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Para entender as grandes óperas

Você sabia que a ópera é herdeira direta do teatro grego, em que os coros tinham papel de destaque?

A ópera é um gênero dramático no qual o canto assume o papel principal na apresentação. A música, no entanto, não é a única coisa que importa em uma boa ópera. Além de expressão musical, ela também é uma forma de expressão literária, pois ela conta uma história, criada e desenvolvida pelo chamado “libreto”, que nada mais é do que o seu roteiro.

A regra geral de uma ópera exige um enredo, uma história palpitante que faz mover todas as engrenagens da apresentação. E é isso, justamente, o que A. S. Franchini mostra em seu mais recente livro: Resumo da Ópera.

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Neste livro, o autor apresenta as histórias das 20 melhores óperas de todos os tempos em forma de pequenos e envolventes contos. Antes de cada um dos “resumos das óperas”, há um pequeno histórico sobre elas e seus autores.

É um dia de sol numa fervilhante plaza de Sevilha. O quartel militar dos dragões de Alcalá arde sob um calor escaldante. Ao lado está a fábrica de tabaco, de onde sai um grupo ruidoso de operárias. Os dragões fiam eufóricos diante do surgimento das alegres cigarreiras.

Um cabo chamado Morales, põe logo os olhos em Micaela, uma das mais belas jovens do grupo.

– Vejam todos, a pombinha parece perdida! – diz ele aos companheiros. – Vamos ver o que ela procura!

Morales aproxima-se de Micaela e lhe diz, sem rodeios:

– Procura alguém, minha querida?

– Sim, procuro um cabo – diz a bela jovem.

– Ora, viva! Pois não precisa procurar mais!

– Não é você – diz ela, imperturbável. – Procuro por Don José; conhece-o?

(Início de Carmen, de Georges Bizet, em O resumo da ópera, de A.S. Franchini)

Dia das Bruxas X Dia do Saci

31 de outubro é Dia de Halloween. Uma data que foi ganhando força fora dos EUA e hoje inspira festas à fantasia no Brasil e leva nossas crianças a baterem nas portas vizinhas em busca de “Doces ou travessuras”. Em 2003, com o objetivo de resgatar figuras do folclore brasileiro em contraposição ao Dia das Bruxas gringo, um projeto de lei federal criou o “Dia do Saci”. A única questão é que, como mostra A.S. Franchini em seu livro “As 100 melhores lendas do folclore brasileiro”, o Saci também é repleto de elementos importados. Moral da história: talvez seja melhor não entrar em disputa. Dia das Bruxas ou Dia do Saci, hoje é dia de se divertir.

O Saci é um moleque de uma perna só – muito raramente apresentado com duas – e aparece geralmente nu, portando apenas uma carapuça vermelha na cabeça. (A carapuça mágica é um elemento importado de seus protótipos europeus – os anões e duendes também possuem gorros encantados, capazes de operar prodígios –, embora alguns nacionalistas inveterados queiram ver na carapuça uma mera adaptação da cabeleira vermelha do curupira, sem atentar para o fato de que também o nosso moleque dos pés invertidos está repleto de traços alienígenas.) Além de tornar o Saci invisível, a carapuça, uma vez arrancada de sua cabeça, tem o dom de premiar o ladrão com pedidos mágicos. O Saci é personagem traquinas por excelência: além de extraviar viajantes e de promover toda sorte de bagunças no lar, gosta muito também de montar em cavalos e promover disparadas noturnas, fazendo uma maçaroca nas crinas dos bichos. Fuma feito um condenado e perde as estribeiras com todo viajante que se recusa a reabastecer o seu cachimbo. Anda invariavelmente no interior de um redemoinho e pode ser apanhado se o caçador de sacis atirar, bem no meio, uma peneira invertida, trançada em forma de cruz, ou um terço ou um rosário de capim. Alguns também o apresentam com as mãos furadas, outro detalhe importado, retirado do seu protótipo português, o Fradinho da Mão Furada, primo irmão da Pisadeira e de outras entidades maléficas do pesadelo. (Texto retirado do livro “As 100 melhores lendas do folclore brasileiro“)

A mitologia e a vida: Olimpo e Brasília de Cachoeira

A caixa de Pandora é uma das histórias mais célebres da mitologia grega. Ela significa a vingança de Zeus, o deus grego do Olimpo. Prometeu, um dos Titãs, havia desafiado Zeus e ele decide vingar-se enviando uma caixa conduzida pela belíssima Pandora para um dos irmãos titãs. Esta caixa, se aberta, espalharia a maldição dos deuses sobre a humanidade. A partir daí a expressão “Caixa de Pandora” é usada quando, ao revelar-se uma verdade, outras terríveis vêm atrás. A “caixa de Pandora” abriu-se em Brasília com a cassação do senador Demóstenes. Assumiu o seu vice, ex-marido da bela mulher de Cachoeira, o bicheiro que tem a República em suas mãos. Hoje, li nos jornais que está caindo também a máscara do governador de Goiás, aquele que havia se saído muito bem na inquirição da CPI. Já começa a se falar do Senador substituto, outra obra de Cachoeira. E tem a Delta, os outros deputados, etc. etc. Enfim, abriu-se a caixa…

Veja abaixo o “original” do mito “A caixa de Pandora” incluído no livro As grandes histórias da mitologia greco-romana de A. S. Franchini. (Ivan Pinheiro Machado)

A caixa de Pandora

Prometeu, o Titã que roubou o fogo de Zeus para dá-lo aos homens, tinha um irmão chamado Epimeteu. Prometeu não se cansava de alertá-lo de que Zeus poderia voltar a querer se vingar.

– E que tenho eu com as birras de vocês? – disse Epimeteu.
– Idiota! – exclamou Prometeu. – Ele pode querer vingar-se em você, ou na humanidade!

Epimeteu deu de ombros, pois não era à toa que seu nome significava “percepção tardia”.

Enquanto isso, no Olimpo, já estava em marcha uma nova vingança de Zeus. O pai dos deuses mandara Hefestos confeccionar uma mulher biônica para enviar de presente aos irmãos rebeldes. Todos os deuses deram sua contribuição para tornar a criatura irresistível, razão pela qual ela se chamou Pandora, que quer dizer “bem-dotada” em grego. Zeus, na verdade, ficou tão encantado que, não fossem os olhares irados de sua esposa, a teria tomado para si. Depois, deu uma caixa para a jovem, para que ela a levasse de presente a Epimeteu, pois era para o irmão imprevidente que a beldade seria enviada.

Pandora, porém, sentiu-se meio confusa:

– Mas não sou eu o presente? Um presente levando outro?
– Não pense, menina – disse Zeus. – Faça o que eu disser e fará bem.

Zeus proibiu a garota de abrir a caixa com tanta veemência que conseguiu o que queria, que era deixá-la cheia de curiosidade. Ela partiu e, no mesmo dia, chegou à morada de Epimeteu, que delirou com o presente. Depois, ele a instalou no seu quarto, ocasião que ela aproveitou para ir ver o que a caixa continha. Porém, mal a abriu e uma coleção horrenda de criaturas escapou e se espalhou aos guinchos por todo o mundo. Eram elas: a Fome, a Guerra, a Doença, a Morte e um exército tão inumerável de flagelos que Pandora fechou a caixa outra vez, deixando presa no interior apenas a Esperança.

E este foi o último dos males, pois com a Esperança encerrada na caixa se tornaram intoleráveis todos os demais que a cólera de Zeus espalhara sobre a humanidade.

Eles estão prestes a virar pocket

Lançados originalmente em formato convencional pela L&PM, muitos livros ganham vida nova quando são relançados em pocket. Isso porque, neste novo formato, eles ficam disponíveis nos milhares de expositores que a editora mantém em todos os cantos do país; seja nas bancas de jornais do Chuí, na rede de farmácia Big Bem em Belém do Pará, na Livraria Saraiva do Shopping Manauara em Manaus, passando pelas praias de Natal no Rio Grande do Norte e chegando a dezenas de bancas na Avenida Paulista em São Paulo. Muito mais baratas, as edições da coleção L&PM POCKET, a maior coleção de livros de bolso do Brasil, estão literalmente em todos os cantos do país, com um acabamento industrial impecável e com preços que correspondem, no mínimo, a metade do que custariam em uma edição convencional. Veja abaixo o que vem por aí, livros que recentemente foram sucesso de livraria e que, ainda este ano, estarão disponíveis em edições econômicas e bem cuidadas:

Simon’s Cat: as aventuras de um gato travesso e comilão (vol. 1 e 2) – Simon Tofield

Só as mulheres e as baratas sobreviverão Claudia Tajes

Revolução Francesa (vol 1 e vol 2) – Max Gallo

Diários de Jack Kerouac – 1947-1954

As melhores histórias da mitologia egípcia – A. S. Franchini

As melhores lendas medievais – A. S. Franchini e Carmen Seganfredo

Pedaços de um caderno manchado de vinho – Charles Bukowski

A camareira – Markus Orths

Espelhos – Eduardo Galeano

Surdo mundo – David Lodge

Todos os contos de Maigret (vol. 1 e 2) – Georges Simenon

A ferro e fogo 1: Tempo de solidão Josué Guimarães

A ferro e fogo 2: Tempo de guerra Josué Guimarães

Sérgio Capparelli é homenageado na Feira de Bolonha

Sérgio Capparelli, autor de Os meninos da Rua da Praia111 poemas para crianças, é o homenageado deste ano na Feira do Livro de Bolonha, na Itália, um dos eventos sobre livros infantis mais importantes do mundo. A honraria é um oferecimento da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil da Itália (FNLIJ), que divulgou nesta semana as obras selecionadas para o catálogo da entidade. Capparelli, que é mineiro, mas fez toda a sua carreira literária no Rio Grande do Sul, teve seu livro A lua dentro do coco incluído na seleta Lista de Honra da FNLIJ. Outra brasileira que ganhou destaque no evento é a gaúcha Lygia Bojunga, que comemora 30 anos de carreira este ano.

Capparelli nasceu em Minas, fez carreira no RS e hoje mora na China

Não há dúvidas de que a homenagem ao grande Capparelli na Feira do Livro de Bolonha é mais do que merecida. Além da literatura infantil, Sérgio Capparelli é um grande conhecedor da literatura chinesa e organizou, em parceria com Márcia Schmaltz, os livros Contos sobrenaturais chineses e Fábulas da China fabulosa. Para abril, está prevista a chegada do livro Poemas clássicos chineses, organizado por ele e Sun Yuqi.

Além de Capparelli, a L&PM marca presença com outro autor: A. S. Franchini, que teve o seu As 100 melhores lendas do folclore brasileiro entre os escolhidos para compor o catálogo da FNLIJ.