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Che Guevara na novela

Ao longo de seus capítulos, a novela “Amor à Vida” mostrou várias cenas de personagens lendo livros. São obras escolhidos pelo próprio autor, Walcyr Carrasco, a partir da sua biblioteca pessoal. Ou seja: muito mais do que meros objetos de cenas, os livros exibidos em horário nobre são uma indicação de quem os leu.

Para nossa surpresa, no capítulo de ontem, 9 de janeiro, a personagem Natasha apareceu lendo um livro publicado pela L&PM:  “Meus 13 dias com Che Guevara”, de Flávio Tavares.

“Eu tava lendo esse livro incrível do jornalista Flávio Tavares: Meus 13 dias com Che Guevara. Ele conheceu o Che, conviveram…” diz Natasha. Clique na imagem para assistir à cena:

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Flávio Tavares acaba de entregar os originais de seu próximo livro: “1964 – O Golpe”.  Previsto para ser lançado em março, no mês que completa 50 anos do golpe, o escritor narra, em seu novo livro, o que viu e testemunhou sobre o movimento militar, sobre a derrubada de João Goulart e sobre os fatos políticos da década de 1960 que acompanhou como jornalista político em Brasília. “A queda foi rápida, mas a conspiração foi longa”, escreve Flávio Tavares na frase inicial do 1º capítulo. O livro penetra na documentação da CIA e da Casa Branca que desembocam na mobilização da frota dos EUA rumo ao Brasil, na Operação Brother Sam, em abril de 1964.

Sobre o Golpe e 1964, Flávio já escreveu Memórias do esquecimento (Coleção L&PM Pocket), onde oferece um relato cru e desencarnado sobre sua prisão e tortura. Este livro recebeu o Prêmio Jabuti 2000 na categoria Reportagem.

Félix e “Os Miseráveis”

O capítulo de segunda-feira, 6 de janeiro, da novela “Amor à Vida”, começou com o popular “ex-vilão” Félix prestes a contar todas as suas maldades para a irmã Paloma e o cunhado Bruno. Pressionado para que revelasse tudo o que havia feito com Paulinha, sua sobrinha, o personagem de Mateus Solano resolve apelar para “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, a fim de mostrar que, assim como Jean Valjean, ele também havia mudado:

Félix: Já já eu vou contar sobre as coisas que eu fiz, mas primeiro eu quero que você ouça uma história: quando eu estive morando com a Márcia, vendendo Hot Dog na 25 de março, o Jonathan [filho de Félix] me falou sobre um livro, “Os Miseráveis”.

Bruno: Eu vi o filme…

Paloma: Eu vi o filme, o musical, pode continuar?

Félix: O Jonathan me falou sobre esse personagem, cheio de angústias, cheio de desejo de vingança, o Jean Valjean, um personagem conturbado, mas que muda através de um gesto de generosidade.

E assim Félix segue usando o personagem de Victor Hugo como exemplo para mostrar que, assim como Jean Valjean, ele também se regenerou a partir da bondade alheia.

Clique na imagem para assistir à cena em que Félix cita "Os Miseráveis"

Clique na imagem para assistir à cena em que Félix cita “Os Miseráveis”

A questão é que, pelo menos nessa cena, ninguém foi capaz de dizer que a obra citada é do grande escritor francês, autor também de “O Corcunda de Notre Dame”. Normalmente, em outros momentos dessa novela das nove da Globo, os personagens que aparecem em cena lendo um livro sempre mostram o nome do escritor após revelar o título da obra que têm nas mãos (o que muitas vezes soa até falso). Por que não citar também Victor Hugo? Independente disso, ver um  livro em ação durante uma novela sempre nos dá um fio de esperança de que alguém será estimulado com isso. E, claro, citar um clássico como “Os Miseráveis” tem um grande mérito.

Se você ficou curioso com a história de Jean Valjean, a L&PM Editores publica uma ótima e fiel adaptação dessa extensa obra na Série Clássicos da Literatura em QuadrinhosClique aqui para saber mais

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