Para quem mora no Rio Grande do Sul, o Uruguai é mais do que um país vizinho. É a continuação do nosso quintal. Onde a fronteira mais parece uma “porteira” sempre aberta para nos receber. O Uruguai tem campos que se derramam feito mar sob uma luz douradamente meridional. Tem ao mesmo tempo ondas que atraem surfistas e marolas que fazem a felicidade das crianças. Tem churros, empanadas, panchos, alfajores e choclos adocicados só pra citar o básico. E mais do que isso: o Uruguai tem Eduardo Galeano.
E foi em La Paloma, praia uruguaia que fica a cerca de 130 quilômetros do Chuy que, para meu espanto, encontrei Galeano. Não o próprio, já que não consigo imaginá-lo de calção e boné a caminhar sob o sol torrante do início de janeiro. Mas sim o “nosso” Eduardo Galeano: das palavras andantes, das veias abertas, do futebol ao sol e à sombra.
Ao entrar em uma pequena e simpática livraria do singelo centro de La Paloma, para meu feliz espanto, lá estavam vários livros da Coleção L&PM Pocket em destaque, na principal prateleira do estabelecimento, entre outros títulos de Galeano oferecidos nos mais variados idiomas.
Parabéns à livraria, que incentiva os turistas de todo o mundo a conhecerem seu principal escritor. Uma livraria que não tem nome, mas que exibe um “Libros” bem grande para que não haja dúvida de que ali é um reduto dos que estão em busca de leitura.
Esse é mais um motivo para eu preferir cada vez mais as praias uruguaias às catarinenses – lembrando que vivo entre esses dois litorais. A outra grande razão, claro, são as estradas. Cá entre nós, a duplicação da BR101 parece um romance mal escrito: impossível entender tanta embromação, sem contar que a gente tem a sensação de que nunca vai chegar ao fim desse enredo. (Paula Taitelbaum)
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