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Carta de amor de Joe DiMaggio para Marilyn Monroe foi vendida por 78.125 dólares

Existem palavras que, literalmente, valem ouro. Como por exemplo: “Eu não sei o que você está pensando, mas eu posso te dizer que, sinceramente, eu te amo do fundo do meu coração e nada mais importa”, que faz parte de uma carta escrita por Joe DiMaggio e enviada a Marilyn Monroe. A carta de três páginas, escrita à mão, foi postada no dia 9 de outubro de 1954, três dias após o anúncio oficial da estrela de que iria se divorciar do jogador de futebol americano. Os dois se casaram em 14 de janeiro de 1954 e ficaram pouquíssimo tempo juntos. Mas como bem mostra a biografia Marilyn, de Anne Plantagenet (Coleção L&PM Pocket), os dois seguiriam em contato até o final da vida da atriz.

DiMaggio e Marilyn logo após o casamento em janeiro de 1954

DiMaggio e Marilyn logo após o casamento em janeiro de 1954

A comovente carta de DiMaggio foi arrematada por 78.125 dólares no leilão que colocou à venda “Os arquivos perdidos de Marilyn Monroe”, organizada pela casa de leilões Julien, no sábado, 6 de dezembro, em Beverly Hills.

Outra carta manuscrita que Marilyn enviou a seu terceiro e último marido, Arthur Miller, foi vendida por 43.750 dólares. Ao todo, o leilão ofereceu 200 lotes de objetos pessoais da atriz, incluindo um casaco de seda que foi levado por 175.000 dólares e um colar de pérolas que saiu por 37.500 dólares. Como se vê, ter algo que pertenceu à Marilyn, não tem preço. Ou melhor, tem…

“Um inimigo do povo” na TV

Em 1966, estreou na extinta National Educational Television (atual PBS), nos Estados Unidos, a primeira adaptação da peça Um inimigo do povo, de Henrik Ibsen, para a TV, feita a partir do roteiro que Arthur Miller publicou nos anos 50. Nesta foto, Marilyn Monroe, esposa de Miller na época, aparece lendo o livro com o roteiro adaptado por ele.

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O sucesso da versão televisiva abriu alas para uma adaptação da peça para o cinema, em 1978, com Steve McQueen no papel do Dr. Stockmann. Em 1980, a BBC fez uma nova versão para a TV com Robert Urquhart no papel principal.

As bodas de Marilyn Monroe e Arthur Miller

No dia 29 de junho, cerca de sessenta jornalistas são, pois, “convidados” a ir à casa de [Arthur] Miller em Connecticut. Enquanto o casal almoça em segredo não longe do local, na verdade são mais de quatrocentos que desembarcam na propriedade familiar. No começo da tarde, ao seguir de perto a atriz e o escritor, uma correspondente de Paris Match foi morta por um automóvel. Seu sangue espirrou no suéter amarelo de Marilyn que, alguns minutos depois, com grande esforço de sedativos teve de enfrentar a imprensa. Nessa mesma noite, Miller e ela são casados por um juiz.

A imprensa faz de tudo por uma boa foto ou uma informação exclusiva, ainda que banal, sobre um dos casais mais famosos da época. Cada passo de Marilyn Monroe e Arthur Miller naquele 29 de junho de 1956 foi registrado pelas câmeras, flashes e canetas a postos. Afinal, aquele era o dia em que a maior diva do cinema iria se casar com um dos dramaturgos de maior renome da época.

Mas nem tudo são flores nesta história. Dias antes, Marilyn ficou sabendo pelo rádio (!) que seria pedida em casamento e isso a deixou furiosa! Aconteceu assim: Arthur Miller pleiteava um passaporte para a Inglaterra a fim de acompanhar a atriz nas gravações de “O príncipe encantado”, mas a Comissão de Atividades Antiamericanas descobriu que ele participara, anos antes, de reuniões comunistas. Ao ser questionado: “Por que o senhor quer um passaporte?” ele responde “Para ir a Inglaterra com a mulher com quem eu vou me casar”. A informação passa imediatamente às manchetes e se espalha num piscar de olhos.

Consternada, furiosa mesmo, Marilyn sabe pelo rádio que vai se tornar mrs. Arthur Miller sem que ele tenha formalmente feito o pedido. Como se seu consentimento fosse evidente. Foi pega de surpresa. (…) Às pressas, pede socorro aos assessores habituais e convoca os jornalistas à tarde para uma pequena coletiva na porta de casa. Dessa vez remodelada e preparada para o jogo, uma Marilyn toda sorrisos, cheia de segurança e jovialidade, confirma para uma plateia de repórteres a eminência de seu casamento com Arthur Miller. (…) O anúncio oficial da união da bomba sexual e do intelectual engajado alimenta a crônica internacional.

Para saber mais sobre a vida de um dos maiores mitos da história do cinema, leia Marilyn Monroe da Série Biografias L&PM.

Os livros estão de luto

Quem conhece Paris provavelmente já visitou a livraria Shakespeare and Company. Aconchegante e abarrotada de (bons) livros, essa que hoje é ponto turístico dos apaixonados pela literatura,  já foi ponto de encontro de intelectuais como Arthur Miller, James Baldwin, Samuel Beckett, Anaïs Nin, Lawrence Durrel, William Burroughs, Gregory Corso e Allen Ginsberg. Escritores que lá iam para comprar seus livros e se encontrarem com George Whitman, o dono da livraria que morreu quarta-feira, 14 de dezembro, dois dias depois de completar 98 anos.

Segundo o jornal The New York Times, Whitman faleceu devido a complicações que surgiram após um derrame sofrido há dois meses. Em outubro, ele se recusou a ficar no hospital e exigiu ser levado para casa, que fica em cima da Shakespeare and Company. Ontem, quinta-feira, a livraria estava fechada e, em sua porta, velas, flores e romances foram colocados juntos ao comunicado que anunciava a morte de Whitman. Os admiradores também colaram bilhetes com agradecimentos e elogios a ele.

Whitman nasceu em Nova Jersey, nos Estados Unidos, mas passou parte da infância na China. Mudou-se para Paris em 1948, tendo uma bicicleta e um gato como as suas únicas posses. Em 1951, ele abriu a livraria Le Mistral que depois seria rebatizada de Shakespeare and Company, em homenagem a Sylvia Beach, proprietária da Shakespeare & Company original, responsável pela primeira edição de Ulisses, de James Joyce. Quando morreu, em 1962, Sylvia Beach deixou para Whitman os direitos da marca e os seus livros. Dois anos depois, a Le Mistral de Whitman tornou-se Shakespeare & Company dois anos depois.

Mais do que dono de livraria, George Whitman foi uma lenda. Seu lema de vida tinha sido tirado de um poema de W.B. Yeats: “Não seja inóspito a estranhos, pois eles podem ser anjos disfarçados”. Atualmente, quem cuida da Shakespeare and Company é a filha de George, Sylvia Beach Withman.

O editor Ivan Pinheiro Machado, que também é artista plástico, eternizou a Shakespeare and Company em uma das pinturas que estava em sua mais recente exposição

O primeiro a denunciar um crime ecológico

"Um inimigo do povo" acaba de ser reeditado na Coleção L&PM POCKET

Um Inimigo do Povo é a primeira grande denúncia, no domínio da literatura e da dramaturgia, de um crime ecológico. Na verdade, numa época em que não existia a “questão do meio-ambiente”, Henrik Ibsen se valeu de um crime ecológico para criar um emocionante tratado contra a corrupção, a hipocrisia da sociedade e poder maléfico da unanimidade. Sua obra é um libelo humanista e Um inimigo do povo, talvez sua obra mais polêmica e certamente a mais importante.

A peça trata de um cientista, o dr. Stockmann, que é profundamente identificado com sua cidade –  uma estação de veraneio no interior da Noruega –, e descobre que os resíduos de uma fábrica próxima estão poluindo o lençol freático da região e contaminando as águas onde os turistas tomam banho. Num primeiro momento, o cientista é aclamado pela descoberta – afinal, a população corria um enorme risco. Mas imediatamente os políticos e empresários se mobilizam contra o dr. Stockmann, já que as denúncias levariam ao fim do turismo e à ruína econômica da cidade. De repente, ele passa de herói à vilão e é publicamente escorraçado pelos cidadãos.

Profético, no que diz respeito à denuncia de um crime ambiental, Ibsen trata de um tema antigo como o mundo, que é a inveja, a ambição, o egoísmo e a perversidade do ser humano.

Em 1966, Arthur Miller (ex-marido de Marylin Monroe) adaptou Um inimigo do povo para a TV com grande sucesso. Em 1978, este mesmo roteiro de Miller ganhou as telas dos cinemas com direção de George Schaefer e Steve McQueen no papel de dr. Stockmann (veja cena abaixo). 

No Brasil, a principal montagem desta peça de Ibsen foi encenada em 1969 com direção de Fernando Torres e Beatriz Segall no elenco.  

Henrik Ibsen nasceu na Noruega em 20 de março de 1828 e morreu em 23 de maio de 1906. Sua magnífica obra em dramaturgia lhe valeu uma indicação ao Prêmio Nobel de Literatura em 1902. Escreveu alguns grandes clássicos do teatro ocidental como Hedda Gabler, Pato selvagem, Casa de Bonecas e Inimigo do Povo, entre outras.