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“Caninos Brancos”, de Jack London, ganha nova adaptação em animação

Caninos Brancos não é exatamente um livro para crianças. Mas a história de um cão selvagem que, depois de uma briga em sua matilha, acaba indo viver entre humanos (passando por um conflito entre ser feroz e ser domesticado e descobrindo o melhor e o pior dos homens) é um argumento que, com certeza, tem um apelo entre os jovens leitores. E espectadores. Tanto que já foram feitas algumas adaptações da história de Jack London para o cinema. A mais recente, uma animação produzida pela França, Luxemburgo e EUA do diretor Alexandre Espigares e que foi exibida no Festival de Sundance em janeiro deste ano. Já se sabe que poderemos assistir ao filme pelo Netflix, mas a data ainda não foi divulgada.

Assista ao trailer:

A Coleção L&PM Pocket publica Caninos Brancos e outros livros de Jack London.

O dia do marinheiro na literatura

13 de dezembro é, desde 1925, o Dia do Marinheiro no Brasil. A data foi escolhida por marcar o nascimento do Almirante Joaquim Marques Lisboa, o Marquês de Tamandaré, Patrono da Marinha no Brasil. Em homenagem aos homens do mar, aqui vão alguns trechos de livros que falam de marinheiros, comandantes e capitães – reais ou ficcionais – que enfrentaram tempestades, correntezas, marés e calmarias para viver aventuras que os colocaram na “crista da onda” da história e da literatura.

E o que poderia Billy saber sobre o homem, a não ser sobre o homem como um mero marinheiro? E o marinheiro à moda antiga, o verdadeiro lobo-do-mar, o marujo que navega desde a infância, embora seja da mesma espécie do homem da terra, em alguns aspectos é singularmente distinto dele. O marinheiro é a franqueza, o homem da terra é a esperteza. A vida para o marinheiro não é um jogo que exija astúcia; não é um complicado jogo de xadrez em que poucos movimentos são francos e cujos fins são obtidos indiretamente (…)BILLY BUDD, MARINHEIRO, Herman Melville

Três janelas altas davam para o porto. Nelas não se via nada além do cintilante mar azul-escuro e de um luminoso azul pálido no céu. Meus olhos captaram, na profundidade e nas distâncias das tonalidades azuis, o ponto branco de algum grande navio recém-chegado prestes a fundear no ancoradouro. Um navio de casa – depois de uns noventa dias no mar. Existe algo de comovente em um navio que chega do mar e fecha as asas em repouso. A LINHA DE SOMBRA, Joseph Conrad

Ele obedeceu com rapidez, e me vi sozinho no convés do Ghost. Do modo mais silencioso possível, recolhi as velas de joanete, baixei a giba e a vela de estai, puxei a bujarrona para trás e retesei a vela mestra. Então desci para encontrar Maud. Pus um dedo sobre seus lábios pedindo silêncio, e entrei no quarto de Wolf Larsen. Ele estava na mesma posição em que eu o havia deixado, e sua cabeça se balançava – quase em convulsão – de um lado para outro. O LOBO DO MAR, Jack London

O cheiro de alcatrão e sal era novo para mim. Eu via as figuras de proa mais maravilhosas, que tinham estado em oceanos muito distantes. E via, além disso, muitos marinheiros velhos, com argolas nas orelhas e barbas que se enrolavam em cachos, e tranças alcatradas, e sua maneira desajeitada e balouçante de caminhar, como se ainda estivessem no mar. Ora, se eu tivesse visto o mesmo número de reis ou arcebispos, não teria ficado mais encantado! A ILHA DO TESOURO, Robert Louis Stevenson

“No decorrer da nossa expedição, desembarcamos em inúmeras ilhas e nelas vendemos ou trocamos mercadorias. Um dia em que estávamos navegando, o mar calmo nos colocou frente a frente com uma pequena ilha, tão verde como uma campina, quase no nível da água. O capitão fez baixar as velas e permitiu que desembarcassem aqueles que quisessem. Eu estava entre os que desceram. Nos divertíamos bebendo e comendo e descansávamos das fadigas do mar, quando, de repente, a ilha tremeu, sacudindo-nos rudemente…” AS AVENTURAS DE SIMBAD O MARUJO, Histórias das 1001 Noites

Foi como uma miragem bailando sobre as águas salgadas. Após uma sequência infindável de dias iguais, o horizonte já não era uma linha longínqua e vazia. No último ponto que os olhos podiam vislumbrar, surgiam, agora, estranhas silhuetas. Pareciam montanhas flutuantes singrando o oceano. Os homens acotovelavam-se à beira mar, com os olhos postos de encontro ao céu matinal para vislumbrar a mais espantosa novidade de suas vidas. Que tipo de canoas seriam aquelas, que pareciam ter asas tão brancas e tão amplas e que avançavam junto com o sol? BRASIL: TERRA À VISTA!, Eduardo Bueno

Capa_mar_irmao_LPM.inddNo convés superior, grupos de quietos marinheiros mantinham-se ao lado de seus botes, um conjunto grotesco em salva-vidas, macacões, quepes de cozinheiro, aventais, quepes de lubrificador, quepes de proa, calças cáqui e dezenas de outras combinações variadas de vestimentas. Bill correu até seu próprio bote salva-vidas e parou ao lado de um grupo. Ninguém falava. O vento uivava na chaminé fumacenta, vibrava ao longo do convés, agitando a roupa dos marinheiros e corria por sobre a popa e ao longo do rastro verde e brilhante do navio. O oceano suspirava uma quietude suavizadora e sonolenta, um som que trespassava todos os cantos (…) O MAR É MEU IRMÃO & Outros escritos, Jack Kerouac

Uma visita a Jack London no centenário de sua morte

Por Paula Taitelbaum*

O escritor Jack London morreu em 22 de novembro de 1916. Há exatos cem anos. E para mim, que em maio deste ano, visitei seu rancho e pude ver de perto o exato lugar onde ele morreu e o túmulo em que está enterrado, esta efeméride adquiriu um significado ao mesmo tempo especial e estranho. Parece que só agora, hoje, eu me dei conta de que eu estive mesmo lá, no lugar em que London escreveu, amou, recebeu seus amigos, sonhou com uma fazenda auto-sustentável, ergueu uma casa gigantesca — a Wolf House — e viu, com o coração aos frangalhos, essa mesma casa ser consumida pelo fogo antes mesmo dele morar nela.

Um século depois de ter partido, Jack ainda está muito vivo neste lugar, que foi comprado por ele e sua companheira Charmian em 1905. Ambos parecem que ainda passeiam por lá (acho que com certeza fazem isso), pois além do que sobrou da Wolf House, a outra casa, menor, em que o casal viveu por muitos anos, ainda permanece igualzinha a quando era habitada por eles. Há também uma outra construção, erguida por Charmian após a morte de Jack que virou o museu e a lojinha. Nesta casa, de pedra, estão muitas das lembranças da viagem que os dois fizeram a bordo do Snark.

O Jack London Ranch é, na verdade, o Jack London State Historic Park, um parque que não recebe muito dinheiro do estado e que por isso precisa da ajuda da comunidade para seguir aberto. A maioria das pessoas que trabalha no local não ganha salário por isso. São fãs ardorosos que doam seu tempo para compartilhar o amor por Jack e sua obra. É por isso que, se você for a São Francisco, tente dar uma esticada até Glen Ellen, que fica a apenas uma hora de carro. E vá conhecer uma das maiores paixões de Jack London, pois ele afirmou que, juntamente com sua esposa, o rancho era a coisa que ele mais prezava no mundo. Aliás, muitos dos livros que escreveu foram com o único propósito de conseguir dinheiro para investir em sua propriedade.

Aqui algumas fotos que fiz, mas que com certeza são só um pequeno pedacinho da emoção que é estar lá, no lugar dos sonhos de Jack London.

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O marco de entrada do parque

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Foi exatamente neste lugar que Jack London morreu

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Aqui era onde ele dormia

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Aqui era onde ele escrevia

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Outra escrivaninha e outra máquina de Jack London

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London adorava receber os amigos na sua propriedade

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Jack London tinha sonho: ter uma fazenda auto-sustentável. Mas não deu muito certo…

 

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Os baús de viagem de Jack London e sua esposa

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Fotos do casal na propriedade

Jack e Charmian

Jack London e sua amada Charmian na varanda da casa em Glen Ellen

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O projeto da Wolf House

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O que sobrou da Wolf House depois do incêndio que a consumiu (e que consumiu também a saúde e boa parte da alegria de Jack)

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Não é permitido entrar nas ruínas da Wolf House, mas é possível fotografar

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Jack London foi enterrado aqui, na terra que tanto amava

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Lembranças da viagem no Snark que foi até a Austrália

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O kit médico do Snark

*Paula Taitelbaum é escritora e coordenadora do Núcleo de Comunicação da L&PM Editores. Conheceu o rancho de Jack London em maio de 2016.

A L&PM publica cinco títulos de Jack London. Veja aqui.

A natureza em livro

No Dia Mundial do Meio Ambiente, que tal um pouco da natureza semeada em letras? Leia abaixo, pequenos trechos de cinco livros que fazem parte da Coleção L&PM Pocket:

MANUAL DE ECOLOGIA – DO JARDIM AO PODER, de José Lutzenberger: No terreno desnudado ou na floresta degradada pelo fogo, as enxurradas destroem em minutos ou horas o que a Natureza levou milhares de anos para fazer. Uma polegada de solo fértil pode levar até quinhentos anos para formar-se.

O CHAMADO DA FLORESTA, de Jack London: O silêncio espectral do inverno dera lugar ao grande murmúrio primaveril da vida que despertava. Este murmúrio surgia de toda a terra, pleno da alegria de viver. Provinha dos seres que viviam e se moviam novamente…

O LIVRO DA SELVA, de Rudyard Kipling: Naquele outono deixou a ilha logo que pôde, com um objetivo em mente. Queria encontrar a Vaca-Marinha, se é que existia tal criatura, e depois queria encontrar uma ilha tranquila, com praias seguras, onde as focas pudessem ficar a salvo dos homens.

O LIVRO DAS PERGUNTAS, de Pablo Neruda: Se todos os rios são doces de onde tira sal o mar? Como sabem as estações que devem mudar de camisa? Por que tão lentas no inverno e tão palpitantes depois? E como sabem as raízes que devem subir para a luz?

WALDEN – A VIDA NOS BOSQUES, de Thoreau: Os homens se tornaram o instrumento de seus instrumentos. O homem independente que colhia os frutos quando estava com fome virou agricultor; aquele que se abrigava sob uma árvore agora tem uma casa para cuidar.

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O Dia Internacional da Vida Selvagem

Foi no final de 2013, durante uma Assembleia-geral da ONU, foi decidido que a data de 3 de março seria o “Dia Internacional da Vida Selvagem”. O objetivo é celebrar a fauna e flora do planeta, mas também alertar para os perigos do tráfico de espécies selvagens.

O dia escolhido faz referência à data de criação da CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção) que aconteceu em 1973.

Pra marcar a data, sugerimos a leitura dos seguintes livros: O Livro da Selva, de Rudyard Kipling; Walden, de Thoreau e O chamado da floresta, de Jack London.

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A aventura do nascimento de Jack London

A vida do escritor Jack London foi uma aventura que começou antes mesmo do seu nascimento. Segundo contou sua mãe, a professora de música e espiritualista, Flora Wellman, quando ela comunicou ao companheiro, o astrólogo William Chaney, que estava grávida, ele exigiu que ela abortasse. Num ato de desespero, Flora atirou contra si mesma. Felizmente (para os fãs de Jack London), a mãe e seu bebê não sofreram nada grave. Mas ao nascer, em 12 de janeiro de 1876, o filho de Flora foi renegado e entregue à ex-escrava Virginia Prentiss. Naquele mesmo ano, Virginia casou-se com um veterano da Guerra da Secessão de nome John London que assumiu o bebê da esposa (também chamado de John) e deu a ele seu sobrenome.

Mas quando o pequeno John, que depois seria chamado de Jack, cresceu, quis saber mais de suas origens. Aos 21 anos, ele encontrou notícias de jornais que contavam sobre a tentativa de suicídio da mãe e davam o nome de seu suposto pai biológico. Ele então escreveu uma carta a William Chaney e teve a seguinte resposta:

“Nunca me casei com Flora Wellman, mas vivi com ela de 11 de junho de 1874 a 3 de junho de 1875. Sofria eu nesse tempo os terríveis efeitos de muitas privações, dificuldades de vida e excessivo trabalho intelectual, sendo inteiramente platônicas as nossas relações. Portanto, não posso ser o seu pai nem lhe dizer com certeza quem seja ele. (…) O ‘Chronicle’ disse que eu a expulsei de casa porque ela não quis fazer o aborto. Essa notícia correu o país inteiro, reproduzida por toda a imprensa. Por causa dessa história, duas das minhas irmãs se tornaram minhas inimigas. Uma delas morreu ainda me julgando culpado. Todos os outros parentes, exceto uma irmã que mora em Portland, estão ainda contra mim e me apontam como a vergonha da família. Na época do escândalo, publiquei em folheto uma declaração da polícia em que se demonstrava a falsidade de muitas acusações levantadas contra a minha conduta, mas nem o ‘Chronicle’ nem os outros jornais que me difamaram quiseram desmanchar a calúnia. Desisti então de me defender e durante anos e anos a minha vida pesou como um fardo. Veio finalmente a reação e agora já tenho alguns amigos que me consideram homem de bem. Já passei dos 76 e vivo na pobreza.” (Do livro “A vida errante de Jack London”, editora José Olympio).

London ficou mal com a resposta, mas seguiu adiante. Largou os estudos, foi jornaleiro, pescador e marinheiro. E ao morrer precocemente, aos 40 anos, deixou uma obra que, se você ainda não leu, não sabe o que está perdendo. Livros capazes de resgatar as origens, o lado animal do ser humano, o uivo engasgado na garganta…

E já que é aniversário dele, nada melhor do que uma foto que mostra como o autor de O chamado da floresta, Caninos Brancos, Antes de Adão, O lobo do mar, entre outros, veio ao mundo (ou quase):

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A caverna dos sonhos esquecidos

Por Paula Taitelbaum

Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Questionamentos tão clichês que às vezes soam como piada. Mesmo assim, essas perguntas parecem estar impregnadas em cada uma de nossas células. Somos o fruto da evolução do homem. Isso é fato. Mas também somos a soma das dúvidas que nos invadem cada vez que nos confrontamos com as evidências da vida nas cavernas. O que sentiam, afinal, nossos antepassados pré-históricos?

Na infância, eu adorava passar as tardes vendo O elo perdido na TV e sonhava em ser a amiga loira do Chaka. Na adolescência, eu li Antes de Adão, de Jack London, e tive a certeza de que talvez pudesse acessar as lembranças de meus distantes parentes das cavernas. Depois vieram mais filmes, livros e museus. Nenhum deles, no entanto, me impactou tanto quanto o documentário em 3D que assisti ontem: A caverna dos sonhos esquecidos, de Werner Herzog.

Herzog teve permissão para entrar na Caverna Chauvet, descoberta em 1994 no sul da França. Algo que só é permitido a poucos cientistas. A caverna, que teve sua entrada lacrada por um desmoronamento, apresenta as mais incríveis pinturas rupestres já encontradas, algumas com mais de 30 mil anos. E por terem ficado isoladas por tanto tempo, essas verdadeiras obras de arte parecem ter sido feitas recentemente. Na parte escura da caverna, alguns dos animais foram desenhados com várias patas e supõe-se que, quando as tochas pré-históricas iluminavam estas pinturas, elas permitiam uma sensação de movimento. Puro cinema!

Há belíssimos cavalos com um incrível jogo de luz e sombra e um salão só dedicado a leões. Há rinocerontes, bizões, aves e as pernas abertas de uma mulher… Há ossadas e marcas perfeitas no chão intocado: a pegada de um menino de oito anos ao lado da pegada de um lobo. E o cientista se pergunta: haverá o lobo encurralado o menino? Seriam eles amigos e andavam juntos? Ou as pegadas foram feitas em épocas diferentes? Respostas que, assim como muitas outras, nunca teremos.

A caverna dos sonhos esquecidos é um filme de 2010 que só agora chegou aos cinemas do Brasil. E provavelmente não ficará muito tempo em cartaz. Por isso, se você tiver a chance de assistir em 3D, sugiro que faça isso. E quem sabe, assim como eu, você descubra a gente não evoluiu tanto assim. Ao contrário: em certos aspectos, acho que andamos para trás.

Para completar a viagem no tempo, você também pode ler Pré-história, da Coleção Encyclopaedia.

É Dia Nacional do Leitor

7 de janeiro é o Dia do Leitor em território nacional. Um dia dedicado a todos os que amam os livros. E que, claro, são a nossa razão de ser. Em homenagem todos os amantes das letras, publicamos aqui algumas fotos de escritores debruçados sobre um bom livro. Porque todo mundo sabe que ler é o primeiro passo para escrever.

F. S. Fitzgerald

Jack London ainda criança

Mark Twain

Agatha Christie

William Burroughs

J. D. Salinger

Patricia Highsmith

Quando Jack London veio ao mundo

A vida do escritor Jack London foi uma aventura que começou antes mesmo do seu nascimento. Segundo contou sua mãe, a professora de música e espiritualista, Flora Wellman, quando ela comunicou ao companheiro, o astrólogo William Chaney, que estava grávida, ele exigiu que ela abortasse. Num ato de desespero, Flora atirou contra si mesma. Felizmente (para os fãs de Jack London), a mãe e seu bebê não sofreram nada grave. Mas ao nascer, em 12 de janeiro de 1876, o filho de Flora foi renegado e entregue à ex-escrava Virginia Prentiss. Naquele mesmo ano, Virginia casou-se com um veterano da Guerra da Secessão de nome John London que assumiu o bebê da esposa (também chamado de John) e deu a ele seu sobrenome.

Mas quando o pequeno John, que depois seria chamado de Jack, cresceu, quis saber mais de suas origens. Aos 21 anos, ele encontrou notícias de jornais que contavam sobre a tentativa de suicídio da mãe e davam o nome de seu suposto pai biológico. Ele então escreveu uma carta a William Chaney e teve a seguinte resposta:

“Nunca me casei com Flora Wellman, mas vivi com ela de 11 de junho de 1874 a 3 de junho de 1875. Sofria eu nesse tempo os terríveis efeitos de muitas privações, dificuldades de vida e excessivo trabalho intelectual, sendo inteiramente platônicas as nossas relações. Portanto, não posso ser o seu pai nem lhe dizer com certeza quem seja ele. (…) O ‘Chronicle’ disse que eu a expulsei de casa porque ela não quis fazer o aborto. Essa notícia correu o país inteiro, reproduzida por toda a imprensa. Por causa dessa história, duas das minhas irmãs se tornaram minhas inimigas. Uma delas morreu ainda me julgando culpado. Todos os outros parentes, exceto uma irmã que mora em Portland, estão ainda contra mim e me apontam como a vergonha da família. Na época do escândalo, publiquei em folheto uma declaração da polícia em que se demonstrava a falsidade de muitas acusações levantadas contra a minha conduta, mas nem o ‘Chronicle’ nem os outros jornais que me difamaram quiseram desmanchar a calúnia. Desisti então de me defender e durante anos e anos a minha vida pesou como um fardo. Veio finalmente a reação e agora já tenho alguns amigos que me consideram homem de bem. Já passei dos 76 e vivo na pobreza.” (Do livro “A vida errante de Jack London”, editora José Olympio).

London ficou mal com a resposta, mas seguiu adiante. Largou os estudos, foi jornaleiro, pescador e marinheiro. E ao morrer precocemente, aos 40 anos, deixou uma obra que, se você ainda não leu, não sabe o que está perdendo. Livros capazes de resgatar as origens, o lado animal do ser humano, o uivo engasgado na garganta…

E já que é aniversário dele, nada melhor do que uma foto que mostra como o autor de O chamado da floresta, Caninos Brancos, Antes de Adão, O lobo do mar, entre outros, veio ao mundo (ou quase):

Em 2012, a L&PM vai lançar mais um livro de Jack London: Martin Eden.

O melhor amigo dos escritores

Graziela dormia numa cesta de vime, que ficava ao lado de uma cadeira. Certo dia, na ausência dos donos, ela aproveitou um descuido da empregada e fugiu pelo portão aberto. Ao serem informados do acontecido por telegrama, Machado de Assis e sua esposa Carolina ficaram inconsoláveis e, imediatamente, mandaram publicar na Gazeta de Notícias e no Jornal do Commercio um anúncio que oferecia cem mil réis de recompensa para quem trouxesse de volta a cachorrinha. Para alívio do casal, Graziela foi encontrada poucos dias depois e viveu com eles por muitos anos ainda, até morrer já bem doentinha, cega e sem dentes. O próprio Machado de Assis enterrou-a com seu cesto de vime no jardim da frente.

Enquanto alguns apreciam a companhia dos gatinhos, outros não ficam sem seus fiéis companheiros: os cachorros. A exemplo de Machado de Assis, que tinha verdadeira adoração por Graziela, outros escritores deixaram registrado todo seu carinho pelos cãezinhos nas fotos a seguir, reunidas pelo blog Dog Art Today.

Gertrude Stein no pátio de casa com Pepe e Basket

Kurt Vonnegut com seu pequeno Pumpkin no colo (1982)

Jack London tinha vários cachorros!

John Steinbeck e Charley (1962)