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Bukowski além da boa e limpa poeira

Apesar do estilo intenso de Bukowski levar a vida – tinha o álcool como fiel companheiro e não raro estava metido com drogas e orgias –  foi a leucemia que, em 9 de março de 1994, deu fim à vida de Henry Charles Bukowski Jr. – ou Hank para os íntimos. “Don’t try” é o recado que ficou na lápide de seu túmulo, em Los Angeles. Parece que nem mesmo ele acreditava que chegaria tão longe, pois sempre que o assunto era morte, o tom beirava a ironia. Abaixo, um poema do livro As pessoas parecem flores finalmente com tradução de Claudio Willer.

encômios

após a morte
exageramos as boas qualidades de alguém,
nós as inflamos.

durante a vida
frequentemente sentimos repulsa pela mesma pessoa
enquanto falamos com ela ao telefone
ou só de estar no mesmo aposento.

e frequentemente criticamos o jeito como
andam, falam, vestem-se
vivem
creem.

mas é só morrerem
então que criaturas elas
se tornam.

se apenas em uma cerimônia fúnebre
alguém dissesse,
“que indivíduo odioso
esse aí foi!”

que em meu funeral
haja só um pouco de verdade,
e depois a boa e limpa
poeira.

Buk_morte

Mas se depender da L&PM, o velho Hank jamais morrerá. Prova disso são os livros da série Bukowski.

“As pessoas parecem flores finalmente” na Folha de S. Paulo

O Caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo de sábado, 11 de julho, traz um texto do poeta e jornalista Ciro Pessoa sobre o mais recente livro de Charles Bukowski, publicado pela L&PM.  As pessoas parecem flores finalmente, com tradução de Claudio Willer, recebeu a avaliação “muito bom” da Folha:

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E vem mais novidade por aí. Ainda este ano, a L&PM lança, de Bukowski, Queimando na água, afogando-se na chama e On Writing (ainda sem título em português). Além disso, Miscelânea septuagenária será lançado em pocket.