Em 1895, Oscar Wilde foi preso e obrigado a realizar trabalhos forçados, acusado de sodomia e outros “crimes sexuais”, pelo marquês de Queensberry, pai de Lord Alfred Douglas Bosie, na época namorado do escritor. A partir do dia 29 de agosto, a prisão de Wilde – descrita em detalhes no livro De Profundis – volta como pano de fundo de uma peça estrelada por Marco Nanini. “Beije minha lápide” é o nome do espetáculo que inicia sua temporada no Centro Cultural Correios no Rio de Janeiro.
No cenário, uma grande redoma de vidro fará referência à verdadeira lápide de Oscar Wilde – que precisou ser isolada porque, de tanto receber beijos, estava sendo corroída pela acidez das salivas. Bala, o personagem fictício vivido por Nanini é um dos fãs revoltados com essa redoma e, por ter quebrado a barreira, acabou na prisão. E é encarcerado nessa caixa de vidro que a história de Bala confunde-se com a de Wilde.
Marco Nanini é um profundo admirador da obra do autor de O retrato de Dorian Gray e em entrevista ao jornal O Estadão afirmou que sempre ambicionou levar Oscar Wilde ao teatro, mas que jamais quis adaptar algum de seus trabalhos ou mesmo interpretar o escritor. “Eu queria algo que traduzisse a sua essência.”
O roteiro da peça é de Jô Bilac, a direção de Bel Garcia e a cenografia de Daniela Thomas. No elenco, estão também Carolina Pismel, Júlia Marini e Paulo Verling que vivem as únicas pessoas com quem Bala tem contato: sua filha, o carcereiro e uma advogada.
O texto traz diversas passagens das obras de Wilde.
Serviço — “Beije minha lápide”
Onde: Centro Cultural Correios — Rua Visconde de Itaboraí, nº 20 (2253-1580)
Quando: De 29/08 a 5/10. Sex a dom, às 19h
Quanto: R$ 20,00
Classificação: 16 anos