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O adeus a Beethoven

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Em 26 de março de 1827, às 17h45, morria o genial Ludwig van Beethoven. Dono de uma personalidade forte e melancólica, filho de um músico alcoólatra e de uma mãe tuberculosa, cercado de irmãos ineptos, Beethoven escapou do papel de menino prodígio que o pai tentou impor-lhe na esteira de Mozart e brilhou com luz própria. Por meio de melodias surpreendentes e perturbadoras, ofereceu à humanidade ideais de liberdade. E mesmo que a surdez tenha lhe tirado dos palcos, ela não foi capaz de impedir que ele continuasse compondo. Depois de Beethoven, a história da música nunca mais foi a mesma.

Por volta das quatro da tarde, o céu escureceu e caiu uma tempestade, “uma tempestade formidável, acompanhada de granizo e de neve”, escreveu Gerhard von Breuning. Beethoven ergue a mão, cerra o punho como se quisesse desafiar o céu, conta Hüttenbrenner, enfeitando talvez a cena. E acrescenta: “Quando a mão caiu sobre o leito, os olhos estavam semi-fechados. Com a mão direita ergui sua cabeça, apoiando a esquerda sobre seu peito. Nenhum sopro saía mais dos seus lábios, o coração havia parado de bater. Fechei seus olhos, sobre os quais depus um beijo, assim como na testa, na boca, nas mãos”. (Trecho de Beethoven, de Bernard Fauconnier, Série Biografias L&PM).

É Dia da Música Clássica

Dia 5 de março – nascimento de Villa-Lobos – é o “Dia da Música Clássica”. Data decretada como oficial desde 2009. Uma dica para hoje é saber mais sobre a vida Beethoven, publicada na Série Biografias L&PM. E parece que Schroeder e Lucy, personagens de Peanuts, estão lendo este livro:  

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Enquanto isso, há 200 anos na biografia de Beethoven…

No outono de 1812 acontece um curioso episódio, que lança uma luz um tanto desfavorável sobre as concepções morais de Beethoven. Seu irmão caçula Johann, farmacêutico em Linz, inicia um caso amoroso com uma mulher de costumes considerados discutíveis, Teresa de Obermeyer. Ciúmes? Sobressalto de pudicícia? Reflexo do clã? Velho rancor que busca apenas um pretexto para explodir em violência tirânica? Teresa, na verdade, é mãe de uma filha de pai desconhecido. Imediatamente, Beethoven corre a Linz. Parece furioso. Injúrias, rixa com o irmão: na família Beethoven, as diferenças se resolvem mediante punhos. Ele quer que a intrusa desapareça da vida do irmão. Chega até a alertar as autoridades da cidade e o bispo para que a expulsem. O caso dura cerca de um mês. No final, Johann pega o irmão de surpresa: ele se casa com a amante. Ludwig assiste à cerimônia praguejando, ele que não consegue se casar, e já no dia seguinte volta a Viena. Pelo menos, durante essa tragicomédia familiar bastante lamentável, conclui sua Oitava Sinfonia…

(Trecho de Beethoven, Bernard Fauconnier, Série Biografias)

Ouça aqui a Oitava Sinfonia: