Foi na sexta-feira antes do Carnaval, 8 de fevereiro de 2013, que o professor Domingos Paschoal Cegalla partiu. Faleceu aos 92 anos, no Rio de Janeiro, de pneumonia e falência renal. Catarinense nascido em um distrito de São João Batista, Domingos aprendeu grego, latim, italiano e francês durante os anos em que esteve em um seminário em Curitiba. Acabou desistindo de ser padre e foi cursar letras. Gostava de descobrir coisas novas, como costumava dizer e devorava livros no idioma de Sófocles. Aliás, foi pela tradução de Édipo Rei que, em 2001, ele ganhou o prêmio Jabuti de tradução. Do grego para o português, verteu também Antígona e Electra.
Além de professor e tradutor, Domingos Cegalla foi poeta, romancista e autor de dezenas de livros de português e gramática. Dele, a L&PM publica, em parceria com a Lexikon Editora Digital, o Dicionário de dificuldades da língua portuguesa.
Há cerca de um ano atrás, no início de fevereiro de 2012, falamos com Carlos Augusto Lacerda, sócio administrador da Lexikon, sobre a possibilidade de entrevistar o professor Cegalla a respeito deste dicionário, então recém chegado à coleção L&PM Pocket. Por email, Carlos Augusto respondeu que, apesar de lúcido aos 91 anos, o professor não usava email e, portanto, melhor seria se preparássemos uma lista de perguntas que o o próprio Carlos Augusto encaminharia a ele para serem devolvidas por escrito.
E foi o que fizemos.
Não muito tempo depois, chegaram até nós as páginas escaneadas que traziam uma caligrafia caprichada e levemente tremida. Manuscritos que, hoje, lamentando a morte do “mágico do livro didático atraente” como a revista Veja o chamou em 1983, compartilhamos aqui neste blog. (Para ler a entrevista com as perguntas e respostas clique aqui)
Domingos Paschoal Cegalla era casado com Dona Dalva. Teve quatro filhos e dois netos. A missa do sétimo dia será hoje (15/2), às 18h30, na Igreja Santa Mônica.