Uma gravação inédita, encontrada recentemente, foi o ponto de partida para a Maison Chanel escolher a nova garota propaganda de seu perfume mais célebre, o ‘Chanel nº5’. A musa em questão já era vinculada à marca há décadas, mas a descoberta desse áudio oficializou a declaração e possibilitou a criação de um filme publicitário que antes seria impossível.
O áudio foi gravado em abril de 1960, durante uma entrevista que Marilyn Monroe concedeu a Georges Belmont, então redator chefe da revista Marie Claire. Nela, a loira explica a declaração que fez para a Revista Life em 1952:
“Me fazem todo tipo de pergunta… Por exemplo: ‘O que usa para dormir? Blusa de pijama? Calças de pijama? Camisola?’ Então eu disse: ‘Chanel nº5’. Porque é verdade! Eu não quero dizer ‘nua’. Mas… é verdade”.
A inconfundível voz lânguida de gata manhosa de Marilyn está acompanhada de imagens da estrela, incluindo a imagem feita por Ed Feingersh, em que ela aparece em seu camarim com um vidro de Chanel nº5 junto ao decote.
Esta foto, como não poderia deixar de ser, está nos anúncios da mesma campanha que traz a frase “O mito torna-se realidade”. Segundo a Chanel, a campanha tem como objetivo revelar a veracidade de uma das frases que transformou Marilyn Monroe em uma lenda.
Na eleição de Miss América, pedem-lhe para pousar ao lado das candidatas. Nesse dia, o vestido branco de poá que ela está usando é tão justo, tão provocante que um oficial do exército pede aos jornalistas que censurem as fotografias. Marilyn afia as armas, fustiga a pudicícia hipócrita contra-atacando com este coquetel de falsa ingenuidade e humor que ela sabe tão bem dosar:
– O decote mais do que profundo do seu vestido foi criticado…
– Ah, é por isso que olhavam para mim. E eu que achei que estavam admirando a minha insígnia de sargento…
– Usou alguma coisa para a foto do calendário?
– O rádio ligado.
E o Chanel nº5 à noite. (…)
(Trecho de Marilyn Monroe, de Anne Plantagenet – Série Biografias L&PM)