Por David Coimbra*
Há um levantamento que aponta a existência de 37 mil cidades em todo o planeta. Destas, só duas, não mais do que duas, podem ser consideradas protagonistas de transformações na História Humana.
Roma e Atenas.
As demais podem ser capitais do mundo, como Paris, Londres, Berlim, Nova York, Tóquio e Pequim. Podem ser pólos continentais, como Rio, São Paulo, Buenos Aires, Moscou e Nova Délhi. Podem ser cidades históricas, como Bagdá e Jerusalém. Mas só essas duas, Roma e Atenas, foram personagens da História.
Roma e Atenas não sediaram grandes acontecimentos. Não. Foi mais do que isso: elas atuaram como se fossem indivíduos, como se tivessem personalidade própria.
E, na verdade, elas têm.
É essa personalidade ateniense que goteja de cada linha de “Akropolis – A grande epopeia de Atenas”, precioso livro de autoria do italiano Valério Massimo Manfredi lançado pela L&PM.
Manfredi conta, sobretudo, a história e as histórias do período em que Atenas foi o centro da Humanidade, os séculos V e IV antes de Cristo. Por pouco mais de 200 páginas passeiam com naturalidade figuras da estatura de um Sócrates, de um Péricles, de um Alcibíades. Das guerras gloriosas contra o império persa até a capitulação final para o nêmesis de Atenas, a dura Esparta, toda essa grandiosa aventura é narrada como se Manfredi estivesse lá, como se ele tivesse visto o que aconteceu, conversado com os personagens, convivido com eles. E então é como se você também vivesse em Atenas, como se testemunhasse com seus olhos a fundação da filosofia e da democracia, como se presenciasse o mundo em transformação. Por isso, aí está uma experiência que você não pode deixar de ter.
* David Coimbra é escritor, jornalista e editor de esportes do Jornal Zero Hora.