O capítulo de segunda-feira, 6 de janeiro, da novela “Amor à Vida”, começou com o popular “ex-vilão” Félix prestes a contar todas as suas maldades para a irmã Paloma e o cunhado Bruno. Pressionado para que revelasse tudo o que havia feito com Paulinha, sua sobrinha, o personagem de Mateus Solano resolve apelar para “Os Miseráveis”, de Victor Hugo, a fim de mostrar que, assim como Jean Valjean, ele também havia mudado:
Félix: Já já eu vou contar sobre as coisas que eu fiz, mas primeiro eu quero que você ouça uma história: quando eu estive morando com a Márcia, vendendo Hot Dog na 25 de março, o Jonathan [filho de Félix] me falou sobre um livro, “Os Miseráveis”.
Bruno: Eu vi o filme…
Paloma: Eu vi o filme, o musical, pode continuar?
Félix: O Jonathan me falou sobre esse personagem, cheio de angústias, cheio de desejo de vingança, o Jean Valjean, um personagem conturbado, mas que muda através de um gesto de generosidade.
E assim Félix segue usando o personagem de Victor Hugo como exemplo para mostrar que, assim como Jean Valjean, ele também se regenerou a partir da bondade alheia.
A questão é que, pelo menos nessa cena, ninguém foi capaz de dizer que a obra citada é do grande escritor francês, autor também de “O Corcunda de Notre Dame”. Normalmente, em outros momentos dessa novela das nove da Globo, os personagens que aparecem em cena lendo um livro sempre mostram o nome do escritor após revelar o título da obra que têm nas mãos (o que muitas vezes soa até falso). Por que não citar também Victor Hugo? Independente disso, ver um livro em ação durante uma novela sempre nos dá um fio de esperança de que alguém será estimulado com isso. E, claro, citar um clássico como “Os Miseráveis” tem um grande mérito.
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