22 DE NOVEMBRO DE 1963
TEXAS SCHOOL BOOK DEPOSITORY, DALLAS
9h45Em Dallas, a multidão de ansiosos cidadãos está na beira da calçada em frente ao Texas School Book Depository. O presidente não passará nas próximas três horas, mas eles chegaram cedo para conseguir um bom lugar. O melhor de tudo é que parece que o sol vai sair. Talvez eles consigam ver John F. Kennedy e Jackie, afinal.
Lee Harvey Oswald espreita por uma janela no primeiro andar do edifício do depósito, estudando a rota do presidente onde o público o aguarda. Ele pode ver claramente a esquina da Elm Street com a Houston, onde a limusine de John Kennedy fará uma lenta curva para a esquerda. Isso é importante para Oswald. Ele escolheu um lugar no sexto andar do depósito como seu posto de franco-atirador. O andar é fracamente iluminado por poucas lâmpadas de sessenta watts e está vazio por causa de uma reforma. Pilhas de caixas de livros perto da janela que dá para a Elm e a Houston formarão um esconderijo natural, possibilitando que Oswald coloque o fuzil para fora e aviste o comboio na curva esperada. O atirador que há em Lee Harvey Oswald sabe que terá tempo para dois tiros, talvez até três se for rápido o bastante ao manipular o ferrolho.
Mas um disparo é tudo o que ele precisa.
* * *
O Air Force One encara o vento cruzado quando o coronel Jim Swindal o acomoda na pista de aterrissagem de Love Field, em Dallas. John Kennedy está em êxtase. Observando das janelas do avião, ele vê que o tempo ficou ensolarado e quente e que outra grande multidão texana espera para recebê-lo. “Esta viagem está se revelando extraordinária”, ele confidencia alegremente para Kenny O’Donnell, “Aqui estamos, em Dallas, e parece que tudo no Texas estará a nosso favor!”
Trechos de Os últimos dias de John F. Kennedy, de Bill O’Reilly e Martin Dugard, lançado recentemente pela L&PM Editores.