AGENDA
Affonso Romano de Sant’anna
Toda manhã
anoto uma lista
de coisas por fazer:Contas a pagar
cartas, e-mails, telefonemas
carinhos que responder
livros, palestras, entrevistas
ginástica, compras
remédios, terra, flores
consertos domésticos
desculpas, culpas
livros que ler
e escrever.Olho o que arquivo:
– o ontem só cresce
não há pasta
que o contenha.Melhor seria dissolvê-lo
ignorá-lo, sem etiqueta
sem tentar decodificá-lo
entendê-lo.Vai começar a girândola
de um novo dia.
Ponho o sol na alma
vejo da janela
– a lagoa e o mar.Olho o presente, o futuro.
Mas o passado, que não passa,
como agendar?
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“Como andar no labirinto” é finalista do Prêmio Portugal Telecom
Há dez anos, o Prêmio Portugal Telecom vem premiando autores de língua portuguesa editados no Brasil nas categorias romance, poesia e conto/crônica. “Como andar no labirinto”, livro de crônicas de Affonso Romano Sant’Anna publicado pela L&PM Editores está entre os finalistas de 2013.
Em setembro, serão conhecidos os 12 finalistas. O resultado final será anunciado em novembro. O vencedor de cada categoria ganha R$ 50 mil e ainda concorre ao grande prêmio Portugal Telecom que dá direito a mais R$ 50 mil.
A poesia de Affonso Romano de Sant’Anna
Com 50 anos de vida literária e textos e poemas traduzidos para várias línguas, Affonso Romano de Sant’Anna é, sem sombra de dúvidas, um dos grandes nomes da literatura brasileira. Foi um dos organizadores, em 1963, da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda de Belo Horizonte, que ajudou a traçar novos rumos para a poesia nacional, e foi um dos responsáveis pela entrada da chamada “poesia marginal” na universidade. Nos anos 70, em plena ditadura militar, organizou encontros entre poetas brasileiros e estrangeiros e, na década de 90, lançou a revista “Poesia Sempre” de circulação internacional, que ajudou a divulgar mundo a fora a poesia feita aqui no Brasil.
A L&PM publica os poemas de Affonso Romano Sant’Anna em dois volumes na Coleção L&PM Pocket. E quem quiser conhecer melhor a vida e a obra desde grande nome das letras brasileiras pode participar do encontro “O que é a poesia?” promovido pela Casa das Rosas com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, no dia 29 de julho, que tem o poeta como convidado principal. Aí vai o serviço completo:
Dia nacional de declamar poemas
Rebramam os ventos… Da negra tormenta
Nos montes de nuvens galopa o corcel…
Relincha – troveja… galgando no espaço
Mil raios desperta co´as patas revel.É noite de horrores… nas grunas celestes,
Nas naves etéreas o vento gemeu…
E os astros fugiram, qual bando de garças
Das águas revoltas do lago do céu.(…)
(Trecho do poema “Pedro Ivo”, do livro “Espumas flutuantes”, de Castro Alves)
Castro Alves nasceu em 14 de março de 1847. E é em homenagem ao “Poeta dos Escravos” que este dia foi escolhido como o Dia Nacional da Poesia. Além do autor de Espumas flutuantes, estão entre os poetas brasileiros da casa Olavo Bilac, Mario Quintana, Millôr Fernandes, Martha Medeiros, Paula Taitelbaum e Affonso Romano de Sant’Anna.
Já os poetas de longe a gente deixa para homenagear na próxima quarta-feira, 21 de março, quando comemoramos o Dia Internacional da Poesia.
Nossa estante de poesia
O dia do aniversário de Castro Alves, 14 de março, é também o Dia Nacional da Poesia no Brasil. O autor de Espumas flutuantes e Os escravos divide não só o aniversário, mas também a nossa estante de poesia com diversos outros autores do gênero como Manuel Bandeira, Cecília Meireles, Olavo Bilac, Mario Quintana, Millôr Fernandes, Martha Medeiros, Paula Taitelbaum e Affonso Romano de Sant’Anna.
Junto com os brasileiros, os portugueses Fernando Pessoa e Florbela Espanca e o chileno Pablo Neruda também marcam presença. Mas estes a gente deixa pra homenagear na próxima segunda, 21 de março, quando comemoramos o Dia Internacional da Poesia.
Affonso Romano de Sant’Anna participa de mesa que homenageia Clarice
O Salão de Ideias, que nessa edição relembra a obra de Clarice Lispector, foi tomado pelos fãs da escritora nesse domingo. A mesa formada por Teresa Montero, José Castello e Affonso Romano de Sant’Anna comandou aquele que foi provavelmente o evento com maior participação do público até agora.
Affonso, mais do que um admirador de Clarice, era amigo da autora de A hora da estrela e contou algumas histórias interessantes. A mais engraçada tratava de um jantar organizado por ele em homenagem à escritora, e do qual ela pediu para sair 15 minutos depois de chegar.