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Com o novo filme de Woody Allen, foi dada a largada para o Festival de Cannes

“É muito complexo pra mim definir o que o amor significa, mesmo depois de ter dirigido tantos filmes românticos como este, porque o verbo ‘amar’ pode ser conjugado de formas bem diferentes, sobretudo se encarado sobre a perspectiva da família, da mãe ou do pai,  como também mostro neste longa. Talvez eu seja um romântico”. A declaração de Woody Allen foi dada em entrevista ao site Omelete no festival de Cannes – o mais recente filme de Allen, Café Society, abriu o festival.

Segundo o correspondente, ele estava “com uma expressão cansada e com dificuldades auditivas”. “É um milagre que eu tenha chegado aos 80 anos. Tento me manter em forma, comendo bem e me exercitando. Sei que a idade pesa, mas eu ainda me sinto jovial para seguir filmando. Meus pais foram até os cem anos. Talvez isso me garanta mais disposição” disse ainda o diretor.

Café Society traz Jesse Eisenberg no papel principal. Íntimo do estilo alleniano desde que rodou Para Roma, Com Amor (2012), Eisenberg encarna o personagem Bobby na linha da neurose, como é hábito dos personagens masculinos centrais de Woody, mas subverte os tiques nervosos do protagonista conforme o filme avança. Seu dilema afetivo é maior do que suas excentricidades e inseguranças: ele caiu de amores pela morena Vonnie (Kristen Stewart), mas esta tem um caso com o tio dele, o todo-poderoso agente de estrelas hollywoodianas Phil, vivido por Steve Carell num posto outrora ofertado a Bruce Willis.

“Esta é apenas a história de um sujeito adorável, a quem todo mundo se afeiçoa, mas que enfrenta momentos difíceis, apesar disso, como ocorre com todos nós. Jesse é um ator incrível que também tem a condição de ser adorável. Não quis fazer dessa atuação dele um espelho de meu ‘eu lírico’ como autor, por isso deixei ele improvisar os diálogos”, disse o diretor, atualmente envolvido numa série para a Amazon TV.

Em sua estrutura dramática agridoce, na qual a melancolia sobrepuja o riso, sem prejudicar a leveza, Café Society subverte traços habituais do olhar autoral de Allen, rompendo a linha de fragilidade habitual de seus casais. Aqui, o progresso profissional de Bobby em Hollywood, nos anos 1930, e depois na alta roda de Nova York tem um peso tão grande quanto seus sentimentos. Estamos diante de uma jornada que ultrapassa seu querer por Vonnie, embora esta nunca saia de sua mente. Ela também ganha contornos mais sólidos – e até feministas – do que o padrão das mocinhas do diretor.

“Nos anos 1930, a América produzia um cinema dominado por estúdios, numa estrutura muito competitiva, onde cão comia cão, implacavelmente. Leia os romances de Scott Fitzgerald e você encontrará esse ambiente, que, apessr de tento, gerou filmes seminais, mais possantes que os de hoje”, diz Allen, que faz a narração de Café Society“Eu concebi a trama com uma estrutura literária de romance, no qual distintos personagens têm sua própria história e seu próprio destino, em paralelo à trajetória de Bobby. Como autor, isso me deu a tentação de eu mesmo narrar. Era pegar o roteiro e ler. Simples”.

Rouba a cena o irmão bandido de Bobby, o gângster de bom coração Ben, vivido por Corey Stoll. Embora garanta ao longa certo alívio cômico, ele introduz um toque de violência e sangue ao universo quase sempre lúdico de Allen.

“Faço meus filmes confiando no que os fotógrafos podem fazer. Trabalhei com grandes diretores de fotografia e Vittorio Storaro é um dos grandes, submetido aqui ao desafio que também encarei de filmar em tecnologia digital e não em película. O processo é distinto, mas a lógica estética é a mesma: buscar a luz adequada ao sentimento de mundo que busco imprimir”, diz Allen, que polemizou na coletiva de imprensa ao explicar a razão pela qual se recusa a concorrer em Cannes (ou em qualquer outro festival) apesar do prestígio de que desfruta. “Você já imaginou alguém escolher entre Rembrandt, Matisse e Picasso quem é o melhor pintor? Com cinema, é o mesmo… pra mim. O melhor filme para uns é péssimo pra outros. Competição é para o esporte, não para a arte”.

Com a projeção de Café Society foi dada a largada para a seleção oficial de Cannes, com 21 longas em concurso.

Woddy Allen e parte do elenco de Café Society na abertura do Festival de Cinema de Cannes que aconteceu na quarta-feira, 11 de maio

Woddy Allen e parte do elenco de Café Society na abertura do Festival de Cinema de Cannes que aconteceu na quarta-feira, 11 de maio

Além de dirigir e roteirizar, Woody Allen também escreve livros. Alguns deles, estão na L&PM.

Café Society, o novo filme de Woody Allen, abrirá o Festival de Cannes

Falta uma semana pra a abertura oficial da 69ª edição do Festival de Cinema de Cannes. E o filme escolhido para abrir o mais famoso festival europeu de cinema no dia 11 de maio é Café Society, nova produção de Woody Allen.

Nós achamos lindo o poster de "Café Society", novo filme escrito e dirigido por Woody Allen

Nós achamos lindo o poster de “Café Society”, novo filme escrito e dirigido por Woody Allen

Kristen Stewart (a eterna Bella Swan) e Jesse Eisenberg (o eterno Mark Zuckerberg) estão nos papéis principais. Café Society mais uma vez leva os fãs de Allen a viajarem no tempo, dessa vez até a Hollywood dos anos 1930. O personagem de Jesse tenta se inserir na indústria do cinema e acaba mergulhado na efervescência boêmia e cultural do Café Society. Kristen e Eisenberg já haviam dividido os sets em 2009, na comédia “Férias frustradas de verão”, dirigida por Gret Mottola (“Superbad: É hoje”). Também não é a primeira vez em que Eisenberg trabalha com Woody Allen, já que ele participou de “Para Roma, com amor” (2012). Ainda no elenco estão Steve Carell, Blake Lively e Parker Posey.

O trailer legendado em português ainda não está disponível, mas já dá pra sentir o clima da trama assistindo ao trailer em inglês (aqui legendado em francês).

A L&PM publica livros de Woody Allen.

“O grande Gatsby” vai abrir o Festival de Cannes 2013

É oficial: o filme “O grande Gatsby”, do diretor Baz Luhrmann, baseado na obra homônima de F. Scott Fitzgerald, é o escolhido para a abrir o Festival de Cannes 2013. Ele será exibido fora da mostra competitiva, no dia 15 de maio, no Teatro Lumière.

gatsby

O longa tem no elenco Leonardo Di Caprio no papel do magnata Jay Gatsby e Carey Mulligan como Daisy. Outros nomes compõem o time de estrelas, como Tobey Maguire, Joel Edgerton, Amitabh Bachchan e o rapper americano Jay-Z.

Assista ao trailer:

Revista especial sobre o filme “Na Estrada” chegou ao Brasil

Já falamos algumas vezes aqui no blog sobre a bela edição que a Revista francesa Trois Couleurs fez do filme “Na Estrada / On the Road” (baseado no livro de Kerouac) que foi lançada durante o festival de Cannes. Pois eis que encontramos a versão brasileira em uma banca do Rio de Janeiro! E pela bagatela de 10 reais. Não conseguimos descobrir se ela já chegou a outros estados do Brasil, mas se você conseguir encontrá-la, não deixe de levar para casa. A edição é um luxo só e por aqui a ela foi feita pela revista seLecT em parceria com a Trois. São 196 páginas com artigos, entrevistas e imagens exclusivas sobre o set de filmagens do longa metragem de Walter Salles, incluindo páginas do roteiro, croquis e muito mais. Imperdível!

Se você encontrar essa revista nas bancas, não deixe de comprar!

Têm entrevistas exclusivas com todos os atores principais do filme "Na Estrada", de Walter Salles

Muitas e muitas páginas sobre Jack Kerouac e sua obra

Tudo o que você queria saber sobre o filme e não tinha para quem perguntar...

Na trilha (sonora) de “On the road”

On the Road é um livro sonoro. Do motor do carro no qual Sal Paradise e Dean Moriarty empreenderam sua jornada aos inferninhos em que ambos “viajaram” entre metais e bongôs, Jack Kerouac faz as palavras dançarem pelos pensamentos. Sua obra, que agora virou filme e concorre a Palma de Ouro em Cannes pelas mãos de Walter Salles, embalou, embala e continuará embalando os sonhos de liberdade de quem sabe que há um mundo lá fora, além da fronteira.

O filme, que estreia em junho no Brasil, já tem trilha sonora lançada em CD na França. O responsável por ela é Gustavo Santaolalla, músico argentino que já trabalhou com Walter Salles em Diários de Motocicleta e também assina músicas dos filmes Brokeback Mountain, Babel e 21 Gramas. Na lista de canções de On the Road (Na Estrada) estão composições próprias de Santaolalla e também Ella Fitzgerald, Coati Mundi, Son House e, claro, Slim Gaillard. “Ela chora e tem chiliques, não quer me deixar sair para ver Slim Gaillard, fica furiosa cada vez que me atraso e então, quando resolvo ficar em casa, ela simplesmente não fala comigo, diz que sou um idiota completo” diz Dean a Sal, citando Slim Gaillard e se referindo a Camille em uma das páginas do livro de Kerouac.

Dodô Azevedo, editor de conteúdo do site de Na Estrada está em Cannes e de lá postou no Facebook oficial do filme uma foto do CD e imagens da gravação da trilha que aconteceu em Los Angeles. No estúdio, Santaolalla recebeu as lendas do Jazz Charles Haden e Brian Blade. O diretor Walter Salles também estava lá, acompanhando as gravações e com cara de quem estava feliz com o resultado.

Gustavo Santaolalla dirige a gravação da trilha sob o olhar feliz de Walter Salles

Charlie Haden em plena gravação

Brian Blade na bateria

Se você não puder ir até a França buscar o resultado de tudo isso, o pessoal de Na Estrada avisa que será sorteado um CD assinado por Walter Salles entre os que curtem a página do Facebook e os que seguem @naestradafilme no twitter. Dá uma olhada na soundtrack list que inclui ainda uma leitura de Kerouac:

1. Sweet Sixteen – Greg Kramer
2. Roman Candles
3. Yep Roc Heresy – Coati Mundi
4. Reminiscence
5. Lovin’ It
6. The Open Road
7. Memories / Up to Speed
8. I’ve Got the World on a String – Ella Fitzgerald
9. That’s It
10. Keep it Rollin’
11. Hit That Jive Jack – Slim Gaillard
12. God Is Pooh Bear
13. Death Letter Blues – Son House
14. I Think of Dean
15. Jack Kerouac Reads ‘On the Road’ – Jack Kerouac

O press kit de “On the road” em Cannes

Quem entra no site oficial do Festival de Cannes 2012, que começa no dia 16 de maio, encontra um press kit de divulgação do filme “On the road/Na estrada”. São 66 páginas com a ficha completa dos atores, uma entrevista com o diretor Walter Salles, fotos e imagens do filme, informações sobre a adaptação do livro para a telona e várias curiosidades sobre a viagem que a equipe encarou para refazer a saga de Dean Moriarty, Sal Paradise e a encantadora Marylou. O filme será exibido pela primeira vez durante o Festival no dia 23 de maio e está concorrendo a Palma de Ouro (estamos torcendo por ele!).

No site de Cannes, o press kit é um pdf, mas nós montamos um flip para facilitar a leitura (clique sobre a imagem):

E em breve, chegará às livrarias uma nova edição do livro On the road, desta vez em formato convencional e com a imagem do poster do filme na capa.

“Na estrada” em Paris

Já começamos a contagem regressiva para a estreia de “On the road”, marcada para o dia 23 de maio em Paris, durante o Festival de Cannes. E as ruas da capital francesa já estão preparadas para receber um dos filmes mais esperados do ano. Dodô Azevedo, editor de conteúdo do site brasileiro de “Na estrada”, já está por lá e registrou a decoração especial na avenida Champs-Élysées.

Em breve, chegará às livrarias uma nova edição do livro On the road, desta vez em formato convencional e com a imagem do poster do filme na capa.

“On the road” ganha exposição em Paris

O Museu de Letras e Manuscritos de Paris vai receber uma exposição que comemora os 60 anos de “On the road” e a estreia do filme de Walter Salles no Festival de Cannes. “Sur la route de Jack Kerouac. L’épopée, de l’écrit à l’écran” vai exibir o manuscrito original (conhecido como “scroll”), a máquina de escrever Underwood usada no filme, croquis e objetos de cena, fotos, anotações e diversas “relíquias” da filmagem. A exposição abre no dia 16 de maio e vai até 19 de agosto.

Se você não conhece a história de On the road, dá tempo de ler até a estreia do filme, marcada para o dia 23 de maio no Festival de Cannes.

Coppola fala sobre o filme “On the road”

Coppola é co-produtor de "On the road"

A revista francesa Trois Couleus publicou em sua página oficial um depoimento do co-produtor de On the road, Francis Ford Coppola, sobre como foi levar a novela mais famosa de Jack Kerouac ao cinema. Para quem não sabe, a história é antiga e começou há mais ou menos 30 anos, quando Coppola comprou os direitos para fazer o filme. Mas o projeto ficou abandonado até que o brasileiro Walter Salles topou e empreitada.

Adapter “Sur la route” au cinéma fut pour moi un vrai casse-tête, du fait de son intrigue insensée, tout en allers-retours. J’y ai renoncé. Jerry Garcia de Grateful Dead, qui a fréquenté Neal Cassady, m’a dit un jour que Woody Harrelson lorsqu’il avait 22 ans aurait été parfait pour le rôle. Mais Garrett Hedlund possède la même folie frénétique. Je trouve Sam Riley convaincant : il n’est pas Américain, et alors ? Ces acteurs ont l’air trop jeunes ? Mais les Beats étaient jeunes à l’époque des faits ! Des gens se plaignent que le film ait été tourné au Canada, mais les films sont une illusion, l’Amérique des années 1940 n’est plus.

Pra quem não está com o francês em dia, aí vai uma tradução livre pra ajudar:

Adaptar “On the road” para o cinema foi para mim uma verdadeira dor de cabeça, por causa do enredo louco, cheio de idas e vindas. Eu desisti. Jerry Garcia do Grateful Dead, que conviveu com Neal Cassady, me disse um dia que Woody Harrelson, quando tinha 22 anos, seria perfeito para o papel. Mas Garrett Hedlund tem a mesma loucura frenética. Acho Sam Riley convincente: ele não é americano, mas e daí? Os atores parecem muito jovens? Mas os Beats eram jovens naquela época! As pessoas reclamam que o filme foi rodado no Canadá, mas os filmes são uma ilusão, a América dos anos 1940 não existe mais.

O filme On the road tem estreia prevista para o dia 23 de maio no Festival de Cannes e 15 de junho no Brasil. Se você não leu o livro, ainda dá tempo! E logo estaremos colocando nas livrarias uma edição em formato convencional com a imagem do poster do filme.

Os cartazes mais esperados de “On the road”

A espera pela estreia do filme “On the road”, que por aqui terá o título de “Na estrada”, tem ficado cada vez mais emocionante. Depois do cartaz oficial e do trailer divulgados em março, a produtora francesa mk2 compartilhou até agora OITO cartazes extras na página oficial do filme no Facebook. A cada cartaz publicado, aumenta a vontade de conferir o resultado do trabalho de Walter Salles na adaptação da história mais famosa de Jack Kerouac para o cinema.

Pra quem não viu lá no Facebook, aí vão os últimos quatro cartazes (os cinco primeiros a gente publicou aqui e aqui).

Kristen Stewart como Marylou

O bonitão Garret Hedlund como Dean Moriarty (aka Neal Cassady)

Sam Riley como Sal Paradise (aka Jack Kerouac)

Kirsten Dunst é Camille (aka Carolyn Cassady)

Ah, e tem mais uma novidade! Saiu hoje a lista de filmes selecionados para concorrer à Palma de Ouro em Cannes e lá está o “On the road” de Walter Salles. O cartaz oficial do filme já ganhou até o charmoso selo que diz “Official Selection – Festival de Cannes”, ali no canto esquerdo: