Todos eles estiveram juntos no “Conversa com Bial” que foi ao ar no dia 22 de novembro. Vale a pena assistir a entrevista sobre o livro “As três mortes de Che Guevara”, de Flávio Tavares. Em outubro deste ano completou-se 50 anos da morte de Che:
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Flávio Tavares e seus 13 dias com Che Guevara
Punta del Este, 1961. Não se surpreendam nem estranhme pelo lugar onde convivi com Ernesto Che Guevara durante treze dias. Sim, ali mesmo, nesse balneário grã-fino transformado em sede da Conferênci Interamericana Econômica e Social da OEA.
Eu tinha 27 anos e, como enviado da rede de jornais Última Hora, de Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre, cobria a reunião convocada pelos Estados Unidos para concretizar aAliança para oProgresso,um passo a mais para isolar Cuba do resto do continente.
Ele, aos 33 anos, era ministro da Indústria e presidente do Banco Nacional de Cuba e chefiava a delegação cubana à reunião. Acompanhei-o durante as sessões e nos intervalos da conferência. Duas vezes jantei ao seu lado no hotel em que se hospedava.
Perguntei, ouvi e observei.
É nesse período breve e intenso, de 5 a 18 de agosto de 1961, que retrato aqui nas fotografias que dele fiz e na observação de tudo o que ele fez. quatro meses antes, havia fracassado a invasão de Cuba, patrocinada pelos norte-americanos, e em Punta del Este, o mito Che Guevara emergiu como definitivo.
(…)
Estendo minha máquina a Tarso de Castro e ele a dispara duas vezes, da rua, mas as fotos saem fora de foco. No dia seguinte, porém, o jornal El Popular, de Montevidéu, estampa na primeira página uma foto do Che no palanque, eu ao seu lado, similar a uma das que saíram tremidas.
Os textos acima fazem parte de Meus 13 dias com Che Guevara, mais novo livro de Flávio Tavares. Flávio autografa no dia 10 de novembro, domingo, na Feira do Livro de Porto Alegre.
48. Com os beats na alma
Alma Beat foi o trabalho mais completo editado sobre a Geração Beat no Brasil. Um painel apaixonado e preciso sobre o que eram e o que fizeram os beats. Em suas páginas, eram oferecidos textos escritos por poetas, jornalistas e escritores brasileiros que, de uma forma ou de outra, tiveram suas vidas e suas obras influenciadas pelo movimento. Além de textos inéditos dos próprios beats – como um poema de Kerouac sobre Rimbaud, um texto de Gary Snyder sobre o Brasil e um poema de Ginsberg para Che Guevara! –, Alma Beat trazia artigos de Eduardo Bueno, Antonio Bivar, Roberto Muggiati, Cláudio Willer, Leonardo Fróes, Pepe Escobar e Reinaldo Moraes sobre a ligação dos beats com o jazz, com as drogas, com o zen, com a estrada, com os autores malditos e com a tradição romântica. O livro era ainda complementado pelas autobiografias de Allen Ginsberg, Jack Kerouac, William Burroughs, Gregory Corso, Neal Cassady, Gary Snyder, Peter Orlovsky e Lawrence Ferlinghetti. E tinha também trechos de cartas e entrevistas, além de fotos que naquela época nunca haviam sido vistas no Brasil (lembre-se que em 1984 não dava para pesquisar imagens no Google).
Para completar, Alma Beat mexia com temas considerados explosivos como punk, revolução, sexo, dinheiro e drogas, além de oferecer uma ampla bibliografia. Ou seja, era uma fonte primordial para entender a história e a obra deste grupo de escritores que, mais do que qualquer outro, provocou as maiores e mais significativas mudanças no comportamento dos jovens do mundo inteiro.
Vale dizer que Alma Beat não foi apenas o nome de um livro, mas de uma Coleção criada por Eduardo Bueno que, em 1984, já oferecia Uivo, de Allen Ginsberg, Cartas do Yage, de William Burroughs e Ginsberg, Uma Coney Island da Mente, de Lawrence Ferlinghetti, O livro dos sonhos, de Jack Kerouac, Gasolina e a Lady Virgem, de Gregory Corso, Como nos velhos tempos, De Gary Snyder, O primeiro terço, de Neal Cassady e Crônicas de Motel, de Sam Shepard. Depois, claro, vieram muitos outros. Alguns dos títulos da saudosa “Coleção Alma Beat” estão na Série Beat da Coleção L&PM POCKET. É realmente um mergulho no espírito de Kerouac e sua turma. Vale a pena!
* Toda terça-feira, o editor Ivan Pinheiro Machado resgata histórias que aconteceram em mais de três décadas de L&PM. Este é o quadragésimo oitavo post da Série “Era uma vez… uma editora“.
Eu, Andy Warhol
Há exatos 24 anos, enquanto se recuperava de uma cirurgia simples no Hospital de Nova York, Andy Warhol sofreu uma “arritmia pós-operatória cardíaca súbita” e não resistiu. Venerado desde sempre por artistas e críticos como o ícone maior da pop art, Warhol deixou um legado vivo que vai além das obras em si. Os múltiplos serigráficos e as analogias do consumo a partir da reprodução mecânica dos rostos de Marilyn Monroe, Mao Tsé Tung, Che Guevara e Pelé em nuances coloridas são o espírito da pop art como a conhecemos hoje.
Após a morte de Andy Warhol, as condições técnicas para a reprodução de imagens evoluíram de forma impressionante. Manipular fotos, por exemplo, tornou-se banal. Com um Photoshop e um pouco (não muito) de habilidade artística, é possível viver seus 15 minutos de Andy Warhol, nem que seja para prestar uma homenagem ao mestre.
O vídeo a seguir explica passo a passo como fazer no Photoshop a sua própria Marilyn Monroe a partir de uma imagem qualquer: