1905 foi um bom ano para Virginia Stephen. Com pouco mais de vinte anos, ela começou a dar aulas de literatura a operárias no Morley College. Ao mesmo tempo, todas as quintas-feiras à noite, os amigos de seu irmão Thoby se encontravam na casa dos Stephen, na região londrina de Bloomsbury. Entre eles estavam o pintor Duncan Grant, o crítico de arte Clive Bell e os escritores E. M. Forster, Lytton Strachey e Leonard Woolf (futuro marido de Virginia). Destes encontros semanais, nasceria o “Grupo de Bloomsbury” que perduraria por mais de trinta anos. Ao longo deste tempo, outros artistas, filósofos e intelectuais (entre eles o economista John Keynes) foram se juntando ao consagrado bando, enquanto um emaranhado de relações amorosas se entrelaçava entre eles. O registro romântico dos membros do Bloomsbury, aliás, demonstra que eles estavam muito a frente das convenções inglesas da época. Em 1925, Virginia, que então deixara de ser Stephen e se tornara Woolf, viveu uma tórrida paixão com a também escritora Vita Sackville-West, participante do grupo. O romance entre as duas daria origem ao livro Orlando, escrito por Virginia em 1927. As paixões gays e bissexuais seriam o ponto alto do Bloomsbury.
A vida social do grupo girava em torno de várias casas de campo e os amigos costumavam passar as férias juntos na França, Itália e Grécia. Entre as casas mais badaladas estavam a de Virginia e Leonard e também a de Lady Ottoline Morrell, uma rica socialite, mecenas das artes inglesas. Foi Lady Morell, inclusive, que inseriu no grupo artistas como o coreógrafo e bailarino Frederick Ashton e a estrela do ballet russo Lydia Lopokova.
E se o grupo há décadas não existe mais, a região de Bloomsbury continua lá, abrigando o Museu Britânico, a Academia Real de Arte Dramática, a Universidade de Londres e até uma placa em homenagem a Virginia e seus amigos.
Para saber um pouco mais sobre o assunto, não deixe de ler Virginia Woolf, livro recém lançado na série Biografias L&PM.