Reconhecido como um dos maiores nomes dos quadrinhos franceses, o cartunista Georges Wolinski, de 80 anos, foi assassinado na manhã desta quarta-feira, 7 de janeiro, no atentado terrorista em Paris.
Junto com ele, no ataque à redação da revista satírica Charlie Hebdo, também foram mortos outros cartunistas franceses: Charb, Cabu e Tignous.
Em 1987, a L&PM Editores publicou Wolinski – 25 anos de desenhos muito conhecidos, pouco conhecidos e desconhecidos. E em 1991, duas HQs de Paulette, a voluptosa personagem criada por ele em parceria com G. Pichard.
O erotismo, aliás, era uma das marcas registradas de Wolinski. O chargista chegou a ser acusado de erotômano ou misógino, mas se defendia dizendo que foi um dos primeiros a desenhar a “mulher liberada, aquela que corre atrás do seu desejo e o manifesta para o homem”, como declarou ao “Estado de São Paulo” em 2007. E, além de tudo, explicava seus desenhos por outro motivo: gostava das mulheres e amava desenhá-las.
Vale dizer que Wolinski era um entusiasta do quadrinho brasileiro e o personagem Rango, de Edgar Vasques, primeiro livro publicado pela L&PM, mereceu, em 1975, uma grande matéria na revista Charlie Hebdo. Wolinski esteve ligado ao Pasquim e cartunistas brasileiros como Henfil, Ziraldo e Adão Iturrusgarai foram influenciado por ele.
“Minha influência é 99% Wolinski. Estou tão paralisado que nem sei mais o que dizer”, declarou Adão à Agência O Globo.