Bolos e livros podem combinar mais do que a gente imagina. É o que mostram as fotos abaixo:
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O Natal de Agatha Christie
O Natal está quase batendo às nossas portas. E já entrando no clima, publicamos aqui o prefácio de A aventura do pudim de Natal, um dos títulos da Série Agatha Christie. No texto, a Rainha do Crime fala um pouco do livro e relembra os natais de sua infância. Vale a leitura (do livro inteiro, aliás):
Este livro de delícias natalinas pode ser descrito como “A escolha do chef”. E eu sou o chef! Há dois pratos principais, “A aventura do pudim de Natal” e “O mistério da arca espanhola”, uma seleção de entradas, “A extravagância de Greenshaw”, “O sonho” e “Poirot sempre espera”, e uma sobremesa, “Vinte e quatro melros”.
“O mistério da arca espanhola” é uma especialidade de Hercule Poirot. É um caso no qual ele considera ter dado o melhor de si! Miss Marple, por sua vez, sempre orgulhosa de sua perspicácia em “A extravagância de Greenshaw”.
“A aventura do pudim de Natal” é uma extravagância minha, já que ele me lembra, de modo muito prazeroso, os natais da minha juventude. Após o falecimento de meu pai, minha mãe e eu sempre passamos o Natal com a família de meu cunhado no Norte da Inglaterra – e que natais fascinantes eram aqueles para uma criança! Abney Hall tinha de tudo! O jardim exibia uma cachoeira, um riacho e um túnel por baixo do caminho de entrada!
As refeições tinham proporções gigantescas. Apesar de magrela e com a aparência delicada, eu era muito sadia e tinha uma fome de leão! Os meninos e eu costumávamos competir para saber quem comia mais na ceia de Natal. Não festejávamos muito a sopa de ostras e o peixe, mas então vinham o peru assado, o peru cozido e um enorme rosbife. Comíamos duas porções de cada! Depois havia o pudim de ameixa, as tortas de frutas, os pavês e todo tipo de sobremesa. Nunca ficávamos enjoados! Como era bom ter onze anos de idade e ser faminta!
Era um dia mágico, desde as meias penduradas na cama pela manhã, a igreja e as canções de Natal, a ceia, os presentes até, finalmente, o acender da árvore de Natal! Tenho profunda gratidão pelos gentis e hospitaleiros anfitriões que devem ter tido muito trabalho para fazer dos dias de Natal uma memória maravilhosa em minha velhice.
Portanto, dedico este livro à memória de Abney Hall – a sua gentileza e hospitalidade.
E feliz Natal para todos que lerem este livro.
Agatha Christie
Hercules Poirot em cena
Muitas foram as histórias de Agatha Christie adaptadas para o teatro e várias escritas por ela já como dramaturgia. Tragédia em três atos, apesar do nome, não é peça, mas romance. A história começa quando um ator famoso, Sir Charles Cartwright, oferece um jantar para amigos e um deles morre durante a recepção. Tudo indica que foi um acidente, mas como entre os presentes está Hercules Poirot, tudo pode ser diferente do que se espera.
Poirot foi interpretado muitas vezes nos palcos, mas, de acordo com a autobiografia de Agatha Christie, parece que era difícil agradar a Rainha do Crime na escolha do ator. “Sempre me pareceu estranho que, seja quem for que faça o papel de Poirot, nunca tenha as medidas certas… Charles Laughton tinha peso demais e Francis Sullivan era grande, forte e com mais de um metro e oitenta de altura” escreveu.