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Pedalando com todas as letras

“Quando eu vejo um adulto em uma bicicleta, eu sinto esperança na raça humana.” A frase é do escritor inglês H. G. Wells, célebre autor de livros de ficção científica e um dos maiores entusiastas das “magrelas”, “bikes”, “bicis” ou seja lá como você prefere chamar a sua bicicleta. Wells, por exemplo, se referia à sua como “picshua” e costumava pedalar com a esposa e participar de passeios em grupo.

H. G. Wells entre um amigo e sua esposa

H. G. Wells entre um amigo e sua esposa

Wells não foi o único amante das bicicletas. Veja outros famosos sobre duas (ou três) rodas:

Leon Tolstói em 1895

Leon Tolstói em 1895

Sir Arthur Conan Doyle e a esposa em 1892.

Sir Arthur Conan Doyle e a esposa em 1892

Tennessee Wiiliams, autor de "Um bonde chamado desejo", anda de bicicleta em 1970.

Tennessee Wiliams, autor de “Um bonde chamado desejo”, anda de bicicleta em 1970

Albert Einstein parece bem feliz

Albert Einstein parece bem feliz

O grande Júlio Cortázar fazendo pose na sua bicicleta

O grande Júlio Cortázar fazendo pose na sua bicicleta

Ser vegetariano, eis a questão

1º de outubro é Dia Mundial do Vegetarianismo. Entre os adeptos da salada nossa de cada dia, estão escritores e pensadores como Platão, Leonardo da Vinci, Leon Tolstói, Franz Kafka, Mary Shelley, Charlote Brontë, Isaac Bashevis Singer, Thoreau, H. G. Wells e Mark Twain. Einstein também foi vegetariano a partir de certa idade. E há quem defenda que Shakespeare, em alguns de seus sonetos, deu indícios de que não comia carne.

Tolstói chegou a escrever que “a mudança para o vegetarianismo seria a primeira consequência natural para a iluminação.” 

Tolstói, um dos vegetarianos mais militantes da literatura

Tolstói, um dos vegetarianos mais militantes da literatura

 

E por falar em marcianos…

Há poucos dias, um novo robô da Nasa aterrisou em Marte em busca de sinais de vida. E falar em marcianos nos faz lembrar de uma célebre história que aconteceu no dia das bruxas de 1938 quando  Orson Welles, então locutor da rádio CBS, transmitiu uma dramatização de A Guerra dos Mundos, livro de ficção em que o escritor H. G. Wells relata uma invasão marciana na Terra. Como Orson Welles saiu lendo o livro sem avisar do que se tratava, as pessoas acreditaram que os marcianos estavam mesmo chegando e sairam pelas ruas desesperadas. A Guerra dos Mundos é a obra mais famosa de H. G. Wells, autor também de Uma breve história do mundo, escrito em 1922 e publicado pela primeira vez no Brasil no final de 2010 pela Coleção L&PM Pocket.

Chamado de “escritor profeta”, H.G. Wells antecipou em sua literatura diversos temas que só ganharam atenção das pessoas muito tempo depois. No final do século 19 e início do século 20 ele já escrevia sobre guerra nuclear, televisão e internet.

Felizmente, a invasão marciana não está entre suas profecias. Ou pelo menos assim esperamos. 🙂

O escritor H.G. Wells aqui ao lado de Orson Welles

H.G. Wells morreu em 13 d agosto de 1946 em Londres.

Dos livros para a capa da Time Magazine

Ser capa da Time, célebre revista semanal norte-americana que circula desde 03 de março de 1923, não é pra qualquer um, muito menos pra qualquer escritor. O primeiro destaque literário da Time foi Joseph Conrad, capa da edição número 6 que chegou às bancas em abril de 1923. Até o final dos anos 1930, 37 capas foram dedicadas a autores, entre eles H.G. Wells, James Joyce (duas vezes, em 1934 e 1939), Virginia Woolf e William Faulkner. Nas décadas de 40 e 50, esse número caiu para 17, com Eugene O´Neill e T.S. Eliot entre os destaques. Daí pra frente, os escritores foram minguando pelas capas da Time. E agora só lá muito de vez em quando um best-seller aparece para lembrar que escritor também é celebridade.

Joseph Conrad na capa da Time número 6

H. G. Wells, autor de "Uma breve história do mundo", na capa de 20 de setembro de 1926

Uma semana depois de Wells, em 27 de setembro de 1926, foi a vez de Rudyard Kipling, autor de "O livro da Selva" que deu origem ao personagem Mogli

James Joyce na capa com borda vermelha em janeiro de 1934. O autor de "Ulisses" e "Os dublinenses" voltaria à capa em maio de 1939

Virginia Woolf na capa de 12 de abril de 1937

William Faulkner, que receberia o Prêmio Nobel em 1949, ganhou a capa colorida dez anos antes, em 1939

Quadrinhos também tem vez na Time: Peanuts foi capa em abril de 1965

O que eles pensam antes de sair pra balada?

Só uma inquietação profunda e existencial como esta para inspirar a criação de um site colaborativo dedicado a reunir fotos de grandes escritores com cara de “Tô gato?“, simulando aquele momento derradeiro de cumplicidade com o espelho antes de sair de casa para arrasar numa balada.

A legenda das fotos é inspirada nas orelhas dos livros dos próprios escritores, entre eles H. G. Wells, Franz Kafka, Mark Twain, Julio Verne, Charles Dickens, Jack Kerouac, Hunter Thompson, Charles Bukowski, Jane Austen e Virginia Woolf.

H.G. Wells: "E eu, tô gato? Tô mostrando a verdade através do fantástico, fazendo uma reflexão sobre os valores de nossa sociedade e sobre o mundo que construímos hoje?"

Mark Twain: "Tô gato? Haha… Tô sendo o maior humorista da literatura americana, satirizando acidentalmente a sociedade do meu país, pondo a nu as hipocrisias e a retórica oficial?"

William S. Burroughs: "Tô gato? Tô mesclando o realismo exasperado a experiências estilísticas, apresentando imagens e situações a princípio enigmáticas, mas que aos poucos se tornam familiares?"

Jack Kerouac

Jack Kerouac: "Fala sério: tô gato? Tô fundindo ação, emoção, sonho, reflexão e ambiente numa nova literatura que procura captar a sonoridade das ruas, das planícies e das estradas americanas?"

Virgina Woolf: "Tô gata? Tô sendo uma escritora modernista por excelência, reinventando a narrativa de forma a quase sempre fugir da descrição de uma ação linear?"

Se quiser descobrir o que pensam vários outros autores antes de sair para a balada, dê uma olhada no site “Tô gato?”. Divirta-se!

H. G. Wells, um escritor (e um homem) à frente do seu tempo

O ficcionista e novelista H. G. Wells, autor de Uma breve história do mundo, lançado em 1922 e publicado pela primeira vez no Brasil pela L&PM, antecipou em sua literatura diversos temas que só ganharam atenção das pessoas muito tempo depois.

E não foi só nos seus livros que ele mostrou estar na frente. Na primeira década do século 20, bem antes da revolução sexual ocorrida no mundo nos anos 60, Wells já chocava a opinião pública com suas convicções sobre amor livre e casamentos abertos. Em Ann Veronica, publicado em 1909, ele retrata sua visão sobre temas como a sexualidade feminina, a quebra de convenções sociais relacionadas à mulher e até o direito ao voto.

Talvez por isso, alguns críticos e estudiosos de sua vida e obra o consideram um escritor profeta, pois no final do século 19 e início do século 20 ele já escrevia sobre guerra nuclear, televisão e internet.

H. G. Wells tinha apenas 29 anos quando escreveu A Guerra dos Mundos (1898), imortalizada na adaptação de Orson Welles para o rádio em 1938. O escritor, nascido em 21 de setembro de 1866, morreu em 13 de agosto de 1946 em Londres.

Orson Welles e H. G. Wells

Orson Welles e H. G. Wells