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G. K. Chesterton, o criador do Padre Brown

O que há de mais acreditável nos milagres é que eles acontecem. Algumas nuvens no céu agrupam-se para formar um olho humano. Uma árvore destaca-se na paisagem de uma jornada duvidosa na forma exata e elaborada de um sinal de interrogação. Eu mesmo vi as duas coisas nos últimos dias. Nelson morre, de fato, no instante da vitória; e um homem chamado Williams mata de forma completamente acidental um homem chamado Williams Jr., isso soa meio como um infanticídio. Resumindo, na vida existe um elemento mágico nas coincidências que as pessoas ao pensar no prosaico talvez nunca notem. Como bem expressa o paradoxo de Poe, a sabedoria tem que levar em conta o inesperado.

O texto acima está em A inocência do Padre Brown, de G. K. Chesterton (Coleção L&PM Pocket), livro que traz doze histórias sobre crimes misteriosos. O londrino Chesterton, que  nasceu em 29 de maio de 1874, criou um padre detetive que utiliza a intuição – além de métodos excêntricos – para desvendar os crimes. Além de suas histórias de mistério, Chesterton conquistou legiões de fãs com poesias, epopeias, artigos jornalísticos, livros de crítica literária e romances. Segundo Jorge Luis Borges, nenhum outro escritor foi capaz de lhe proporcionar tantas horas felizes quanto Chesterton.

Chesterton e sua esposa, Frances.

Chesterton e sua esposa, Frances.

 

Um santo escritor

Um santo de charuto na mão?

Gilbert Keith Chesterton nasceu na Inglaterra em 29 de maio de 1874. Romancista, poeta, ensaísta, jornalista, historiador, teólogo, filósofo, desenhista e conferencista, Chesterton criou o célebre sacerdote-investigador Padre Brown. A escolha do personagem, aliás, não foi em vão. Tão ligado ao catolicismo o escritor foi durante a vida que, em uma conferência realizada em 2009, a Chesterton Society – sociedade inglesa fundada em 1974 com o objetivo de difundir o pensamento e a obra de Chesterton – propôs que ele fosse beatificado. Até oração seus seguidores prepararam. Mas parece que, dessa vez, nem Padre Brown conseguiu desvendar um caminho para que Chesterton virasse um santo de verdade. Melhor assim.

Oração pela beatificação de Chesterton 

Deus Nosso Pai,

Tu que enchestes a vida de teu Servo Gilbert Keith Chesterton com aquele sentido de assombro e alegria, e lhe destes aquela fé que foi o fundamento de seu incessante trabalho, aquela esperança que nascia de sua perene gratidão pelo dom da vida humana, aquela caridade para com todos os homens, particularmente em relação aos seus adversários; faz com que sua inocência e seu riso, sua constância em combater pela fé cristã em um mundo descrente, sua devoção de toda a vida pela Santíssima Virgem Maria e seu amor por todos os homens, especialmente pelos pobres, concedam alegria a aqueles que se encontram sem esperança, convicção e ardor aos crentes tíbios e o conhecimento de Deus àqueles que não tem fé.

Te rogamos que nos outorgue os favores que te pedimos por sua intercessão, de maneira que sua santidade possa ser reconhecida por todos e a Igreja possa proclamá-lo Beato.

Tudo isto te pedimos por Cristo Nosso Senhor.

Amém.

Fonte: ChestertonBrasil

De G. K. Chesterton, a Coleção L&PM Pocket já publica A inocência do Padre Brown e ainda este ano lançará A sabedoria do Padre Brown.