O carro de uma novelista inglesa é encontrado abandonado, com as portas abertas, à beira de um lago. Não há nenhum bilhete e nem sinal da condutora que sumiu sem deixar vestígios. As buscas começam, passam-se alguns dias e a polícia começa a supor que possa ter acontecido um rapto, talvez suicídio, quem sabe até assassinato. O marido da desaparecida, que dias antes havia confessado à esposa que a deixaria por outra mulher, passa a ser o principal suspeito. Os jornais noticiam o fato nas primeiras páginas.
A trama poderia ser a sinopse de algum livro de Agatha Christie. Mas o acontecimento não foi ficção: na realidade, teve a “Rainha do Crime” como personagem principal. Em 3 de dezembro de 1926, Agatha desapareceu, após a crise de seu casamento culminar com o marido Archie dizendo que estava apaixonado por outra, no caso, Nancy Neele. Depois de abandonar seu carro, a escritora ficou 12 dias sumida até que o empregado de um hotel na cidade de Harrogate contatou a polícia para informar que uma das hóspedes parecia-se muito com as fotos divulgadas nos jornais. Chegando ao local, os investigadores descobriram tratar-se mesmo de Agatha Christie. Ela estava registrada no hotel como nome de Theressa Neele, o mesmo sobrenome da amante de seu marido. Alguns falaram em jogada de marketing, mas o fato é que esse mistério de Agatha jamais ficou realmente resolvido. A declaração oficial foi a de que ela sofrera amnésia temporária devido a um colapso nervoso já que, na mesma época, sua mãe havia falecido.