Por Nanni Rios*
Nem o voo atrasado e uma tarde inteira de viagem por terra foram capazes de ofuscar o brilho de Paraty em dia de festa. E, felizmente, apesar dos contratempos, conseguimos assistir à conferência de abertura da Flip, a Festa Literária Internacional de Paraty, que este ano homenageia o poeta Carlos Drummond de Andrade. Itabira deixou de ser só mais uma fotografia na parede e, ontem, virou cenário para a fala do escritor Silviano Santiago, que recebeu do curador da Flip, Miguel Conde, a missão de fazer um panorama da vida e da história de um dos poetas mais importantes das letras brasileiras.
Drummond nasceu em 1902, quase junto com o século 20 – que Silviano Santiago chamou de “seu irmão mais velho”, cresceu com ele, acompanhou suas transformações, viveu seus traumas e se refez junto com ele no pós-guerra. E para completar a homenagem, o poeta e filósofo Antonio Cícero recitou o poema “A flor e a náusea” e nos ofereceu em seguida uma releitura mais íntima, estrofe por estrofe, adentrando meandros e particularidades da escrita de Drummond e vertendo o significado mais delicado e, por vezes, oculto de cada verso.
E por fim, poesia e sintetizadores: o show do “lião” do norte Lenine fechou a primeira noite da Flip com chave de ouro.
E hoje a festa continua! O destaque da programação do dia é a mesa sobre “Ficção e história” com Juan Gabriel Vásquez, que está lançando seu novo livro História secreta de Costaguana aqui na Flip, e Javier Cercas.
*Nanni Rios é editora de mídias sociais da L&PM Editores e compartilha os melhores momentos da Flip no Facebook (LePMEditores), no Twitter (@LePM_Editores) e no Instagram (@lepmeditores). Acompanhe!