é descrita como tolerável, e Catherine Morland, de A abadia de Northanger, descrita como “uma magricela de aparência desajeitada, pálida, de cabelos escuros escorridos e feições marcadas”.

Sandra M. Gilbert e Sandra Gubar, em seu The Madwoman in the Attic, logram aproximá-la a outras escritoras de sua época – tais como Charlotte e Emily Brontë, Mary Shelley, Emily Dickinson e outras – no maior desconforto de que compartilham: a angústia da autoria. Toda uma tradição literária que só concebia textos oriundos de uma autoria masculina e patriarcal forçou-a ao anonimato, mas não a impediu de criticar os danos causados às mulheres inseridas em uma cultura criada por homens e para homens. Esse poder econômico, social e político masculino vê-se representado em sua obra nas muitas dramatizações de como importa à sobrevivência da mulher saber angariar a aprovação e a proteção dos homens, bem como buscar aqueles que sejam mais sensíveis, embora permaneçam como representantes de toda a autoridade. Dessa forma, Austen soube representar como nenhuma outra escritora de sua época tanto o papel de subordinação da mulher na sociedade patriarcal, quanto suas restritas – ainda que existentes – ações no sentido de melhorar sua condição no cenário familiar e social.

Guia de Leitura – 100 autores que você precisa ler é um livro organizado por Léa Masina que faz parte da Coleção L&PM POCKET. Todo domingo,você conhecerá um desses 100 autores. Para melhor configurar a proposta de apresentar uma leitura nova de textos clássicos, Léa convidou intelectuais para escreverem uma lauda sobre cada um dos autores.

 

Cara a cara com os maiores escritores do mundo

Por Paula Taitelbaum*

Sou um gênio. Tive uma ideia de roteiro para um filme. Vou vender para Hollywood. Não, pensando bem, vou oferecer a Woody Allen. De graça. O storyline é o seguinte: a moça vai visitar a National Portrait Gallery, em Londres, e, de repente, todos os escritores que estão nas telas, pintados em diferentes épocas, ganham vida e se misturam. Como assim isso não passa de um misto de “Uma noite no museu” com “Meia noite em Paris”? Ok, você venceu, sou um fracasso como roteirista…

Brincadeiras à parte, esta ideia é meio inevitável quando se visita a National Portrait Gallery, um museu único e exclusivamente dedicado a retratos. Lá, estão os originais de muitas das imagens que conhecemos – e outras que não são tão populares assim. Telas com imagens de Shakespeare, das irmãs Brontë, de Robert Louis Stevenson, de Jane Austen, de Charles Dickens, de Lord Byron, de Jonathan Swift. As fotos (e não as reproduções) de Oscar Wilde, Edgar Allan Poe, Virginia Woolf, James Joyce, Beatrix Potter… Imagina se eles se descolassem dali!

Só os escritores entrariam no meu filme, mas claro que não são apenas eles que estão pelas paredes. Há reis, rainhas, nobres, pintores, músicos, políticos, celebridades, cientistas (o portrait de Darwin é impressionante!), inventores, roqueiros e ricos das mais variadas espécies. Há pinceladas de todos os famosos que o Reino Unido já viu e produziu.

Vá a Londres, visite a National Portrait Gallery. E depois me diga se o meu roteiro, mesmo que óbvio, não seria um sucesso…

Eu e Shakespeare, feitos um para o outro

Eduardo Bueno e Robert Louis Stevenson

Eu e as irmãs Brontë, na tela sozinha está Emily Brontë, autora do "O morro dos ventos uivantes"

Jane Austen, desenhada por sua irmã (e eu no reflexo)

Charles Dickens era lindo!

Mas Lord Byron era mais lindo ainda!

 *Paula Taitelbaum e Eduardo Bueno visitaram a National Portrait Gallery no final de junho.

O que eles pensam antes de sair pra balada?

Só uma inquietação profunda e existencial como esta para inspirar a criação de um site colaborativo dedicado a reunir fotos de grandes escritores com cara de “Tô gato?“, simulando aquele momento derradeiro de cumplicidade com o espelho antes de sair de casa para arrasar numa balada.

A legenda das fotos é inspirada nas orelhas dos livros dos próprios escritores, entre eles H. G. Wells, Franz Kafka, Mark Twain, Julio Verne, Charles Dickens, Jack Kerouac, Hunter Thompson, Charles Bukowski, Jane Austen e Virginia Woolf.

H.G. Wells: "E eu, tô gato? Tô mostrando a verdade através do fantástico, fazendo uma reflexão sobre os valores de nossa sociedade e sobre o mundo que construímos hoje?"

Mark Twain: "Tô gato? Haha… Tô sendo o maior humorista da literatura americana, satirizando acidentalmente a sociedade do meu país, pondo a nu as hipocrisias e a retórica oficial?"

William S. Burroughs: "Tô gato? Tô mesclando o realismo exasperado a experiências estilísticas, apresentando imagens e situações a princípio enigmáticas, mas que aos poucos se tornam familiares?"

Jack Kerouac

Jack Kerouac: "Fala sério: tô gato? Tô fundindo ação, emoção, sonho, reflexão e ambiente numa nova literatura que procura captar a sonoridade das ruas, das planícies e das estradas americanas?"

Virgina Woolf: "Tô gata? Tô sendo uma escritora modernista por excelência, reinventando a narrativa de forma a quase sempre fugir da descrição de uma ação linear?"

Se quiser descobrir o que pensam vários outros autores antes de sair para a balada, dê uma olhada no site “Tô gato?”. Divirta-se!

As comemorações no aniversário de 235 anos de Jane Austen

Jane Austen nasceu em 16 de dezembro de 1775. Ou seja: há exatos 235 anos atrás. A data, que não poderia passar em branco, será comemorada em várias partes do mundo. Eis aqui algumas das festas que você não pode perder:

A editora Sourcebooks preparou um presente para o 16 de dezembro. Somente durante o dia de aniversário de Jane Austen, a editora colocará à disposição na internet seis e-books gratuitos da autora inglesa. São edições completas com ilustrações coloridas dos irmãos Brock, originalmente criadas para acompanhar os livros publicados no ano de 1898. Além dos clássicos da escritora como Orgulho e Preconceito e Emma, também estarão disponíveis dez romances inspirados em Jane Austen. O download gratuito poderá ser feito via Amazon, Barnes & Noble e Border Online. Maiores detalhes em “Download Free Jane Austen-inspired eBooks on her Birthday, December 16, 2010“.

Os livros de Jane Austen que poderão ser baixados gratuitamente no dia de hoje têm ilustrações de C. E. Brock

A Sotheby´s aproveita o dia do aniversário de Jane Austen para leiloar uma raridade: a primeira edição de Emma, de 1815. Originalmente, eram três volumes, mas restam apenas o número 1 e 3. As obras têm um grande valor porque foram presente da própria Jane à romancista Maria Edgeworth, através de seu editor John Murray. Todos os detalhes dessa valiosa publicação você pode ver no site da Sotheby’s. E ainda poderá participar do leilão. Mas prepare o décimo terceiro, pois o valor não é dos mais baixos.

A folha de rosto de "Emma" com a assinatura da romancista Maria Edgeworth, presenteada por Jane Austen

O Google da Nova Zelândia adiantou-se e já colocou no ar a sua homenagem. Uma bela iniciativa para comemorar o aniversário de uma das maiores escritoras de língua inglesa.

O Brasil também comemora o aniversário de Jane Austen. No sábado, dia 18 de dezembro, entre 10h e 12h, no Espaço Manuel Bandeira da Saraiva Megastore do Shopping Recife, acontecerá um bate-papo promovido pela Jane Austen Sociedade do Brasil (JASBRA) com a participação de uma representante do The Jane Austen Society of North America, da Flórida.

Para manter-se sempre atualizado sobre as notícias envolvendo a vida e obra de Jane Austen, não deixe de visitar o site http://janeausten.com.br/

De Jane Austen, a Coleção L&PM POCKET publica  Orgulho e Preconceito com tradução de Celina Portocarrero e prefácio de Ivo Barroso.

Os leilões literários mais estranhos da história

O The Huffington Post publicou um levantamento dos itens pertencentes a escritores mais estranhos já leiloados. Entre os objetos estavam a coleira do cachorro (US$ 11.590) e um palito de dente (ok, era um palito de dente de ouro, mas ainda assim um palito de dente que não vale quase US$ 10 mil) de Charles Dickens, uma suposta mecha de cabelos de Jane Austen (isso mesmo, suposta, mas que ainda assim foi vendida por £ 4.800) e “a ilha de Virginia Woolf“. Bom, nesse caso a ilha não era realmente da Virginia, mas acredita-se que foi ela que inspirou o clássico Rumo ao farol. O comprador provavelmente compartilha dessa teoria, já que desembolsou £ 80.000 pela propriedade, £ 30.000 a mais do que foi pedido.