A Fundação Andy Warhol para as Artes Visuais, criada em 1987, logo após a morte do artista, anunciou nesta quarta-feira que vai se desfazer de toda a sua coleção: parte do acervo será doado a museus e galerias e outra parte será leiloada pela Christie’s. O primeiro leilão será realizado no dia 12 de novembro e haverá também leilões online e “private sales”. O acervo da fundação é composto por pinturas, gravuras, fotografias e desenhos, alguns deles totalmente inéditos para o grande público.
Os fãs já podem começar a comemorar, pois uma parte significativa e até então inédita da obra de Andy Warhol finalmente vai vir a público. Mas por outro lado, a notícia divulgada nesta quarta-feira deixou os colecionadores de cabelo em pé, preocupados com uma provável queda no valor de mercado de suas obras, já que agora haverá muito mais peças à venda.
Pode parecer ingênuo da minha parte, mas esta situação me surpreende. Apesar de conhecer a logística dos leilões da Christie’s, uma das mais famosas e respeitadas casas de leilões de obras de arte do mundo, é preciso dizer que Andy Warhol não é Picasso. Ao contrário das obras do pintor espanhol, que são únicas e batem recordes de arrecadação em leilões pelo mundo, a reprodutibilidade é característica fundadora da pop art de Andy Warhol. E é justamente estas várias “cópias” que as tornam tão valiosas para a história da arte do século 20. (Nanni Rios)
A L&PM publica os Diários de Andy Warhol em 2 volumes e a biografia do pai da pop art na Coleção L&PM Pocket e mais o livro de fotos América.