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Nova novela das 18h é inspirada em “Cândido ou o Otimismo” de Voltaire

A nova novela das 18h da Globo, “Êta mundo bom!”, estreou na segunda-feira, 18 de janeiro, e já vem recebendo elogios. Em sua coluna no jornal O Globo, a jornalista Patricia Kogut escreve que “foi uma boa estreia” e elogia muitos dos atores da trama. Escrita por Walcyr Carrasco e Maria Elisa Berredo, a novela tem entre seus colaboradores a escritora Claudia Tajes, autora da L&PM.

Mas o que chamou a atenção aqui do pessoal da editora foi que o autor, Walcyr Carrasco, afirmou ter se inspirado no livro “Cândido ou o Otimismo”, de Voltaire. Prova disso é que o personagem principal chama-se Cândido – Candinho para os íntimos (Sergio Guizé). Segundo Patricia Kogut, algumas frases da obra já apareceram nos primeiros capítulos, principalmente as ditas por Pancrácio (Marco Nanini), o mentor de Cândido na obra de Voltaire, como “Tudo está bem no melhor dos mundos”. Além de Cândido e Pancrácio, outro nome que aparece no livro também está lá: Cunegundes (Elizabeth Savala).

“O detalhe crucial no entanto é que, na literatura, a coisa não é para ser entendida ao pé da letra. O personagem ingênuo dos ingênuos atravessa as piores tragédias — guerras e o grande terremoto de Lisboa — ouvindo o bordão otimista. Mas é uma grande ironia, puro deboche do filósofo que tinha uma das línguas mais ferinas de seu tempo. Em “Êta mundo bom!”, ao contrário, a pureza é um assunto seriíssimo e unidimensional.” Escreveu ainda Patrícia Kogut.

candido ou o otimismo

 

Minissérie inspirada no livro de Claudia Tajes estreia dia 28 de abril às 22h30

A nova série que estreia na segunda-feira, 28 de abril, no Multishow, vai mostrar que a vingança é um prato que se come rindo. A comédia “Por Isso Sou Vingativa”, inspirada no livro homônimo de Claudia Tajes, traz no elenco nomes como Camila Morgado, Pedro Paulo Rangel, André Gonçalves e Márcia Cabrita.

Assim como no livro, a minissérie conta a história de Sara Xerxes (Camila Morgado), uma dona de lavanderia desiludida que descobre uma nova motivação ao decidir se vingar de seus ex-namorados. Na minissérie, Sara recebe ajuda de Rildo (André Gonçalves), um crossdresser que também trabalha na lavanderia Vesúvio e vai lhe ajudar a executar suas vinganças. Enquanto leva uma vida dupla, Sara ainda tem que lidar com as trapalhadas do pai Onofre (Pedro Paulo Rangel) e de sua madrasta Jéssica (Márcia Cabrita).

A série ainda conta com a participação especial de Marcelo Serrado, Bruno Garcia, Hamilton Vaz Pereira, Márcio Garcia, Augusto Madeira, Leo Jaime, Sérgio Marone, Leonardo Miggiorin, entre outros, como os ex-namorados e vítimas da vingativa.

Produzida pela Zola em parceria com o Multishow, a minissérie em 15 episódios tem direção geral de Izabel Jaguaribe e direção de Hsu Chien.

Clique sobre a imagem abaixo e assista a um divertido vídeo com cenas inéditas da minissérie e entrevistas com o elenco e a equipe da produção:

André Gonçalves, Camila Morgado e Marcelo Serrado em uma cena de "Por isso eu sou vingativa". Clique na imagem para assistir o vídeo.

André Gonçalves, Camila Morgado e Marcelo Serrado em uma cena de “Por isso eu sou vingativa”. Clique na imagem para ser direcionado ao site do Multishow e assistir ao vídeo.

Um gostinho da vingança de Claudia Tajes

O colunista do jornal O Globo, Alcelmo Gois, publicou ontem uma foto da atriz Camila Morgado na gravação da minissérie Por isso eu sou vingativa, baseada no livro homônimo de Claudia Tajes. Ela faz o papel de Sara Gomes, a personagem principal da história, que resolve se vingar de seus 8 últimos namorados. A estreia está marcada para o dia 28 de abril no Multishow.

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“Por Isso Sou Vingativa” estreia em abril no Multishow

Estreia no dia 21 de abril, no canal Multishow, a série Por Isso Sou Vingativa, adaptação do livro homônimo de Claudia Tajes para a TV. Os capítulos vão ao ar de segunda a sexta, sempre às 22h30, com Camila Morgado no papel principal, Pedro Paulo Rangel, André Gonçalves, Marcelo Serrado e Márcio Garcia no elenco.

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Camila Morgado será a personagem Sara Gomes

Por Isso Eu Sou Vingativa narra com humor e ironia as desventuras de Sara Gomes, uma mulher que acordou para a vida ao descobrir o sabor agridoce da vingança. Dica da L&PM: até o dia 21 de abril dá tempo de ler o livro de Claudia Tajes 😉

Claudia Tajes ataca novamente

Claudia Tajes está com tudo em 2014! Depois da estreia de A vida sexual da mulher feia no teatro e a notícia da adaptação do livro para o cinema, agora é a vez de Por isso eu sou vingativa virar série no canal Multishow. Produzido pela Zola, do cineasta José Henrique Fonseca, o projeto prevê 13 capítulos com Camila Morgado no papel de Sara, a personagem principal, e um ator convidado a cada episódio para ser o alvo da fúria que nasce da dor de cotovelo de Sara. Marcelo Serrado já está entre os escalados para viver uma das “vítimas”.

capa_po_isso_sou_vingativa.inddSara é uma mulher que largou o curso de arquitetura para cuidar da lavanderia da família. E é no meio de roupas sujas que ela resolve arquitetar a sua vingança. Com crueldade e cinismo, ela resolve se vingar de cada um dos seus ex-namorados que a fizeram sofrer nessa vida.  Os ex-namorados vão desde o cara mais bonito da escola, capaz de partir qualquer coração, até um fiel e compreensivo (demais) companheiro.

A série Por isso eu sou vingativa tem estreia prevista para o segundo semestre. Até lá dá tempo de ler o livro de Claudia Tajes para ficar por dentro das histórias.

“A vida sexual da mulher feia”: do livro para o palco

Leia abaixo a matéria publicada no Caderno Ilustrada da Folha de S. Paulo de quinta-feira, 23 de janeiro, que mostra diferenças entre o livro de Claudia Tajes e a peça estrelada por Otávio Müller:

Peça adapta livro sobre mulher que se acha feia

Por Gustavo Fioratti – de São Paulo   

“Calma! Respira, amor! Respira”, diz Mariomar.

“Se você falar ‘respira’ mais uma vez, vou te enforcar com a minha placenta!”, responde Diocleide.

A cena retrata o nascimento de Maricleide, a sofrida protagonista de “A Vida Sexual da Mulher Feia“, adaptação teatral para livro de Claudia Tajes que cumpre temporada no Teatro Folha, com Otávio Müller, travestido, no papel central.

Com diálogos que resgatam o escrache do besteirol, a peça investe em piadas que roçam preconceitos relacionados a padrões estéticos diversos. Faz rir de problemas de pele, do cabelo crespo, de seios pequenos etc.

Maricleide é desprovida de beleza desde bebê, vira assunto no bairro e na escola é vítima de bullying: “Você viu o cabelo da Maricleide? É mais grosso que o do sovaco do meu pai. Ela podia ser garota-propaganda da Assolan!”, uma colega comenta.

Em sua adaptação, a peça acentua o que há de cômico no livro de Tajes, incluindo gags criadas por Müller. “O livro é cômico, mas tem passagens mais melancólicas, com reflexões de uma mulher que não se sente vista”, diz Julia Spadaccini, que assina a adaptação. “A peça puxa para a comédia”, completa.

A opção pelo escracho resulta, por exemplo, na troca de nome da protagonista. No livro de Tajes (L&PM, 114 pág., R$ 16,90), a personagem se chama Ju.

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O livro de Claudia Tajes que inspirou a peça de mesmo nome.

“Sabíamos que era um assunto delicado, então achamos que mostrar a personagem falando sobre a própria feiura, em primeira pessoa, dava uma relativizada no assunto”, explica. “Mas para ser engraçado não dá para ter muito pudor também.”

No original publicado em 2005, Tajes, ao contrário da peça, não esmiúça a descrição física da protagonista.

Mais uma diferença, segundo Spadaccini: o livro não é linear cronologicamente, apresenta situações soltas.

O espetáculo opta por mostrar a trajetória completa da personagem, desde seu nascimento até o momento em que ela, já adulta, aceita a própria feiura, “e passa a enxergar em si mesma outras qualidades”.

A VIDA SEXUAL DA MULHER FEIA
QUANDO sex., às 21h30, sáb., às 20h e 22h, dom., às 19h30
ONDE Teatro Folha (shopping Pátio Higienópolis, av. Higienópolis, 618; tel.: (11) 3823-2323)
QUANTO de R$ 50 a R$ 70
CLASSIFICAÇÃO 14 anos

 

Adaptação do livro “A vida sexual da mulher feia”, de Claudia Tajes, estreia no teatro

Estreou na última sexta-feira (10), no Teatro Folha (SP), a comédia baseada no livro homônimo de Claudia Tajes, “A Vida Sexual da Mulher Feia”.

No palco, o ator Otávio Müller – o Djalma de “Tapas & Beijos” (Globo), se transforma em Maricleide, a feia, e conta a sua sofrida história de vida.

Maricleide já nasce feia. Os parentes, que vão conhecê-la no berçário, não conseguem disfarçar o susto que levam ao ver o seu rostinho. “Todo o bebê nasce com cara de joelho”, argumenta a mãe. “Mas essa nasceu com cara de bunda!”, retruca um tio mais grosseiro.

Assista a um trecho da peça e uma entrevista com o Müller onde ele conta como teve a ideia de transformar o livro de Claudia Tajes em peça:

O ator usa poucos recursos visuais, como alguns vestidos e perucas, que troca em cena aberta mesmo, sem nenhuma maquiagem, e interpreta todos os personagens que envolvem o universo de Maricleide.

Com muita agilidade e ritmo, ele próprio faz a mãe, o pai, o tio, o filho do porteiro, o trocador de ônibus e a divertida e desbocada amiga com quem a protagonista divide apartamento. Com algumas projeções ao fundo do palco e intervenções oportunas da sonoplastia, Otávio narra e vive ao mesmo tempo toda a saga de Maricleide.

Com adaptação de Julia Spadaccini e direção do próprio Otávio Müller, “A Vida Sexual da Mulher Feia” tem temporada programada no Teatro Folha (Shopping Pátio Higienópolis – SP) até 02 de março.

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Claudia Tajes na estreia da peça baseada em seu livro

 

A “mulher feia” de Claudia Tajes vai ao teatro em janeiro

A peça A vida sexual da mulher feia, uma adaptação do livro homônimo de Claudia Tajes, estreia no Teatro Folha, em São Paulo, no dia 10 de janeiro de 2014. A história é uma saborosa crítica à ditadura da beleza e, nesta adaptação de Julia Spadaccini, virou um monólogo cômico dirigido e protagonizado pelo ator Otávio Müller. No palco, a protagonista do livro – a horrorosa Jucianara – virou Maricleide e, pela foto de divulgação, dá para perceber que Otávio pretende investir no lado engraçado e mais caricato da personagem.

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O Teatro Folha fica no Shopping Pátio Higienópolis e a temporada vai de 10 de janeiro a 2 de março, com sessões às sextas (às 21h30), sábados (duas apresentações, às 20h e 22h) e domingos (às 19h30), com ingressos entre R$ 50 e R$ 70.

Claudia Tajes tipo exportação

A escritora Claudia Tajes é citada numa matéria da revista inglesa Litro como uma das maiores escritoras brasileiras contemporâneas, na opinião do escritor e cineasta Vinicius Jatoba. O texto intitulado “Brazilian women are writing better than their male contemporaries now. Who to read and why.” (algo como “Mulheres brasileiras estão escrevendo melhor do que seus contemporâneos homens hoje. Quem ler e por quê”) funciona como um guia de leitura e, ao se referir à autora de Sangue quente e outros livros, diz o seguinte:

“Outra autora que se destaca, para mim, é Claudia Tajes, cujos romances e contos compõem o mais divertido e dramático panorama da sexualidade brasileira. Em suas obras, os homens estão perdidos em seus papéis masculinos típicos (‘Vida dura‘), e as mulheres vivem sua sexualidade na emoção de ir ao encontro de todas as possibilidades que a sociedade de consumo lhes oferece (‘Louca por homem‘). Longe da banalidade que o tema sugere, Tajes faz, com um humor agradável, análises sobre a solidão e a inadequação por trás da ‘liberdade’, que promete ser um bom negócio, mas acaba deixando vazios os gestos e as intenções. Uma das obras mais engraçadas e mais originais da literatura brasileira contemporânea, ‘A vida sexual da mulher feia‘, brinca com os nossos conceitos eróticos, acabando por subvertê-los completamente.”

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A arte da leveza

Por Pedro Gonzaga*

Ou talvez da brevidade. Ou ainda a arte de como rir das forças incendiárias dentro de nós, que nos lembram de nossa insuperável bestialidade. Raiva, inveja, ódio, rancor, despeita, ira, são essas apenas algumas das tórridas emoções que Claudia Tajes utiliza para compor as histórias de Sangue Quente, seu mais novo livro de contos.

Mergulhados em cotidianos borrados, imersos em rotinas cinzentas, os personagens parecem à espera de um milagre redentor, mas só o que lhes advém é a cólera. Assim o protagonista da segunda história, um homem comum e relaxado que atribui seus problemas com as mulheres (e consigo mesmo) à existência dos Grant (Cary e Hugh). Ou ainda a publicitária frustrada, cuja única alegria na vida, marcada por anúncios desimportantes em sua excentricidade (um protetor solar exclusivo para homens), seria tomar um banho de princesa com um sabonete Lux Luxo.

Importante salientar que tal matéria – a miséria de todos nós – nas mãos de outro autor talvez se tornasse pesada demais, o retrato opressivo de nosso mundo sem heróis. Nas mãos da Claudia, no entanto, uma das grandes vozes do humor brasileiro, o assunto sério na maior parte das vezes ganha leveza, faz-nos rir com um misto de maldade e ternura, base da melhor comédia, que é, antes de tudo, um talento raro, seja na literatura, seja na vida real.

Dividido em duas partes, o livro ganha ainda mais força na segunda, quando a raiva se torna “específica”: são os contos de TPM. Destaco aqui pelo menos mais duas histórias. Em Tão Fácil Ser Idiota, um conto com um sabor do velho Dalton Trevisan, feito quase só de diálogo, uma mulher descobre que uma garçonete está saindo com seu namorado e resolve ir tomar satisfações. Por coincidência, as duas se chamam Cristina, e estão às raias da agressão quando o galã chega e tenta se safar da situação. Mal sabe ele que a TPM não conhece misericórdia. Em Marido, há uma deliciosa inversão dos sintomas que folcloricamente marcam o período do mês mais perigoso, transferindo-os ao homem, que não deixa de acusar a dedicada mulher de estar indisposta em relação a ele por questões hormonais.

Nota-se, contudo, uma certa melancolia na obra, que o celebrado humor da autora de A Vida Sexual da Mulher Feia não foi capaz de dirimir. Suspeito que essa sensação venha de tantos solitários que se espalham pelas histórias. Diante deles, que se abrem com uma singeleza quase atroz em tantas primeiras pessoas, cujo melhor exemplo seria a narradora de Sem Amor em Tempos de Cólera, já não sabemos ser maus ou debochados, sequer fraternos. Se rimos deles, é um riso triste, o riso dos desesperados.

Agrada-me, por fim, em Sangue Quente, o fato do livro ser, acima de tudo, aquilo que ele é: um livro de contos. Saudades de ver as vidas jogadas no mata-mata e não na largura burocrática desses tantos campeonatos recentes, bem mais longos do que o necessário. Uma leitura perfeita para este fim de ano agitado e flamejante.

* Escritor, editor e poeta, tradutor de vários livros publicados pela L&PM (principalmente Bukowski) autor de “Falso Começo”. Este texto foi publicado originalmente no Caderno da Feira do Jornal Zero Hora de 4/11/2013.

Claudia Tajes autografa Sangue-quente nesta segunda-feira, 4 de novembro às 18h na Feira do Livro de Porto Alegre.

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