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Começa exumação do corpo de Jango

Nesta quarta-feira, 13 de novembro, o cemitério Jardim da Paz em São Borja, fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina, amanheceu em clima de filme policial. Por volta das 8h, teve início a operação de exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango. A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estão presentes no local, assim como familiares do ex-presidente. O jazigo foi isolado com uma estrutura de metal e panos negros para garantir a privacidade. Mas antes do início dos trabalhos, numa quebra do protocolo, a equipe de 12 peritos, liderada por Amaury de Souza Junior, posou para fotos.

Peritos posam para foto - Diego Vara / Agência RBS

Peritos posam para foto – Diego Vara / Agência RBS

Autor de Jango, a vida e a morte no exílio, Juremir Machado da Silva escreveu sobre a exumação na sua coluna de hoje, publicada no jornal Correio do Povo. Leia abaixo: 

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Começou, por volta das 8h desta quarta-feira, a operação de exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango, no cemitério Jardim da Paz, em São Borja. A ministra da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estão presentes no local, assim como familiares do ex-presidente.

Antes do início dos trabalhos, numa quebra do protocolo, a equipe de 12 peritos, liderada por Amaury de Souza Junior, posou para fotos ao lado do jazigo onde está o corpo e os jornalistas puderam entrar e registrar imagens.

Exumação de Jango começará no dia 13 de novembro

Jornal Zero Hora – 17/10/2013 – Por Guilherme Mazui

O corpo de João Goulart tem data para deixar o cemitério Jardim da Paz, em São Borja, onde repousa desde dezembro de 1976. No dia 13 de novembro, peritos exumam o ex-presidente, a primeira etapa de uma operação que tentará esclarecer se Jango foi vítima de problemas cardíacos ou se foi envenenado durante o exílio.

Ainda não há previsão para a divulgação dos resultados dos exames toxicológicos, que serão realizados no Exterior e que, diante dos quase 37 anos da morte, podem ser inconclusivos.

A data da exumação foi anunciada na quarta-feira, 16 de outubro, em Brasília, pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário. A definição saiu após quatro horas de reunião entre peritos da Polícia Federal, Argentina, Uruguai, Cuba e Comitê Internacional da Cruz Vermelha, além da família Goulart e representantes da própria SDH e da Comissão Nacional da Verdade. O grupo debateu a logística, laboratórios para as análises e a lista de substâncias que serão procuradas nos testes – a PF mapeou venenos usados pelas ditaduras do Cone Sul na década de 1970.

– Estamos em plenas condições de realizar o procedimento. João Goulart foi perseguido pela ditadura todos os dias do exílio. Mesmo que os testes não sejam conclusivos, a ditadura brasileira é responsável pelo sofrimento e morte de Jango – disse Rosário.

A exumação é o início da operação, discutida nos últimos meses. De São Borja, o corpo seguirá para os laboratórios da PF em Brasília, onde passará por exames antropológicos e de DNA, a fim de confirmar que a ossada é de Jango. Também serão colhidas as amostras para os testes toxicológicos. A decisão de realizar as análises no Exterior foi tomada pelos peritos para manter a imparcialidade da investigação. Os laboratórios e países não devem ser divulgados.

– O mais comum é que não sejam divulgados, para garantir que as informações não transitem, até para termos uma isenção e uma objetividade maior – justificou o perito Amaury de Souza Jr., coordenador da equipe da PF responsável pela exumação.

Realizadas as coletas, o corpo voltará para São Borja com honras de chefe de Estado. A data prevista é 6 de dezembro, quando a morte completará 37 anos. Neto de Jango e advogado do instituto que leva o nome do ex-presidente, Christopher Goulart ficou satisfeito com o desfecho da reunião:

– Meu avô foi perseguido e caluniado durante décadas. É importante reparar a sua imagem para as novas gerações de brasileiros.

No livro Jango – a vida e a morte no exílio, de Juremir Machado da Silva, o autor explica quando e como nasceu a hipóteses de que Jango foi assassinado.

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Exumação de Jango: peritos cubanos entram em cena a pedido da família

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Jornal Zero Hora – 18/09/2013

No primeiro encontro entre peritos brasileiros e estrangeiros que analisarão os restos mortais de João Goulart (1919-1976), a informação mais aguardada não chegou a ser estabelecida: a data em que o corpo do ex-presidente será exumado. O corpo de Jango será transportado do jazigo da família, em São Borja, para o Instituto Nacional de Criminalística (INC), da Polícia Federal, em Brasília, onde se pretende investigar as causas de sua morte.

Ao fim de uma reunião de cinco horas, realizada ontem, na sede do INC, autoridades, peritos e familiares chegaram ao consenso de que um relatório pericial ainda precisa ser feito e apresentado em outubro.

Segundo o diretor técnico-científico do instituto, Amaury Souza Jr., que vai liderar o processo pericial, o cronograma para a exumação está mantido, mas há diferenças a acomodar quanto aos critérios.

– Isso acontece até com um simples exame de sangue. O instituto de um país pode adotar um padrão diverso ao de outro. E, em um trabalho em equipe, é preciso estabelecer uma certa harmonia dos procedimentos. É um caso difícil. Não sabemos o que vamos encontrar – disse Souza Jr.

Ontem, peritos cubanos foram incorporados ao grupo técnico-científico, a pedido da família Goulart. As análises de Cuba ficarão sob a responsabilidade do reitor da Escola de Medicina de Havana, Jorge Pérez, presente ao encontro.

Todas as instâncias envolvidas no esclarecimento da morte do ex-presidente – Secretaria de Direitos Humanos, Comissão Nacional da Verdade, Ministério Público, Polícia Federal e Comitê Internacional da Cruz Vermelha – endossam o movimento feito pela família Goulart, anos atrás, no sentido de recorrer à ciência para tentar esclarecer as causas e as circunstâncias da morte de Jango. O gaúcho morreu em 6 de dezembro de 1976, em sua fazenda, na cidade argentina de Mercedes.

No atestado de óbito do ex-presidente, consta apenas que a morte ocorreu por enfermidade. Não houve pedido de autópsia à época. Desde o início dos anos 1980, pairam versões de que Jango morreu vítima de envenenamento, recurso utilizado pela Operação Condor.

– Vamos investigar tudo, com muita seriedade – garantiu ontem a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, na abertura dos trabalhos.

Quer saber mais sobre como surgiram as hipóteses de que Jango foi assassinado? Leia Jango – A vida e a morte no exílio, de Juremir Machado da Silva.

Exumação de Jango terá maquete em 3D

Jornal Zero Hora – 22/08/2013 – Por Carlos Rollsing – São Borja

Escalado para investigar a morte de um ícone da história política do Brasil, um time de cinco peritos analisou o jazigo do ex-presidente João Goulart, em São Borja. Para facilitar a retirada dos ossos e o traslado para Brasília – o que deverá ocorrer até o final do ano –, foram feitas medições e fotos de vários ângulos. A partir das imagens, um programa de computador construirá uma maquete em 3D da sepultura, elemento que contribuirá no planejamento da remoção.

Ortiz explicou que os restos mortais de Jango estão inseridos em uma gaveta de tijolo maciço, do lado direito do jazigo, sendo a segunda de cima para baixo. Sob o mesmo mármore negro, também repousam outros oito corpos, entre eles o do ex-governador Leonel Brizola. Amaury ficou satisfeito com o resultado do trabalho, concebido para desvendar se Jango realmente sofreu morte natural em dezembro de 1976, como constam nos registros oficiais, ou foi envenenado pelas ditaduras do Cone Sul no contexto da Operação Condor.

Uma reunião, em 17 de setembro, poderá apontar o dia da exumação. A PF adiantou que, na data, a sepultura será cercada por tapumes para impedir a exposição de imagens que possam consternar a família.

Durante a perícia, alguns são-borjenses reclamavam. Pediam que deixassem o ex-presidente em paz. Outros simplesmente observavam. Artur Dorneles, um senhor de mãos engraxadas, se aproximou da grade do cemitério e, por cerca de 10 minutos, recordou o passado.

Quando Jango estava exilado na Argentina, onde morreu, Dorneles era encarregado de levar-lhe dinheiro e documentos. Ele sustentou uma tese que já gerou um livro: Jango não teria sido morto pelas ditaduras, mas por empregados que o traíram por interesse no seu dinheiro. O homem, depois de falar e se emocionar por três vezes, saiu andando e foi embora. A vida e a morte do ex-líder trabalhista mexem com as emoções da cidade.

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No cemitério em São Borja, perito da Polícia Federal mede o jazigo de Jango para que seja feita maquete 3D

O livro Jango, a vida e a morte no exílio, de Juremir Machado da Silva, reconstitui os últimos anos do ex-presidente João Goulart e trata de como foram construídos o imaginário favorável ao golpe e as narrativas sobre o possível assassinato do presidente deposto em 1964.

Agende-se: Palestra sobre Jango com Juremir Machado da Silva e Christopher Goulart (neto de Jango) na Feira do Livro de Porto Alegre  em 14 de novembro às 17h.

Divulgadas as primeiras conclusões sobre a exumação de Pablo Neruda

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Nesta quinta-feira, 2 de maio, foram divulgados as primeiras conclusões a respeito dos exames que estãos sendo feitos nos restos mortais do poeta Pablo Neruda, que morreu em 11 de setembro de 1973.

A decisão de exumar Neruda foi tomada desde que um assessor do poeta passou a defender que ele recebeu uma injeção letal por ordem do ditador – e presidente do Chile na época – Augusto Pinochet.

Mas conforme fontes ligadas ao processo, os primeiros exames concluíram que o escritor sofria mesmo de um câncer de próstata avançado e metastático que, na época, foi divulgado como a causa do falecimento de Neruda.

A Coleção L&PM Pocket tem uma série inteira dedicada a Pablo Neruda.