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Adriana Calcanhoto canta Alexandre, o Grande

“Alexandre nasceu em julho de 356 a.C., em Pella, capital do reino macedônio, da união entre a princesa Olímpia, filha do rei dos molossos, e de Felipe II, rei da Macedônia após a morte do rei Pérdicas, em 359 a.C. Muito foi escrito sobre a herança psicológica de Alexandre, mas quem pode dizer o que no seu temperamento ele deve aos pais?” 

Assim tem início a introdução de Alexandre, o Grande, livro que faz parte da Série Encyclopaedia. A obra não é uma biografia do maior de todos os conquistadores, mas um livro que tenta “apresentar os principais aspectos de um fenômeno histórico que não pode ser reduzido apenas à pessoa de Alexandre”, segundo consta no prólogo.

Alexandre não apenas virou filme com Richard Burton no papel principal (e, anos depois, com Colin Farrell no papel título e Angelina Jolie como sua mãe Olímpia), como também inspirou Caetano Veloso a criar uma canção sobre ele. Música que foi gravada por Adriana Calcanhoto para o CD e DVD Adriana Partimpim 2. A letra é uma verdadeira aula de história como você poderá escutar abaixo:

17. “Quando Brad Pitt fez o meu papel…”

*Por Ivan Pinheiro Machado

Heinrich Harrer estava muito à vontade naquele belo salão no Frankfurter Hoff, melhor hotel de Frankfurt e um dos mais aristocráticos da Alemanha. Na Feira Internacional do Livro de Frankfurt de 1999, ele curtia o incrível êxito internacional do seu livro “Sete anos no Tibet”, publicado com sucesso há mais de 45 anos e que acabara de ser subitamente re-catapultado à categoria de best-seller graças à  badalação em torno do recém-lançado filme de Jean-Jacques Annaud. Seu agente, Paul Marsh, falecido em 2009, organizara um coquetel convidando os editores dos quase 80 países que publicavam o livro (foi traduzido em 53 idiomas e, em 1954, quando lançado nos Estados Unidos foi best-seller com mais de 3 milhões de livros vendidos). Eu estava lá como editor brasileiro de Harrer. Ele tinha recém completado seus 86 anos e conversava individualmente com todos os editores presentes no coquetel. Quando chegou a minha vez, ele foi especialmente simpático ao saber que eu era brasileiro. Fez várias perguntas a respeito da realidade do país e me contou rapidamente a incrível aventura que ele viveu na Amazônia. Mr. Harrer decididamente não gostava de uma vida pacata. Depois de fugir de uma prisão na Índia, de atravessar o Himalaia a pé e passar sete anos no Tibet, decidiu explorar a  misteriosa Amazônia. Foi no ano de 1957 e, acompanhado de seu amigo, o príncipe Leopoldo III da Bélgica, subiu de barco o rio Amazonas até próximo de sua nascente no Peru. A aventura durou sete meses e ele pegou uma malária que, segundo disse “me acompanha até hoje”. Mais que a aventura amazonense de Mr. Harrer,  marcou-me uma frase sua a respeito do filme: “O Brad Pitt fez muito bem o meu papel. Não reclamo. A única restrição é que ele está muito sério e eu era mais expansivo…” Que tal?

Cena do filme “Sete anos no Tibet”

Pra quem já esqueceu, Harrer/Brad Pitt era alemão e chegou ao Tibet fugido de um campo de prisioneiros inglês na Índia em 1945. Lá, ele conheceu o jovem 14º Dalai Lama de quem foi durante sete anos uma espécie de tutor, ensinando línguas, geografia e relações com o Ocidente. O livro e o filme contam a estadia tibetana de Harrer encarnado por Brad Pitt. Dalai Lama está vivo (e bem vivo) defendendo a causa da independência tibetana. Heinrich Harrer foi também um grande defensor da causa e morreu em 2006 aos 93 anos na Áustria.

Harrer e o Dalai Lama

Na década de 1940, Heinrich Harrer foi um dos grandes esportistas alemães, atleta olímpico em esportes de inverno e alpinista famoso, tendo escalado grandes montanhas no Alasca, nos Andes, na África, Nova Guiné, Europa e Ásia. Seu nome, como esportista, chegou a ser explorado na propaganda do regime de Adolph Hitler. Mais tarde, ele reconheceu que cometera um grande erro, permitindo que associassem o seu nome ao nazismo e, logo após a guerra, Harrer reconheceu o mal que Hitler causou ao mundo.

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