Parece que a ossada que descansava na cripta de um convento de Madri é mesmo do autor de “Dom Quixote”. Pelo menos é o que afirma a equipe de pesquisadores que há mais de um ano trabalha no local. “À vista de toda a informação gerada no caso de caráter histórico, arqueológico e antropológico, é possível considerar que entre os fragmentos da área localizada no solo da cripta da atual igreja das Trinitárias se encontram alguns pertencentes a Miguel de Cervantes”, disse o antropólogo Francisco Etxeberría, coordenador da equipe. “São muitas as coincidências e não há discrepâncias”, completou Etxeberría, que reconheceu que não foi possível rastrear indícios dos ferimentos sofridos pelo escritor na batalha de Lepanto quando Cervantes foi ferido no peito e na mão esquerda por um arcabuz. “Não conseguimos verificar esta circunstância porque o nível de conservação do osso não permitiu, não conseguimos descobrir nenhum sintoma de patologia traumática”, disse o antropólogo. Apesar da boa conservação dos restos mortais para exames de DNA, a única descendência atual da família de Cervantes procede de seu irmão Rodrigo. “E depois de 12 gerações, o DNA que poderia ter em comum com Cervantes é mínimo”, já havia afirmado o historiador Fernando de Pardo. Os restos mortais daquele que é considerado o maior escritor espanhol da história foram localizados na cripta da igreja do Convento de “San Ildefonso de las Madres Trinitarias”, no conhecido bairro da Letras, centro de Madri. Nascido em 1547 em Alcalá de Henares, perto da capital espanhola, o autor de Dom Quixote de la Mancha viveu seus últimos anos neste bairro madrileno e faleceu em 22 de abril de 1616. Cervantes foi sepultado na igreja do convento um dia depois, 23 de abril, data que foi oficializada como a de sua morte, já que na época o dia do enterro era considerado a data do óbito.
A L&PM publica Dom Quixote de La Mancha em dois volumes pocket e também na Série Clássicos da Literatura em quadrinho.