Quem achava que os “famosíssimos” escritores internacionais seriam o “must” do salão, surpreendeu-se pelo imenso prestígio junto ao público dos escritores pariesienses e franceses em geral. No outro post já falei das filas enormes e da reverência aos autores locais.
Mas hoje é o grande dia dos astros internacionais. O lado pop do salão começou no domingo mesmo, quando Charles Azanvour baixou em Porte de Versailles para assinar seu livro de memórias. Confesso que não vi Aznavour. Sua presença era prometida no final da tarde, para promover seu livro de memórias. Ele se atrasou, para variar. Mas a fila em frente ao estande da editora Albin Michel era enorme e começara a se formar na abertura do Salão, às 10 horas de domingo. As tietes estavam lá para celebrar o “Frank Sinatra” francês que, com seus 85 anos, ainda quebra corações.
Ontem Umberto Eco deu uma voltinha causando um espetacular burburinho. Mas hoje, às 14 horas, juntamente com os escritores Enki Bilal e Jean-Claude Carrière, ele estará apresentando em grande estilo uma apologia ao “livro papel”. O vanguardista Eco, que encantou os anos 70 com sua transgressora e precursora “Obra Aberta”, está lá garantindo aos seus milhares de admiradores que o livro não vai acabar nunca no seu velho e bom suporte de papel. Sobre isso, a pesquisa promovida pelo jornal “Le Figaro” um dos mais tradicionais da França e divulgada com exclusividade no Brasil por este blog, teve grande repercussão nos debates. A pesquisa diz que apenas 1% dos franceses lêem em “readers”. Um número ridículo, diante das páginas e páginas que os jornais dedicam diariamente à “revolução dos readers. Umberto Eco ao anunciar sua conferência, disse aos jornais de Paris: sobre o quê eu vou falar ? Bom, basicamente que eu amo meus livros em papel”.
Mais tarde, às 17h, acontece o mais aguardado evento de todo o 30º Salão do Livro de Paris. Paul Auster, o grande autor de Trilogia de Nova York, encontrará o indiano-britânico Salman Rushdie. Auster é um velho conhecido dos franceses, morou quatro anos em Paris, e Rushdie ganhou o status de celebridade internacional ao ser “condenado a morte” em 1989 pelo não menos famoso Aiatolá Khomeini, que acusava seu livro Versos Satânicos de trazer ofensas ao Islã.
Aznavour, Eco, Paul Auster e Salman Rushdie : o lado pop do Salão
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