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Qual a cor do vestido de Alice?

A maioria vai responder: azul com avental branco, ora essa…

Essa é a cor mais familiar para todos nós. Mas a questão é que provavelmente essa não foi a primeira cor imaginada por Lewis Carroll e pelo ilustrador John Tenniel para vestir a famosa personagem. Na história criada em 4 de julho de 1862 e publicada em livro em 26 de novembro de 1865, Alice já usou, além do azul, vermelho e amarelo em diferentes versões.

As primeiras representações coloridas de Alice não aparecem nos livros originais, mas em produtos associados à história. Em “The Wonderland Quadrilles”, uma peça musical para piano-forte dedicada a Alice e publicada por volta de 1872, o cartaz traz ilustrações de Tenniel com cores aprovadas por Carroll. Nessa impressão, Alice usa vermelho e branco. Alice também aparece de vermelho na capa da edição de 1887 da editora britânica Macmillan (que publicou o livro em 1865), mas as ilustrações internas seguiram sendo em preto e branco.

Cartaz de uma peça musical para piano-forte inspirada na Alice de Lewis Carroll

Cartaz de uma peça musical para piano-forte inspirada na Alice de Lewis Carroll

A primeira vez que em que Alice ganhou cores nas ilustrações internas foi em 1889 no livro chamado The Nursery Alice, uma adaptação para crianças pequenas e onde Tenniel e Carroll optaram por Alice com vestido amarelo, avental branco e fitas e meias azuis. Estas mesmas cores aparecem em um selo postal criado por Lewis Carroll. E também foram as cores escolhidas para a capa de Alice no País das Maravilhas da Coleção L&PM Pocket.

Ilustração

Alice de amarelo em 1889

Cores aprovadas por Carroll estão na capa da L&PM

Cores aprovadas por Carroll estão na capa da L&PM

Em 1903, nas edições da Macmillan de Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho, a menina ganhou vestido azul, avental branco com detalhes amarelos e meias amarelas.

Alice1903

Alice em 1903

O vermelho voltou a ser usado em 1907, pela mesma editora, quando Alice aparece em todos os desenhos com vestido vermelho e avental branco com detalhes azuis. Mas as meias permaneceram amarelas.

McMillan1907

Alice na edição de 1907

Em 1911, Harry G. Theaker foi contratado para colorir dezesseis ilustrações de Tenniel para uma edição de Alice Através do Espelho. O azul utilizado por ele para colorir o vestido de Alice, o avental branco e as meias brancas listradas de azul, estabeleceram o vestido icônico que se manteve nas edições da Macmillan desde então. Posteriormente, esta seria a cor adotada por Walt Disney para seu filme de 1951.

A Disney optou pelo azul que se tornaria a cor mais conhecida

A Disney optou pelo azul que se tornaria a cor mais conhecida

Em 1927, John Macfarlane aplicou uma nova coloração nas ilustrações, mantendo o vestido azul, mas colocando detalhes em vermelho no avental branco. Há uma versão destas cores em que as meias são listradas e que a L&PM usa na capa de Alice no País do Espelho.

Alice-Flying-Cards-Macfarlane

Essa versão aparece pela primeira vez em 1927

alice no pais o espelho

As ilustrações de Tenniel também aparecem com vestido azul e branco, avental branco com vermelho e meias listradas

E aí, qual a sua preferida?

No ritmo de Lewis Carroll

Charles Lutwidge Dodgson pode ser um nome sem nenhum significado para a maioria dos mortais. Mas se a gente disser que esse é o nome verdadeiro de Lewis Carroll, criador de Alice no País das Maravilhastudo muda.

Repleto de enigmas, trocadilhos, charadas e piadas, as obras de Carroll vêm servindo de inspiração para os mais diferentes artistas. Incluíndo aqui a mais variada seleção de músicos.

É por isso que hoje, na data que marca a morte de Carroll (ele nasceu em 27 de janeiro de 1832 e morreu em 14 de janeiro de 1898), a nossa homenagem é em forma de música.

“I am the Walrus”, dos Beatles. A letra, de John Lennon, faz referência a homens com cabeça de ovo e é totalmente nonsense:

“Sunshine”, do Aerosmith, deixa bem claro que é uma homenagem à Alice:

“Jabberwock” é um poema de Lewis Carroll que aqui ganhou ritmo na voz de Marianne Faithfull:

Pra terminar nossa homenagem, “Hall of Mirrors”, de Siouxsie & The Banshees:

Além de Alice no País das Maravilhas, a Coleção L&PM Pocket também publica Alice no país do espelho.

Disney divulga cartazes de “Alice através do espelho”

Aconteceu entre os dias 14 e 16 de Agosto, nos Estados Unidos, o evento D23 EXPO, onde a Disney divulgou as principais novidades sobre seus próximos filmes, séries, games, produtos licenciados, emissoras televisivas e muito mais sobre o vasto universo Disney.

Foi no domingo, 16, durante este evento que a Disney divulgou os primeiros cartazes de Alice Através do Espelho (Alice in Wonderland: Through The Looking Glass), continuação do sucesso ‘Alice no País das Maravilhas’ (Alice in Wonderland) de 2010, que foi dirigido por Tim Burton. Dessa vez, no entanto, Burton desistiu da direção e passou o bastão para James Bobin (que dirigiu Os Muppets).

Alice atraves do espelho cartaz1

Alice atraves di espelho cartaz2

Já o elenco principal será o mesmo com Mia Wasikowka como Alice, Johnny Depp no papel de Chapeleiro Maluco, Anne Hathaway como a Rainha Branca e Helena Bonham Carter como a Rainha de Copas. Sacha Baron Cohen também estará elenco como Time (Tempo). Aliás, a primeira imagem de Time também foi divulgada no domingo.

Alice sacha baron cohen

Por enquanto, essa é a única imagem que se tem de Sacha Baron Cohen como “Time”

Alice Através do Espelho será lançado nos cinemas em 27 de Maio de 2016.

John Lennon e sua viagem ao País das Maravilhas

Lewis Carroll já influenciou muita gente com seu texto nonsense e suas metáforas inteligentes. A música “I am the Walrus” (Eu sou a Morsa), por exemplo, foi criada pelos Beatles a partir do longo poema “A Morsa e o Carpinteiro” que aparece em “Alice no País do Espelho”, a segunda parte de “Alice no País das Maravilhas”.

Em uma entrevista que para a Revista Playboy em 1980, John Lennon foi indagado pelo repórter: “E quanto a você ser a Morsa?” ao que ele respondeu:

“A música surgiu a partir de ‘A Morsa e o Carpinteiro’ de ‘Alice no País das Maravilhas’. Para mim, é um belo poema. Jamais me ocorreu que Lewis Carroll estava falando sobre o sistema capitalista e social. Nunca fiquei me perguntando o que ele realmente quis dizer como as pessoas fazem com a obra dos Beatles. Mais tarde, olhando para o poema com atenção, percebi que a Morsa era o vilão da história e o Carpinteiro era o mocinho. Então eu pensei: Oh, merda, eu peguei o cara errado. Eu deveria ter dito: ‘Eu sou o carpinteiro’. Mas isso não teria dado o mesmo resultado, não é? [Cantando] ‘I am the Carpenter…’”

A letra de “I am the Walrus” ainda faz referência a um eggman, um homem ovo. Tudo a ver com o livro, pois quem declama o poema para Alice é Tweedledum.

(…)

A Morsa avançou, junto ao Carpinteiro:
Quilômetros e meio marcharam;
Juntaram um monte de pedras primeiro
E uma espécie de mesa depois prepararam –
Ao redor as Ostrinhas também se assentaram
Esperando uma história!

A Morsa exclamou: “A hora é chegada!
Temos mil coisas para conversar:
Sapatos, veleiros e cera encarnada
E lacre e repolhos e Reis proclamar! –
Porque esta noite fervente está o mar
E os porcos criaram asas!”

“Espere um momento!” – as Ostras gritaram –
“Depois iniciamos a conversação:
Estamos sem fôlego, nossos pés se cansaram,
Nós somos gordinhas – tenham compaixão!”
Falou o Carpinteiro: “Esperamos, pois não!?”
E as Ostras agradeceram!

“Precisamos agora de uma bisnaga de pão” –
Disse a Morsa, contente.
“Pimenta e vinagre na palma da mão
E um pouco de sal, que se espalha frequentemente –
E agora, se está pronta a assembleia presente,
Começamos a comer!”

As Ostras gritaram: “Vão nos devorar?
Não façam! Piedade!
Nós somos amigas! Não podem matar
Depois da conversa e passeio: é maldade! –
E a Morsa responde, com sinceridade:
“Gostaram  da vista, não foi?”

(…)

Trecho do poema “A Morsa e o Carpinteiro”, de Alice no País do Espelho (L&PM Pocket), tradução William Lagos.

morsa_carpinteiro

Ilustração original de John Tenniel que está no volume de “Alice no País do Espelho” da Coleção L&PM Pocket

 

Alice na TV

Estreia nesta quarta, dia 8 de janeiro, às 22h no canal Sony, o seriado Once upon a time in Wonderland com a personagem Alice, de Lewis Carroll, no papel principal. Na adaptação, Alice é uma adolescente tida pela própria família como louca: a trama começa com Alice (Sophie Lowe) internada em uma instituição psiquiátrica, onde ela renega, diante dos médicos, tudo o que vinha dizendo sobre o mundo mágico que visitou e acaba aceitando fazer uma cirurgia para apagar suas memórias. Mas o coelho branco (voz de John Lithgow) e o Valete de Copas (Michael Socha) vão tirar Alice de lá, porque seu amor, o gênio da lâmpada Cyrus (Peter Gadiot) está vivo – ao contrário do que se imaginava – à espera dela no País das Maravilhas.

Assista ao trailer legendado:

E se você AINDA não leu as aventuras de Alice no País das Maravilhas e Alice no País do Espelho, sempre é tempo: a L&PM publica ambos na Coleção L&PM Pocket.

Alice por Dalí

Já parou para imaginar como seria a Alice, de Lewis Carroll, se tivesse sido criada por Salvador Dalí? Do país das maravilhas ao país do espelho, Alice já vem de fábrica com uma aura de psicodelia e surrealismo. Bastaria acrescentar as cores e o traço inconfundível do pintor catalão para transformá-la em candidata forte ao posto de oitava maravilha do mundo!

Mas devaneios à parte, agora você já pode dar uma folguinha para sua imaginação, porque o próprio Salvador Dalí já fez isso por você. Em 1969, ele criou 12 ilustrações para uma edição especial de Alice no país das maravilhas. A coleção está em exposição permanente na William Bennett Gallery, em Nova York, sob o título de O Universo Surreal de Salvador Dalí e acaba de ganhar sua versão digital. São 13 desenhos em tinta guache: a capa e um para cada um dos 12 capítulos que compõem o livro.

Ilustração do primeiro capítulo do livro: "Descendo pela toca do Coelho"

Arte da capa da edição de 1969 que leva a assinatura de Dalí

As clássicas cartas de baralho aparecem na ilustração do capítulo "O campo de croqué da Rainha"

Gostou? Estes e os outros 10 desenhos estão aqui.

Quem estiver em Nova York pode conferir todos estes desenhos de pertinho! A William Bennett Gallery fica no número 65 da Greene Street.

Biblioteca Britânica disponibiliza manuscrito original de Alice

Para quem não aguenta mais esperar a estreia da versão 3D de Alice no País das Maravilhas, boas notícias. Não, não fomos a uma pré-estreia gravar o filme para exibir clandestinamente no blog. Mas a Biblioteca Britânica está dando um presentão a todos os fãs de Alice: na página da instituição, é possível folhear o manuscrito original do livro, com o texto e as ilustrações feitas por Lewis Carroll em 1862. Há ainda a opção de ouvir a narração do livro (em inglês, é claro) e programar as páginas para que virem automaticamente na velocidade que o internauta leitor preferir. 

Página da biblioteca oferece vários recursos aos leitores / Reprodução

Para ver a versão em flash, clique aqui. E para ver o trailer de Alice no País das Maravilhas em 3D, aqui.
Fazem parte da Coleção L&PM Pocket os livros Alice no País das Maravilhas e Alice no País do Espelho.