Na manhã desta segunda-feira, 7 de julho, aos 88 anos, morreu Alfredo Di Stéfano, craque argentino e presidente de honra do Real Madrid. O ídolo das décadas de 1950 e 1960 estava internado no hospital Gregorio Marañón, em Madri, desde sábado e teve uma parada cardiorrespiratória.
Em Futebol ao sol e à sombra, Eduardo Galeano escreve sobre Di Stéfano:
O campo inteiro cabia nas suas chuteiras. A cancha nascia de seus pés, e de seus pés crescia. De arco a arco, Alfredo Di Stéfano corria e corria pelo gramado: com a bola, mudando de rumo, mudando de ritmo, de trotezinho cansado ao ciclone incontido; sem a bola, deslocando-se para os espaços vazios e buscando ar quando o jogo ficava congestionado.
Nunca parava quieto. Homem de cabeça erguida via o campo inteiro e o atravessava a galope, abrindo brechas para lançar o assalto. Estava no princípio, durante e no final das jogadas de gol, e fazia gols de todas as cores:
Socorro, socorro, aí vem a flecha voando a jato.
Na saída do estádio, era carregado pela multidão.
Di Stéfano foi o motor das três equipes que maravilharam o mundo nos anos 40 e 50: River Plate, onde substituiu Pedernera; Milionários de Bogotá, onde deslumbrou o mundo, ao lado de Pedernera; e o Real Madrid, onde foi o maior artilheiro da Espanha durante cinco anos seguidos. Em 1991, anos depois de Di Stéfano ter pendurado as chuteiras, a revista France Football deu o título de melhor jogador de futebol europeu de todos os tempos a este jogador nascido em Buenos Aires.